Capítulo 18

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Eu estava tão brava com ele nesse momento que simplesmente sai andando muito mais rápido, só que eu me esqueci completamente das pernas gigantes dele, então não adiantou muito, pois logo fui alcançada.
Nos sentamos em um dos milhares bancos, mas escolhi um que dava visão para uma fonte majestosa, cheia de pombos em volta, recebendo comida de outros estrangeiros como nós.

Era visível a minha raiva, ainda mais com a careta que eu estava fazendo, enquanto cruzava os braços sem olhar para a cara dele.

- Meu amor... Por que está tão brava? - o tom de preocupação dele era eminente e parecia estar nervoso comigo - Eu não fiz nada de mais...

- Não fez nada de mais??? Você foi muito burro e devia ser mais cuidadoso com suas atitudes. Não sabemos o que elo irá fazer, isso sim! - respondi, seca - Quer me deixar tão cedo assim? - dei-lhe um tapa no ombro e o afastei de mim.

- Mas, carinho... Eu nunca vou te deixar... Te prometi isso e promessa é dívida - ele agarrou meu pulso firmemente e deu-me um beijo nas costas das mãos.

- Peter... - suspirei profundamente, para conseguir forças - Você parece não ter noção do perigo que está se metendo... ou isso ou está ignorando mesmo.

- Então, me fala. O que eu deveria fazer? Deixar elo te gadear pelo resto das nossas vidas juntos? Nem fudendo, S/N! Não vou permitir ninguém sequer olhar para você!

Eu corei ao escutar essas palavras doentias dele, porém carinhosas ao mesmo tempo. Desviei o olhar, sentindo as minhas mãos trêmulas, o que é constatemente normal por eu gostar desse jeito possessivo dele.

- Ao menos deveria pensar bem antes de trancar alguém na porra do seu porão, caralho!

- Eu já entendi que errei, para de me humilhar assim... O que você faria no meu lugar?

Eu fiquei quieta por um momento, pensando no que iria falar, pois sinceramente, nunca tive que fazer isso na minha vida. Até porque sei bem como é ter a polícia investigando casos criminais que você mesma cometeu. A sorte foi que eu era só uma cumplice implícita do meu pai e, para me salvar, ele não me denunciou também.

- Existe maneiras melhores de sumir com alguém sem deixar suspeitas. Como fingir um suicídio ou sumir com o corpo, de maneiras com que a polícia nunca o ache - respondi como uma especialista, ao me lembrar dos conselhos do meu querido pai. Que o Satan o tenha.

- Espera... Como você sabe dessas coisas? - Peter perguntou pasmo e sentindo uma pontada de confusão e surpresa, tudo misturado.

Fiquei quieta por um momento, tentando pensar em uma desculpa válida como: Vi em um filme, mas... parando para pensar todo esse papo já está estranho e não tem como eu fingir ser inocente e pura mais. Jogaria todas as cartas na mesa para ele.

- Você conhece... - comecei, engolindo em seco - o "Carniceiro das Ruas"?

- Está falando daquele assassino que matou mais de 30 prostituas? Sim, conheço. Todos os jornais falavam dele...

- Eu sou filha dele, Peter. Ele matava essas mulheres logo depois de fazer sexo.. e bem... ele nunca me disse o porquê de ter mantido uma das vítimas grávidas, mas suponho que queria passar seus ensinamentos para um filho. Acabou que essa pessoa fui eu...

Quando tornei a olhar Peter, nada além de um rosto completamente chocado surgiu em sua expressão. Senti-me fazendo uma confissão para a polícia, mesmo falando com outro doente com eu - só que pior. Eu sabia que ficaria surpreso, especialmente por eu ser uma louca, asssim como ele.

- Calma... é muita coisa para processar... - a mão trêmula dele passou deslizando por sua careca antes de me encarar com os olhos arregalados - Então... você participou daquelas assassinatos?

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