Uma carta aberta

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O enterro de Wuxian aconteceu em um dia chuvoso. Era como se todo o céu estivesse triste, junto dos amigos e da agora família dele, Xingchen ao receber a notícia não se aguentou em pé, assim como Wen Ning. Wangji quem ficou encarregado de contar a todos sobre o que aconteceu, principalmente a Wei Yuan, que o seu pai não iria mais voltar.

O pequeno tinha apenas oito anos, mas era bastante entendido de muitas coisas, havia passado muitas coisas com o pai que por vezes tinha seus altos e baixos, então mesmo chorando um pouco, o garoto disse que iria se manter forte, para poder ajudar o seu pai Wangji a se manter forte também.

E aquilo foi o suficiente para que a sós, junto do filho, o Lan derramasse toda a dor que sentia pela morte de Wei Wuxian, por mais uma vez. Enquanto o garotinho que também derramava lágrimas o abraçava e dava batidinhas em suas costas. Dizendo baixinho:

"Nós vamos melhoras papai"

...

O enterro foi breve, Wangji não queria se prolongar muito, nem mesmo se cansar, sem contar que ainda teria trabalho para fazer. Ele reiniciaria o processo de escrita de Mo Dao Zu Shi, iria publica-lo e deixar aquela história viva por entre os anos.

Por isso ao chegar em casa deixou Yuan brincando na sala de jogos e foi para o escritório dar início ao processo de escrita de onde ele e Wuxian haviam parado.

Ao abrir o notebook e clicar no arquivo dos capítulos o que apareceu foi outra coisa e estava intitulada como: "Carta aberta"

Destino... Eu venho me perguntando sobre isso desde que recobrei minhas memorias das vidas passadas. O que seria o destino? Será que somos responsáveis por construí-lo ou ele apenas é imposto para nós assim que nascemos, o universo é responsável por nos ajudar com nossas escolhas e ações? O destino está nas estrelas? A ideia de um futuro predeterminado move filosofias e religiões sendo combustível para um dos conceitos mais antigos da humanidade; o de que os astros regem nossa vida.

A crença de que nosso futuro já está determinado é parte do que somos. O problema é que nosso cérebro tem um defeito congênito: ele é programado para encontrar sentido em qualquer coisa, inclusive para a existência.

O conceito de destino sofisticou-se com o tempo. Ele se tornou fundamental para a filosofia e a religião. E continua até hoje. Tanto que uma das doutrinas mais antigas sobre o assunto ainda está em voga: a do carma, elaborada a pelo menos três mil anos na índia.

De acordo com ela, nada acontece por acaso: todos os fatos na vida de um indivíduo são consequência de suas ações em existências passadas. Embora o plano geral de nossa vida já esteja traçado antes do nascimento, a teoria do carma deixa espaço à liberdade humana: cada pessoa pode tentar agir com virtude e ir "descontando" a carga das vidas passadas. Quem acertar as contas cármicas será recompensado na próxima reencarnação; mas quem ficar no vermelho terá de pagar com acidentes e desgraças.

Alguns pensadores da Grécia antiga tinham uma visão parecida, mas menos liberal: defendiam que não dá para escapar do que estiver reservado para você. Eram os adeptos do estoicismo, uma das correntes filosóficas mais influentes da Antiguidade. De acordo com os estoicos, o futuro é tão inalterável quanto o passado. Zero de livre-arbítrio.

Na mesma época em que o estoicismo ganhava força, surgiu uma corrente com ideias opostas; o epicurismo. Se os estoicos achavam que o Universo era uma ordem perfeita, Epicuro afirmava que a essência de tudo o que existe é o caos. O nosso mundo e a nossa vida seriam fruto do acaso. E pronto.

Nosso destino pode ser traçado na gravidez? Antes acreditava-se que a gravidez servia apenas para desenvolver o feto. Hoje sabe-se que acontecimentos dentro do útero podem prever a felicidade. O sofrimento é hereditário, ou, é de nascença?

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