ATO II: Globo da Morte

17 2 0
                                    

🎃

Parada no centro do globo da morte, um frio na barriga a dominou, por si só aquilo já lhe dava medo, estar dentro dele, a causava dor de barriga. Vestindo um macacão de couro a loira se encontrava de pé na bola de ferro, o som da moto acelerando a fez abrir os olhos lhe arrepiando de medo, vendo um homem com um macacão de fórmula 1 e uma máscara branca, estava estacionado de frente para ela, a encarando segurando sua carta em uma das mãos com luva.

Seu olhar era misterioso e amedrontador, ficando ainda pior em reação a uma motivação de coragem que a fez avançar em sua direção tentando pegar a carta em sua mão.

-Não tão rápido - Ele riu rouco e se multiplicou em três na sua frente, todos exatamente iguais, acelerando para assusta-la e funcionou.

Um heavy metal começou de fundo, alto e barulhento, e assim os três passaram a acelerar dentro do globo da morte, girando em uma velocidade que a fazia pensar que se algo acontecesse, não sobraria nenhum deles para contar a história. Os olhos dos rapazes não saiam da garota, a dando ainda mais medo, eram intimidantes por trás daquela máscara.

Ela não gostava muito de moto, por puro medo, talvez fosse trauma da bicicleta que havia evoluído, ela só não entendia como algo com duas rodas sem um ponto de equilíbrio conseguia, ficar de pé.

Parando de girar somente na horizontal, as três motos dispersaram cada uma girando em uma direção, encaixando perfeitamente suas voltas umas nas outras, a universitária arrepiava de nervoso, não conseguia sequer pensar no que precisava fazer para passar daquela fase.

Um barulho externo de moto se juntou aos demais lhe roubando a atenção e ali ela percebeu que havia mais um do lado de fora, acelerando, assim como os outros ele também tinha uma carta, e saltava por cima do globo usando uma rampa, dando mortais no céu. Foi então que ela entendera, a garota precisava arrumar um jeito de sair daquela bola, o motoqueiro certo só poderia ser aquele cujo seria mais difícil de pegar.

Disposta a tentar e perder o medo, a loira prendeu o cabelo em um coque para tira-lo do seu rosto para não atrapalha-la, respirou fundo e tomou coragem.

Seus olhos fitaram os três girando dentro da esfera de metal, entendendo a velocidade que eles estavam acelerando, havia uma saída na lateral direita, mas a mesma parecia só abrir por fora e outra de emergência no topo, era por ali que ela sairia, só precisava pensar em como faria sem morrer ou causar um acidente.

-Procurando por isso? - A incentivando o motociclista do lado de fora saltou novamente por cima do globo, mostrando a carta para ela, como uma provocação.

-Ou por isso? - Os três dentro da bola soltaram as mãos do volante, segurando cartas, e um frio na espinha a consumiu, assim mais três apareceram girando dentro do globo da morte, eram seis.

Agora era questão de honra, ele havia a desafiado, mesmo com medo, ela esticou um dos braços, agarrando em um dos motociclistas que passavam na hora e fora puxava para cima da moto enquanto ele não parava de acelerar na vertical.

Já na garupa dele ela se segurou em sua cintura, tentando pensar como faria para conseguir acessar a saída de emergência, era ainda mais assustador estando na moto.

SN esticou a mão tentando pegar a carta da mão do motoqueiro, mas a mesma sumiu, por um segundo tendo esperança de que ela teria sorte e seria a certa, mas não era, em um momento de distração ela não estava tão presa assim ao piloto, que virou de ponta cabeça a fazendo cair lá de cima.

Seu corpo batera forte contra o ferro a fazendo gemer alto de dor, por sorte não havia batido a cabeça, mas seu corpo todo doía agora pela pancada, era como se as fases se interligassem, o silêncio ensurdecedor do mímico fez seus ouvidos sensíveis demais, agora o som alto parecia queimar seus neurônios.

Um barulho irritante de ferro riscando machucou seus ouvidos e ali ela percebeu que o motoqueiro cujo antes a mesma estava na garupa, agora tinha sua roda traseira soltando faíscas. Ou seja, se ela errasse o motoqueiro novamente, aconteceria com mais um, deixando mais difícil dela escapar com aquelas faíscas de som irritando e que provavelmente queimariam sua pele.

A mulher olhou ao seu redor, notando que em sua roupa havia um cinto, talvez ela pudesse enroscar em uma das frestas para chegar lá em cima.

Com uma certa dificuldade ela se levantou, tirando o cinto do macacão, SN passou a tentar passá-lo pela aresta de ferro perto da escotilha, com certa dificuldade, o globo chacoalhava um pouco e isso dificultava sua estratégia, mas não a faria desistir. Alguns minutos se passaram, minutos esse que ela seguira jogando o cinto para cima, até conseguir o que queria. Dessa forma ela passou a escalar se pendurando no cinto até que chegasse lá em cima, ficando de ponta cabeça para conseguir abrir a saída de escape.

Em um chute forte a pequena porta de ferro se abriu, e ela pode passar espremida por ela, naquele exato instante o motoqueiro pulou por cima da bola de metal a puxando pela mão e a jogando na garupa da moto em uma acrobacia impressionante. Chegando ao outro lado intacto ele estacionou em uma cantada de pneu e ela sem pensar suas vezes pegou a carta descendo da moto.

Fora assim que pode finalmente ver seu rosto, o garoto tirou a máscara se revelando, um garoto jovem de olhos brilhantes e dentes de coelho, era lindo e seu rosto era quase angelical se não fosse pelos piercings. Através de seus olhos pode ver que ele costumava ser um piloto de corrida, comemorando uma vitória quando conheceu o Cabaretier, estava bêbado, mas não pode negar em aceitar uma rosa e um ingresso de um homem galante e misterioso para um show de marionetes, afinal o que poderia dar errado? Era só um espetáculo de Halloween.

E novamente tudo voltou a se repetir, em um piscar de olhos ela estava novamente na tenda do incubus.

🎃

Circus 🎪 Marionetes 🎃 +kth +btsOnde histórias criam vida. Descubra agora