Hélio Laranjeiras e Geraldo Pellegrini foram grandes destaques do futebol paulista. Talentosos, esforçados e atraentes, dividiam os holofotes e sabiam combinar suas diferenças quando estavam em campo, tornando-se uma dupla de atacantes quase imbatív...
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Foto do Geraldo, só para lembrarem como ele é, rsss...
A notícia de que o promissor goleiro do São Bernardo, Marcos Flores, justo quando também começava a despontar na publicidade, fora vendido a um time francês no ápice do Brasileirão, pegou muita gente de surpresa, e não se falou em outras coisas nos sites, jornais e blogs especializados. Aquele foi um período muito intenso para Marcos, pois ao mesmo tempo em que começava a treinar o novo idioma também se empenhava em preparar seu reserva, passar os momentos que pudesse ao lado de Hélio e, principalmente, mostrar que foi um equívoco terem feito aquela negociação sem confiarem na capacidade de recuperação do time. Com efeito, os jogos seguintes foram muito mais exitosos, pois a equipe, solidária com o goleiro, integrou-se de tal forma que ganharam todas as partidas, e na última delas a torcida cantou o hino do time, de pé, em homenagem a ele. Mais tarde, ele teve uma despedida, por assim dizer, mais íntima no apartamento de Hélio.
Após alcançarem o orgasmo, o jovem repousou a cabeça no peito do amante e sentiu a necessidade de falar:
- Hélio, eu... – Contudo, foi interrompido pelo jornalista, que cobriu a boca dele com os dedos.
- Não precisa falar nada, estamos ambos perturbados por causa dessa interrupção forçada. Vamos só desfrutar do momento. – E abraçou-o como se o embalasse, ciente de que talvez ouvisse uma declaração de amor que não sabia se tinha condições de retribuir. Prosseguiu com a carícia durante alguns segundos, até que ele adormecesse. No dia seguinte, os dois tomaram café juntos, saudaram um ao outro com beijos e o goleiro foi para Caetanópolis passar alguns dias com a família, até chegar o dia de sua partida para a França, que ocorreu num vôo com escalas que partiu de Belo Horizonte.
Algum tempo depois, a nova formação da equipe estreou, com o reserva de Marcos no gol, um novo atacante assumindo o lugar de Nicolau e um novo meio campista, os dois últimos jogadores considerados craques profissionais e impostos pela diretoria. Contudo, apesar dos esforços de todos, logo ficou evidente que Geraldo tinha razão e essas novidades, em vez de ajudar, prejudicavam o time, pois o novo goleiro ainda estava "verde" e os novos integrantes, que tinham status de estrela, se preocupavam muito mais consigo mesmos em vez de se integrarem com os demais jogadores. Os resultados ruins foram se acumulando e, sem entender o que estava acontecendo, tendo em vista que os últimos resultados ainda com Marcos garantiram a permanência do time na série A e as novas contratações estavam claramente inviabilizando sua vitória na competição, a torcida começou a botar a culpa em Geraldo, com vaias cada vez mais frequentes quando ele aparecia em campo. Situação que era muito angustiante para ele, acostumado a ser aplaudido desde jovem, principalmente por ser algo de que, estava convicto, não era sua culpa.
Até que, após uma derrota especialmente dolorosa, onde o time não conseguiu marcar nenhum gol, estava em sua casa tomando um drink quando recebeu um telefonema e, pelo número, percebeu que era de Mauro Okeda, irmão de Emílio e chefe do setor jurídico do time.