10.

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𝚂/𝚗 𝙿𝚊𝚛𝚔𝚎𝚛

Já fazia 30 minutos que estavamos dentro daquele maldito elevador, eu já estava hiperventilando imaginando o pior, entretanto tentava disfarçar meu medo de lugares muito fechados.

— Consigo ouvir daqui sua respiração, ta tudo bem? — A garota se aproximou mais de mim me olhando, e minha respiração piorou mais ainda, estava me sentindo zonza até ela segurar minhas mãos e colocar na direção de seu peito. Seus batimentos estavam calmos, me faziam sentir um certo conforto.

— Eu não quero morrer — Falei um tanto que assustada.

— Se acalma, inspira e expira comigo ok? — Fui acompanhando sua respiração que logo fez a minha se acalmar aos poucos.

— Eu to melhor — Me encostei na parede do elevador descendo ao chão aos pouco e me sentei.

— É minha culpa, pedi que os técnicos fossem embora por hoje, para descansarem — Ela se sentou no chão ao meu lado ainda me observando.

Aqueles grandes globos azuis, a como eu amo essa garota, desde seus defeitos até as qualidades.

— Nunca pare de me olhar assim Parker — Sai de meu transe ao ouvir meu nome e a olhei confusa com o rosto avermelhado.

— Pensei que odiasse — Virei o rosto mas sua mão segurou meu queixo e me fez a olhar novamente.

— Gosto quando fica brava — Ela se aproximou de mim ficando por cima e juntou nossos lábios em um ósculo lento, desta vez minha respiração estava desregulada porém em um bom sentido.

— Bill... — Tentei me desviar da garota, talvez seja um pouco errado, ela esta apenas emocionalmente abalada, e me aproveitar seria um pecado que não quero cometer.

— Não me acha atraente mais?

— Oque? Não, você é literalmente a mulher mais atraente que eu conheço, mas não acho que seja o momento certo para essas coisas.

— Eu preciso disso S/n — Poucos momentos ela me chama pelo nome, em sua maioria quando estava brava, entretanto desta vez parece uma suplica por mim.

— Você precisa da sua familia e não de uma garota problema, eu tenho certeza que finneas deve estar bem preocupado — Mesmo sem sinal de celular no elevador, tenho certeza que nosso sumiço já deve ter alertado ao ruivo.

— Definitivamente você perdeu totalmente a graça — Reclamou revirando os olhos.

— E você perdeu a vergonha na cara — A luz se acendeu nos assustando e a garota saiu de cima de mim, o elevador foi aberto e pudemos ver Finneas juntamente de Cláudia e os técnicos.

— Atrapalhamos as pombinhas de algo? — Cláudia falou rindo mas continuei séria a olhando, ainda estava chateada demais para suas brincadeiras.

— Demorou Finneas, se eu realmente estivesse em perigo, já estaria morta — Reclamou Billie com os braços cruzados e o ruivo se aproximou dela a abraçando.

— Obrigada pela ajuda — Sorri fraco para o mais alto e ele retribuiu.

— Podemos conversar S/n?

— Não Cláudia, não podemos conversar — Sai irritada do elevador em passos firmes.

— Eu sei que eu errei feio contigo hoje, mas eu não aguento ficar brigada contigo — Podia ouvir os passos dela atrás de mim.

— O problema é que você erra milhares de vezes, até a própria O'Connell já me defendeu daquela ruiva nojenta, e você sempre de boca fechada né — Ao sair da empresa me aproximei da rua dando sinal para o primeiro taxi que vi.

—  Você não entende, eu não sei me defender, como vou defender outra pessoa? — A morena segurou minha mão e soltei um tanto avulsa.

— Eu sempre te defendi de tudo, mesmo que eu não saiba fazer isso, eu sempre tento — Entrei no taxi falando o endereço do meu apartamento.

— S/n! — A sulewski gritou meu nome mas logo o taxi se afastou, encostei minha testa na janela sentindo um nó na garganta.

Fazia já uma semana que não conversava com a sulewski, a empresa estava em bastante silêncio a muito tempo, e todo o clima chuvoso da cidade deixava mais deprê o ambiente. Billie havia viajado para ficar com sua mãe, então finneas como alguém responsável pegou a responsabilidade, apesar de que ele não parece ser um dos mais profissionais, não consegue esconder a postura cansada e olhos inchados.

Evitava de fazer muitas perguntas para ele sobre billie, mas nos primeiros dias que a mesma zarpou eu liguei diversas vezes mas todas cairam em caixa postal, não sabia se ela estava chateada com a rejeição no elevador ou se aconteceu algo realmente grave.

Estavam sendo dias que meu corpo não queria sair da cama, como se uma parte de mim tivesse morrido, não havia percebido o quando a felicidade e a arrogancia de Billie me mantinha de pé todos os dias, esqueci de como eu era antes dela.

Estava voltando para casa andando em uma terça a noite, precisava espairecer os pensamentos mas a chuva forte so os piorava, era como se tivesse uma tempestade no meu consciente, dizendo mil coisas que eu errei e que deveria ter feito o certo, cheguei até mesmo a me culpar pela mãe de Billie mesmo não tendo ideia do que a atingiu.

Em um instinto natural olhei para trás e vi um carro preto me seguindo, meu coração acelerou com a dose de adrenalina e comecei a andar mais rapido e o carro acelerou mais, faltava muito para meu apartamento e não conhecia ninguem que pudesse me ajudar, estava em desespero.

Mas então mesmo não sendo a escolha mais inteligente por eu ser muito mais lenta que um carro, corri, minha visão se embaçava com a chuva e levava minha mão aos olhos no objetivo de manter um bom ponto de vista. O carro não desacelerava so pisava mais ainda no acelerador, eu estava assustada e não parecendo muito adulto de minha parte eu comecei a chorar. Não saia um grito de minha boca, era como se tivesse perdido minha voz, até que tropecei na calçada caindo no meio da rua e a luz do carro me cegou praticamente, e quando achei que meu destino estava feito o carro parou e saiu alguem desconhecido com um guarda chuva.

— S-Socorro — Tentei mas saiu praticamente um sussuro e quando a figura se aproximou largou o guarda chuva na mão e belos cabelos platinados e um par de olhos azuis encontraram os meus.

— S/n... — So escutei isso antes de apagar totalmente naquela rua.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐅𝐄𝐓𝐈𝐒𝐇 - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora