Capítulo 11

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 Agora era o momento. Finalmente ele estava colocando as cartas na mesa, respondendo todas as perguntas que eu fazia, entretanto, o mesmo não respondia de forma direta. Parecia que as respostas não eram sinceras ou bem pensadas. Apenas dizia meras palavras da boca para fora, não eram diretas.

- Ultima pergunta... - falei pensativa - Você não respondeu essa no início... Por que você me stalkeia? Pensou mesmo que eu não notaria? E se eu notasse e chamasse a polícia, o que você faria? Me sequestraria? No pior dos casos.... me mataria?

Ele ficou pensativo enquanto engolia em seco.

- Isso foi mais que uma pergunta, carinho - ele falou desviando o olhar.

- Responda todas e, então, veremos se suas respostas me agradarão - o fitei.

- Tudo bem... Primeiro. Eu te stalkeio sim, mas... tem que entender que faço isso por amor, meu bem... nada mais. Não sou um completo estranho que você tem medo. Segundo. Eu nem tinha percebido que você notou... sou extremamente cauteloso com esse tipo de coisa. Terceiro. Se chamasse a polícia... bem eu... eu... - gaguejou.

- Você não teria escolha a não ser me sequestrar, não é? - terminei sua frase - Pode dizer Peter, não irei te denunciar nem nada.

 Seu olhar de repente mudou. Ficou mais sombrio e assustador. Um olhar que nunca tinha visto antes.

- Eu te levaria para o meu porão... cortaria uma de suas pernas com um cerrote e nós seríamos felizes para sempre. Juntos - um sorriso enorme e amedrontador surgiu em seu rosto mostrando todos os seus dentes.

 Aquelas palavras... fizeram meu coração, por algum motivo, palpitar em meu peito. Não sei se era o medo ou a excitação por saber o quão louco ele é. Mas de qualquer forma, eu gostei.

- Ora, Pete... Só a parte de cortar a minha perna seria ruim, porque... bem... como eu iria andar, mas a outra talvez não... Quero dizer... pessoas tem gostos estranhos, entende, inclusive eu, tenho certeza que tem muita gente que romantiza essas coisas não saudáveis dentro da internet - falei.

 O rosto de Peter ficou confuso com a minha afirmação inesperada. Sim, eu tenho gostos... peculiares, mas sei que não sou a única que gostaria de ter alguém obsessivo por mim. Imagine só - romantizando é claro -, uma pessoa tão louca por você que não deixa ninguém chegar perto e demonstra sentimentos extremamente exagerados. Óbvio que eu iria me apaixonar na hora. Se alguém me jogasse contra a parede e dissesse que sou dele(a), me casaria com essa pessoa, sem discussão.

- Carinho.... então você... não se importaria se eu fizesse isso? Nem contaria para ninguém? - perguntou a mim confuso. 

- Claro que não. Afinal eu adoraria experimentar meus fetiches, com alguém como você - segurei o seu rosto e dei um beijo tão intenso que ele não conseguia me acompanhar. 

[...] - Uma quebra de tempo muito grande.

Após aquela confissão de Peter, nosso relacionamento ficou ainda mais intenso. Agora que eu sei que ele é muito louco por mim, parece que tudo ficou mais simples e dinâmico. Às vezes eu brigo com ele por estar sendo muito ciumento por coisa sem sentido, mas nada que uma recompensa bem dada não resolva. Enfim. Se passaram cerca de quatro meses e ainda estamos muito bem, não é um relacionamento saudável exemplar, mas é um. Estou feliz por estar com ele, e tenho certeza que o mesmo se sente.

 Agora estou deitada em seus braços, enquanto assistimos um filme juntinhos e quentinhos, debaixo de uma coberta. Durante o nosso relacionamento, eu percebi o quão ciumento o Peter fica quando estou trabalhando ou conversando com o T.K, Lucy e Don. É fofo, mas do jeito que ele é... possivelmente todos eles irão acabar mortos em seu porão. Por isso, eu tenho me afastado um pouco deles para não causar tragédias.  

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