ATO III: Ballet Aéreo

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O terceiro ato começo, um campo aberto com grama e o céu azul quase a fizera chorar por finalmente ver o céu daquela forma de novo, ela só queria que amanhecesse novamente e aquele pesadelo acabasse, as circunstâncias só a faziam odiar mais o Halloween.

Havia uma escada de madeira, que ela não conseguia ver o fim, a principio ela relutou sobre subir ou não, mas cedeu entendendo que não havia escolha. Com cuidado ela pisou no primeiro degrau, o sentindo quebrar e a puxar para baixo, na tentativa de impedir que ela chegasse até o que tinha no fim, agora não tinha mais volta ela precisava subir.

Conforme ela pisava nos degrais, eles a puxavam a fazendo entrar em pânico, se desesperando ela tentava correr não querendo cair, pois a queda com certeza a mataria. O vento era forte tentava derrubá-la de todo jeito, mas ela não permitiria que acabasse daquela maneira.

Ao chegar lá em cima lenços caíram do céu, junto a trapézios e com eles dois homens vestindo um collant branco repleto de pedrarias, se balançavam nas barras, era lindo, artístico, brilhavam em câmera lenta, flutuando como uma pena no vento, até que um deles a segurou pelas mãos, a puxando para se balançar com ele.

-Não me solta, por favor - Ela implorou desesperada olhando o tamanho da queda.

Ao dizer isso ele sorriu e a jogou no ar, a fazendo girar antes de ser pega pelo outro trapezista, o que causou um grito assustado na garota.

Outros como ele desceram do céu, se enrolando nos tecidos brancos, era lindo como um perfeito espetáculo circense. A carta estava entre os lábios do trapezista que a segurava.

Era um ballet aéreo e ela fazia parte dele, sendo conduzida por eles, até que em uma de suas passagens não havia mais um trapezista para pegá-la, somente uma barra que escapou por entre os seus dedos a fazendo cair lá de cima.

Ela gritava desesperada sentindo o vento forte rasgar sua pele, a cada segundo mais perto do chão, dessa forma ela fechou os olhos já aceitando seu destino, morria de medo de altura e não havia mais o que fazer.

-Peguei você - O mascarado segurou seus pés a fazendo abrir os olhos assustada, seu rosto estava a milímetros do gramado, e aquilo a fez gemer em desespero, quase como um alívio gigantesco.

A jogando para cima ela gritou de medo segurando em uma das barras, evitando olha para baixo ela passou a se balançar, tentando pegar a carta a qual eles brincavam de jogar um para o outro, rindo e dançando.

Se balançando para trás e para frente, ela girou na barra prendendo suas pernas nela, de forma que ela ficasse de cabeça para baixo e ela tivesse mais sustentação para se sentir segura, sem medo de a qualquer momento suas mãos escaparem.

SN esticou uma das mãos pegando um dos tecidos brancos, era macio, leve, pouco transparente e assim ela se balançou, fazendo um arco com o que tinha para só então tentar laçar os dançarinos os trazendo para perto.

Conforme ela conseguia enlaçar seus corpos, alguns sumiam, restando somente um. Parados cada um em uma plataforma, eles se encararam, sabendo o que a mulher precisaria fazer, ela checou uma última vez a altura e a distância entre as duas plataformas, sussurrando para si mesma que conseguiria. Respirou fundo tentando manter a calma e superar seus medos, enrolou um pouco do tecido em um dos pulsos, tomando distância.

Alguns passos, era agora ou nunca. A loira correu pegando impulso e saltou em direção ao precipício, o homem fez o mesmo mas diferente dela ele sabia o que estava fazendo. Segurando a carta entre os lábios, ele saltou em sua direção, e no balanço em sua direção no ar, SN o segurou pela cintura pegando a carta entre os lábios como ele fazia, voltando a plataforma com graça, ele tirou a máscara com delicadeza, revelando um homem loiro de lábios grossos e bochechas gordinhas, seus olhos tinham certa doçura.

Ela adentrou suas memórias, o vendo dançar ballet em um palco, ele era aplaudido e enaltecido, flores foram jogadas no palco e enquanto ele agradecia pegou uma ainda no ar, trocando olhares com o Cabaretier na plateia o admirando, ninguém mais que o dançarino parecia vê-lo, aquele foi seu elo marcado, ao descer do palco em seu camarim o homem bateu aa porta lhe convidado para o espetáculo, intrigado ele aceitou.

Dessa forma ele sorriu para ela, a jogando lá de cima, que gritou sentindo a gravidade a puxar para baixo e antes de seu corpo bater no chão, tudo ficou preto e ela acordou novamente deitada sobre aquele mesmo sofá vermelho dentro da tenda do mágico.

-Mas que porra... - Ela levantou eufórica, quase sufocando em desespero, seu coração parecia que sairia pelo peito.

-Olha a boca, boneca... Que coisa feia - Ele sorriu sádico.

-Você é um bosta - SN o xingou - Seu desgraçado, deve estar se divertindo me torturando assim.

-Pelo contrário, eu estou te fazendo forte - O Cabaretier a olhou - Você mal perde por esperar.

-O que isso quer dizer?

-Tire outra carta e veremos... - Ele disse novamente espalhando aquelas cartas pretas de tarot, ela obedeceu sem relutar, afinal não tinha escolha - Melhor prender a respiração, boneca.

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Circus 🎪 Marionetes 🎃 +kth +btsOnde histórias criam vida. Descubra agora