12.

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𝚂/𝚗 𝙿𝚊𝚛𝚔𝚎𝚛

Eu não deveria estar tão mal por descobrir que ela tinha voltado e ainda estava saindo com aquela mulher de novo, já devia esperar isso da O'Connell. Mas mesmo assim doía no fundo do meu peito imaginar que ela preferiu sua rival, do que atender minhas ligações.

Não consegui pregar o olho a noite, fiquei encarando o teto ouvindo o barulho da chuva caindo, tinha até esquecido da dor que sentia em meu pé. Aquilo doía mais do que qualquer ferida física, saber que a garota que eu sempre quis estava com outra.

Entretanto entendia que minha paixão de adolescente tinha que sumir, e que aquele conto de fadas que inventei em meu notebook, era apenas uma ficção, e que a realidade deve prevalecer daqui em diante.

Ao amanhecer eu "acordei" cedo, na verdade nem dormi, coloquei minhas roupas da noite anterior e preparei um café simples para agradecer a ajuda e hospitalidade da Eilish, e assim que terminei de deixar tudo limpo quando estava prestes a sair ouvi passos.

— Parker? — Chamou aquela voz rouca e embargada, que carregava ainda o sono da mulher.

— Eu já estou indo, preciso checar se meu gato não destruiu a casa — Tentei aparentar estar totalmente segura de mim, mas meus olhos ainda tinham um resquício de angústia e paixão. Toda aquela situação, a atmosfera, era como se estivesse casada com a O'Connell. E aquela manhã fosse algo comum entre nós, onde eu preparo seu café antes do trabalho, e a platinada viesse pedir seu "beijo de bom dia"

— Não conseguiu dormir? Parece exausta, olheiras enormes — Nem um pouco delicada, sempre notando os maiores defeitos na aparência de alguém pela manhã.

— Fiquei preocupada com meu gato, então mal consegui pregar os olhos — Ri e abri rápido a porta para sair daquele interrogatório.

— Não esqueceu nada? — Questionou e parei paralisada, tentava me recordar se devia algo a platinada.

— Esqueci?

— Vem cá — Me chamou com estendo a mão e me aproximei minimamente — Vem logo, não tenho o dia todo.

Ri de nervoso encarando seu rosto, e quando me aproximei ela levou seus dois braços a minha nuca praticamente os entrelaçando. Meu coração acelerou enquanto encarava seu rosto, e ela se aproximou mais um pouco, em puro hábito fechei os olhos com o rosto vermelho.

— Pronto — Se afastou puxando algo e assim notei que ainda e estava com o avental fofo com desenhos de cupcakes. Ela colocou encima da bancada e depois me olhou sorrindo, dei meia volta saindo rapido totalmente envergonhada.

Aquilo tinha sido a gota d'água, eu dei sinal para o primeiro táxi que vi e falei meu endereço rápido escondendo meu rosto em minhas mãos. Me chamava de burra internamente diversas vezes, eu havia cometido o erro mais besta do século, que com certeza a O'Connell deve estar caçoando sem parar e rindo aos montes.

Break Time!

Havia se passado alguns dias desde o ocorrido e eu estava mais deprimida do que nunca, não tinha mais amiga ou uma chefe para me provocar com um livro pervertido, afinal nem levantar da cama eu tinha coragem. Pude ouvir nesse tempo meu celular tocando, interfone tocando e vozes gritando meu nome alertando que se eu não abrisse, chamariam os bombeiros alertando ter um corpo vegetando em meu apartamento, vulgo eu.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐅𝐄𝐓𝐈𝐒𝐇 - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora