ATO VI: O Palhaço

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Surgindo em meio a um labirinto colorido, as luzes piscavam, e de fundo uma música irritante de caixinha de música, a mistura de tantas cores incomodavam seus olhos, ali ela se viu presa em um dos seus piores pesadelos. Olhando para baixo, se certificou de checar sua roupa, se vendo vestida com sapatos enormes e vermelhos, típicos sapatos de palhaço.

Antes de qualquer coisa, ela tentou entender o jogo, já sabendo que havia um segredo, como todos os outros, mas o que era? Seus olhos passearam pelo ambiente notando um caixa preta atrás de si, que a chamara atenção, a mesma que continha uma manivela na lateral, rodando sem parar.

-HAAA! - Um palhaço mascarado saltou dela em seu rosto, a assustando quase o bastante para seu coração sair do peito.

Assim como todo o labirinto, o mascarado era repleto de cores, com um riso diabólico e assustador, que ecoava em sua mente.

-Quer brincar comigo? - Ele a olhou assustador.

Sem resposta ele pareceu ficar ainda mais nervoso. Ela congelou, sentindo seus olhos encherem de lágrimas.

-Se eu fosse você começava a correr! - Ele disse rouco e sem pensar muito ela assim fez, ainda sentindo seus pés doloridos da última fase, era como se a cada fase os efeitos colaterais se juntassem dificultando a próxima.

Ela ouvia o riso amedrontador do palhaço, se misturando ao barulho irritante que os seus sapatos e os dele faziam por entre os corredores, barulho esse que se pareciam muito com o de patinhos de borracha. Ele a perseguia e aquele era seu pior pesadelo, odiava ser seguida, sentir que havia alguém atrás de si a deixava aflita.

Em um labirinto com caminhos sem saída, aquele lugar não pareciam ter um ponto final, a fazia pensar que aquele não era o objetivo, mas qual seria o outro objetivo de um labirinto?

-Eu vou pegar você... - A voz do palhaço pareciam sussurrar em seu ouvido, como se estivesse em seu cangote e aquilo a motivava a correr ainda mais rápido.

Já irritada no final de cada corredor sem saída havia uma pegadinha típica dos palhaços de circo, tortas na cara, flores que espirram água, buzinam que saíam das paredes quase a deixando surda, as pegadinhas mais sem graça, mas que divertiam o palhaço que gargalhava sempre que acontecia.

Em sua mente ela precisava achar a pegadinha certa que escondia a carta de tarot, mas era quase impossível, aquele labirinto pareciam não ter fim.

Ficando encurralada ela ouviu sua voz ficando mais alta, ele estava perto e iria pegá-la se ela não fugisse dali. Olhando ao redor em completo desespero, a mulher avistou uma cortina, sem pensar muito ela se enfiou ali, se escondendo atrás na esperança que ele não ser vista, mas era quase impossível com aqueles sapatos. Em pânico ela mal conseguia raciocinar, ele havia deixado ser maior medo para o final, pois sabia que ela não conseguiria reagir muito bem, seu coração batia acelerado, suas mãos tremiam e em sua mente só se passava o pior, uma crise se ansiedade a boicotava e a deixava com ainda mais ódio do Cabaretier por usar de ferramentas tão baixas.

"MANTENHA A CALMA!" Ela sussurrou para si mesma "Pensa.... Pensa!" Sua ansiedade lhe passava a perna.

Olhando ao seu redor e a si mesma, ela percebera que ainda usava sua pulseira de berloques, era importante para ela, mas não mais que sua vida naquele instante. Sem hesitar, ela tirou a pulseira de prata, arremessando para o lado oposto que ela estava, fazendo com que o barulho chamasse a atenção do palhaço mascarado.

E dera certo, o homem correu para o outro lado do corredor, de tal forma que a desse espaço para tirar os sapatos, sabendo que aquilo não o distrairia por muito tempo, já que o corredor não havia saída. Deixando os sapatos ali para que ele achasse que ela estava atrás das cortinas, ela saiu se enfiando em um canto escuro.

O vendo segurar um balão vermelho que flutuava o seguindo, ela uniu as peças do quebra-cabeça, entendendo o porquê tudo aquilo não passava de uma pegadinha, a carta estava o tempo todo com ele.

-Não adianta se esconder, eu vou pegar você - Ele disse, voltando a adentrar o local onde ela estava, a fazendo prender a respiração.

Parando exatamente onde ela estava, ele olhou o ambiente a sua volta, não a vendo, a indicando que aquela máscara talvez o atrapalhasse, mas ainda sim a deixara tensa, até que o mesmo virasse de costas, rindo, ele esbarrou nos sapatos e abriu a cortina achando que havia a achado, recebendo uma torta na cara.

Distraído demais para perecer, ela saltou de trás dele estourando o balão vermelho que ele tinha mãos, enquanto o mesmo não parava de rir, a bexiga fizera um barulho alto que assustou ambos, revelando ali a carta que ela imediatamente pegou em mãos, o vendo se virar para ela, tirando a máscara e revelando o sorriso mais radiante que já havia visto.

Novamente um filme passou diante dos seus olhos, mostrando a ela que ele costumava ser um médico infantil, que se vestia de palhaço para animar criança internadas na emergência, era adorável e tinha uma luz própria que iluminava todo o local, roubando risadas e abraços das criancinhas. Se compadeceu com o Cabaretier que o abordara saindo de uma das salas de emergência, com um ferimento, provavelmente proposital para se encontrar com o rapaz, assim lhe fazendo algumas mágicas e o ganhando facilmente com o bom humor e a gentileza que via em si no mascarados o convidando para um show de marionetes.

-Vejo que finalmente aprendeu as regras do jogo.. Isso foi divertido - O Cabaretier disse, desdenhando as lágrimas que escorriam em seu rosto - Pronta para o Grand Finale?

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⏰ Última atualização: Nov 28, 2023 ⏰

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