Não é por pena, é por amor...

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No dia seguinte ao saírem do hospital, Wangji tentou fazer de tudo para convencer Wuxian a voltar para casa, no entanto o rapaz se manteve teimoso e persistente em continuar com o passeio. 

Afinal não queria estragar essa lembrança do filho, no caso, mais essa. Pediu para que Wangji esquecesse o que aconteceu e principalmente não fosse atrás de Zixun, se ele havia ido embora, significava que estava tudo bem de certa forma. 

Mesmo contrariado com as decisões de Wuxian, Wangji apenas acatou aos pedidos do rapaz, com isso continuando com o passeio e não procurando mais pelo canalha que havia feito aquilo com ele.

[...]

Já no resort, eles foram para o quarto que a pedido do dono já estava novamente arrumado e sem nenhum resquício do que acontecerá na noite passada, para que não deixasse o Jovem Wei desconfortável. 

O lan ajudou Wuxian a caminhar até a cama e se deitar, ambos em total silêncio, um silêncio que para Wuxian após contar tudo de seu passado ao escritor, era extremamente desesperador. 

Depois de acomodar Wei na cama, Wangji pediu licença dizendo que iria ver o Yuan e em seguida pedir para que trouxessem o café da manhã do rapaz. 

—Sr. Lan... —Disse Wuxian por fim já não aguentando mais aquele silêncio esmagador. 

Wangji que já estava próximo a porta se virou olhando o rapaz, que apertava o lençol por entre os dedos, sem saber como começar a falar. 

—Sobre a nossa conversa ontem... Não precisa fazer o que disse por pena... 

—Não é por pena, com licença. 

Foi só o que ele disse antes de sair do quarto, não ajudando em nada com a ansiedade de Wuxian, que apenas se encolheu mais na cama cobrindo todo o corpo com o coberto, enquanto deixava que algumas lágrimas discretas caíssem por seu rosto e molhasse o travesseiro. 

Wangji por outro lado estava com raiva, não de Wuxian, jamais, estava com raiva de não poder fazer mais, do rapaz não ter deixado que ele fizesse mais, ao chegar onde a senhorita Jiang e os dois meninos brincavam ele cumprimentou a todos, logo sendo recepcionado por um abraço de Yuan. 

E agora entendendo tudo, Lan Wangji abraçou aquele garotinho com toda força que poderia existir em um abraço, enquanto por sua cabeça passava o dialogo em que teve com Wuxian no seu período de recaída. 

...

—Eu não quis ser assim...

—Eu não queria ser um depressivo e drogado idiota!

—Eu não queria ser o pai do Yuan!

—Mas que escolhas me deram!?

...

Wangji sentiu seu corpo inteiro doer com as lembranças, até sentir o pequeno reclamar do aperto, assim finalmente o soltando. 

—Me desculpe... 

—Tudo bem pai! Onde está o papai Wuxian? 

—Ele... Ontem nós fomos dormir tarde, ele ainda está dormindo. 

Yuan fez um bico nos lábios após pedir para ir vê-lo e Wangji não permitir dizendo que era melhor deixar Wuxian descansar um pouco mais, no entanto logo o menino se distraiu com outra coisa e com as brincadeiras de Jingyi, voltando a brincar com o colega sem cara emburrada. 

—As brincadeiras do passeio vão começar em breve, se quiser, sr. Lan podemos ir juntos... —Disse Qingyang olhando o rapaz com um olhar preocupado. 

—Não se preocupe, Wei Ying vai participar. 

Foi apenas o que ele disse, em seguida se despedindo da jovem para poder ir pedir o café da manhã de Wuxian.

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