9.

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𝚂/𝚗 𝙿𝚊𝚛𝚔𝚎𝚛

A grande semana de  lugar. E claro que a mesma estava em seu direito, seus pais viviam viajando comemorando seus anos casados em grande estilo.

E eu claro estava bastante ansiosa, lembro de quando era uma adolescente que admirava o trabalho do senhor O'Connell, e sonhava em entrar nesta compania. E após todos esses anos, conheceria meu ídolo literário, me encontrava em um pico de nervosismo pensando nas mil e uma possibilidades de dar tudo errado.

— S/n! — Cláudia chamou minha atenção e a olhei confusa enquanto mordiscava meu lápis ansiosa — Pode parar de mexer a perna? Ta me deixando ansiosa.

— Desculpe — Falei notando que mexia minha perna compulsivamente, então coloquei uma mão encima fazendo parar.

— Essa ta sendo a pior semana da minha vida, eu estou morrendo de cansaço e ainda é quarta — A morena suspirou se encostando na cadeira rotatória.

— Pense pelo lado bom, vamos conhecer o pai da O'Connell, ele literalmente escreveu um dos maiores romances do mundo inteiro, recebeu até prêmios.

— Que fofo sua admiração mas eu não sou muito fã dele, pelas histórias que ouvi, ele é um pouco egocêntrico — Fechou o rosto e acabei por rir um pouco, mas logo minha atenção foi tomada pelo barulho do elevador abrindo revelando o pai da Billie juntamente com um outro homem de terno e óculos carregando uma pasta.

— Merda — Levantamos rapidamente em demonstração de respeito, e ele apenas fez um sinal com a cabeça para nós e foi direto a sala da O'Connell. Meu coração estava batendo acelerado e o silêncio habitava no ambiente, conseguindo apenas ouvir o som do ar-condicionado.

— Pensei que ele voltaria apenas amanhã — Ditou Sulewski nervosa e suspirei enquanto observava pela janela do escritório os dois conversando e Billie que estava sorridente estes dias, perdeu o ânimo com algo dito pelo homem.

Todos pareciam tensos mantendo a atenção a porta do escritório executivo, a qualquer momento o senhor O'Connell sairia e todos queriam mostrar um excepcional respeito para o mesmo. Quando a porta se abriu, todos levantaram observando o velho indo para o elevador sem nem nos olhar, apenas descendo novamente.

Eu como sempre não pude segurar minha curiosidade e peguei alguns papeis indo até a sala de Billie, ignorando totalmente a sulewski mandando eu voltar. Bati em sua porta um pouco tensa, apenas ouvindo um suspiro que decidi levar como uma permissão para entrar.

— O'Connell, eu queria saber oque devo fazer sobre a decoração da festa...

— Cancele tudo — Oque!? Algo teria acontecido para ela decidir isso, todo o trabalho que tivemos seria desperdiçado?

— Algo aconteceu? — A questionei um tanto que receosa por sua resposta, ela me o olhou ficando com o rosto vermelho, e fechei um pouco os olhos esperando seu grito, mas logo oque eu ouvi foi um soluço de choro.

— Apenas cancele — Ela se virou junto da cadeira com a voz embargada, soltei um suspiro que não era de alívio e sim preocupação, até levar meus olhos a mesa e ver alguma documentação médica, e logo enxergei o nome de sua mãe que se encontrava em estado crítico.

— Eu sinto muito.

— Oque? — Ela se virou com os olhos avermelhados cheios de lagrimas.

— Acabei lendo os papeis, eu sinto muito pela sua mãe — Falei rapido e me virei saindo, com certeza ela não iria querer uma tagarela logo em um momento tão delicado.

— Oque houve? — Cláudia nada discreta com seu hobby de fofoqueira.

— Nada demais, só vamos cancelar tudo — Preferi não revelar nada, mesmo com as mil perguntas de sulewski, logo ela saberia por finneas mesmo.

Foi um dia bastante cansativo, tantas coisas haviam sido planejadas para o evento de comemoração, muitos funcionários ficaram chateados já que agora todo o trabalho não levaria a um lazer para consumo próprio, sem festa, mais trabalho a fazer.

Em todo processo de cancelar buffet, pude ouvir atrocidades sendo ditas por eles, ofendendo Billie sem ao menos entender o motivo por trás de todo o cancelamento.

— Sinceramente não sei nem por que o pai dela permitiu que ela mandasse na empresa, não consegue nem fazer uma festa.

— Tenho certeza que ela levou bronca do papai naquela hora, já até imagino aquela mimadinha chorando pra mamãe — Danielle não perdia mesmo uma, eu já estava sem paciência então me levantei e dei um tapa forte em seu rosto — Você ficou maluca?!

— Como pode alguem abrir a boca e sair tanta merda, vocês todos deveriam valorizar a chefe que tem, que eu lembre todos aqui estariam desempregados sem ela, até mesmo você Danielle — Um silêncio mortal se instalou no ambiente — Nem todos aqui são formados, muitas coisas que sabem hoje, foram pela tutoria da O'Connell!

— Que piada, eu lembro que você sempre reclamou da O'Connell, agora que você ta fudendo com ela isso mudou né? — A ruiva falou rindo de deboche.

— Sua puta desgraçada — Pulei na mesma puxando seus cabelos e ela fez o mesmo me enchendo de tapas, nosso setor virou uma gritaria e todos tentavam separar nos duas, pareciamos cachorros brigando.

— QUE PORRA TA ACONTECENDO AQUI?!? — Escutamos a voz de Billie e na hora paramos, mas nossas mãos permaneciam no cabelo uma da outra.

— A Parker começou esse furduncio — Dani acusou soltando meu cabelo e fiz o mesmo, e começou seu teatrinho dramático — Estavamos trabalhando e como sempre ela teve mais um dos seus surtos.

— Eu surtei?! — Tinha indignação em minha voz, olhei para todos que olhavam para qualquer canto menos para mim, então olhei diretamente para sulewski que suspirou cruzando os braços olhando para o lado.

— Todos vão para suas casas, chega por hoje, e S/n você vai arrumar toda essa bagunça.

— Se fode vadia — Falou Dani em um tom apenas audível por mim saindo com os outros, eu nem olhei para Cláudia, estava decepcionada por seu silêncio nessa situação.

— Acredita mesmo neles? — Disse olhando para Billie, só restava nos duas naquele setor então não vi necessidade de formalidades.

— Você anda fora de controle a bastante tempo, me preocupo contigo de verdade, mas não significa que vou tapar meus olhos para esses erros — Aquela expressão fria, me arrepiava inteira, nem fazia um dia que tinha a visto radiante de alegria antes do incidente.

— Eu nunca faria algo para te prejudicar, mas afinal por que acreditar em mim? Nem a minha melhor amiga ficou do meu lado mesmo — Disse respirando fundo para não chorar, não iria derramar mais nenhuma lagrima para a O'Connell.

— Eu pego as caixas — Ela ignorou minhas palavras pegando algumas caixas encima da mesa caminhando até o elevador, a acompanhei com outra em silêncio. Selecionei o andar do depósito, nas caixas continham decorações que não seriam mais necessarias então iriamos apenas guardar.

— Eu acredito que não tenha sido apenas você envolvida, mas creio que você estava fora de controle também.

— Meu único erro foi defender pessoas que não merecem a minha lealdade — Falei olhando para o número dos andares mudando, até que de repente a luz piscou e o elevador parou.

— Droga — A luz se apagou totalmente e coloquei as caixas no chão ligando a lanterna do celular observando em volta, cliquei no botão do elevador tentando ligar para a assistência.

— Não atendem...

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐅𝐄𝐓𝐈𝐒𝐇 - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora