Circus 🎪 Marionetes 🎃 +kth +bts

ATO I: Casa de Espelhos

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Seus olhos se abriram novamente revelando uma sala cheia de espelhos, a mulher estava parada no meio as luzes que falhavam um pouco e somente um espelho refletia o seu reflexo, intrigada ela andou até ele, percebendo que já não vestia sua fantasia, mas sim uma roupa toda listrada de mimico, seu rosto havia uma pintura branca e preta, mas estava incompleta, sua boca não continha um resquício sequer de maquiagem, estranhando ela analisou a sala de canto a canto. O que a mulher teria que fazer?

Seus olhos fitaram o local, percebendo que todos os outros espelhos que não a refletiam estavam na verdade direcionados a uma mesa com algo em cima. A mulher andou até ela vendo um batom em bala vermelho escrito use-me, pegou em mãos, se virou para o reflexo e sem pensar duas vezes terminou de completar a maquiagem.

Assim se admirou por alguns segundos, afastando o bastão de seu rosto, viu o mesmo desaparecer diante de seus olhos e antes mesmo que pudesse raciocinar, algo lhe roubou a atenção.

-Socorro! - Um grito a fez se virar a procura de onde vinha, vendo todo o cômodo e as suas ramificações/corredores cheios de espelhos, refletirem um homem vestido como ela, segurando a mesma carta que o Cabaretier no limbo.

-Por favor, ele me prendeu aqui - Um choro dominou o local, enquanto o tal mimico fingia estar preso dentro de uma caixa.

-Onde você está? - SN perguntou desesperada.

-Socorro, eu não sei - O homem bateu as mãos contra o espelho - Tem espelhos por toda parte.

-Calma, eu vou te encontrar, só tenta manter a calma - A mulher correu por entre os espelhos, procurando pelo rapaz.

Quanto mais ela adentrava, mais confusa sua mente parecia, aquele lugar embaralhava sua visão, ainda mais ouvindo passos e sentindo vultos passarem por ela, não sabia mais o que era reflexo, o que era real, mas não desistiria tão fácil.

-Ei! Continua falando! - Ela pediu - Eu vou seguir a sua voz.

Sem respostas, ela olhou ao redor tentando entender como funcionava, calculando, mas não havia um padrão, era tudo exatamente igual, cada detalhe, cada corredor, cada espelho.

-Você ainda tá aí? - Perguntou novamente - Por favor, como eu saio disso? O que eu tenho que fazer?

Os barulhos de passos ficaram mais altos, e os vultos começaram a correr entre os espelhos, e com isso a universitária o seguiu, tentando encontra-lo, as vezes entrando em parafuso, corredores sem saída que a faziam bater contra o espelho que por algum motivo nunca a refletiam, somente o mímico.

-Aqui - Um sussurro atrás dela se fez presente, e ele surgiu de trás de um espelho no fim do corredor acenando para ela.

-Achei você! - SN correu em direção ao mesmo que se escondeu, indo contra um espelho que quebrou em pedaços - Filho da puta.

-Te enganei - Uma risada alta se fez presente.

A loira olhou os cacos no chão vendo a marca de batom em um deles, percebendo o que ela precisava fazer, então fora sua vez de sorrir. Ela se virou olhando o caminho de espelhos pouco confuso, então passou a beijar os espelhos marcando a rota por onde já havia passado para não voltar a se perder. Dedilhando os espelhos com cuidado, ela via o mímico fazendo graça nos reflexos, tentando que ela perdesse a cabeça.

O local já era estranho o bastante para ela se deixar manipular pelo garoto alto de ombros largos que não desistia de a ver enlouquecer.

Os minutos se passaram, as luzes piscavam cada vez mais intensas a medida que ela se aproximava do seu troféu, um longo corredor que ela desenhou seus lábios por todos eles. Se colocando de frente para o último, ela respirou fundo esticando a mão com cuidado, e então ultrapassou a moldura, pegando a carta das mãos do mímico.

Um vento forte soprou pelo corredor, fazendo seus cabelos voarem e o rapaz tirou a máscara de mímico que usava revelando seu rosto, não deveria ter mais que 30 anos, seus lábios grossos e olhar doce, fez um filme passar diante de seus olhos, mostrando como ele era antes de ser capturado pelo Cabaretier, logo desaparecendo.

Ele costumava ser um professor de teatro, usava óculos e suéteres de todas as cores, era tímido e brincalhão ao mesmo tempo, meio calado, mas muito esperto, era o mímico perfeito para o seu show. O Cabaretier o encontrou na porta de uma escola, enquanto saia sozinho segurando seus livros, ele aceitou o panfleto e sem falar muito sorriu, aceitando a mágica que o circense havia lhe feito, tirando de sua cartola um ingresso e uma rosa.

Seu reflexo agora voltou a aparecer por todos os espelhos, mas agora era diferente, as imagens eram distorcidas como numa casa de espelhos normal, deformava seu corpo por inteiro o tornando assustador, perturbador. A fazendo pensar no ditado que dizia "O mundo é um espelho, pois se sorrires para ele, ele sorrirá para ti", talvez aquela fosse a imagem real dela, que ela escondia a sete chaves, talvez aquele era seu lado mais obscuro, ela era uma pessoa horrível ou pelo menos havia se tornado no segundo em que se permitiu manipular pela Chloe.

Ela fechou os olhos forte, tentando não chorar ao pensar nas coisas horríveis que já havia feito. E então voltou a abri-los, já se vendo na floresta novamente.

A tenda por entre as árvores, a chamou e ela andou devagar até ela, puxando o pano para adentra-la, sendo recebida pelo Cabaretier que levantou o rosto com um sorriso.

-Bem-vinda de volta, boneca - O mágico disse.

-O que eu faço com isso? - Ela perguntou mostrando a carta.

-Venha e tire mais uma carta. O segundo ato vai começar - Ignorando totalmente a pergunta da mesma, ao a carta desaparecer de suas mãos e aparecer flutuando sobre um pedestal de cristal ao lado do circense.

-Você pode parar de fazer isso!? - Ela disse ríspida - Eu preciso de respostas, ou tá nas regras do jogo que você não pode conversar comigo?

-Vai ter suas respostas quando for o momento - O moreno disse - Agora sente-se.

-Não!

Taehyung levantou o olhar que ficou vermelho, arqueando uma das sobrancelha em desafio e assim ela cruzou os braços, ele suspirou, a assustando ao uma cadeira vir de trás dela a obrigando a sentar, a arrastando a força até a mesa.

-Quando eu mandar você se sentar, você obedece.. Não se esqueça que a sua vida está em minhas mãos - Disse espalhando novamente as cartas em fila sobre a mesa - Escolha sua carta e boa sorte.

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