02. A morte do rei.

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Visenya negou ajuda para tomar banho. apreciava a ajuda de criadas para com os cabelos, mas quando se tratava de banho, ela fazia sozinha.

tinha vergonha do corpo cheio de cicatrizes, as que foram feitas por outros, e as que ela mesma fizera.

o banho foi demorado, a água quente esfriou, e ela só saiu pois tinha coisas a fazer. vestiu uma camisola, e um robe, os cabelos soltos e pés descalços quando ela saiu do quarto.

lembrava onde era o quarto do pai, dormira lá algumas vezes quando pequena. não havia guardas, quase como se não ligassem para a segurança do rei.

ela entrou no quarto e parou quando chegou às cortinas, respirou fundo antes de entrar, e um trovão cortou o céu.

ela se aproximou da cama, Viserys estava deitado.

'Rhaenyra?' - ele perguntou.

'Visenya, pai.' - ela disse, e a voz saiu baixa.

'ah sim, minha pequena Visenya..' - ele parecia estar sob efeito de algo.

'por que fez isso comigo? por que me deixou lá sozinha a vida toda?' - ela se aproximou da cama, as mãos fechadas em punho.

ele puxou o ar se forma ruidosa.

'enquanto me castigavam por ter matado minha mãe você fazia mais filhos.' - ela acusou, e ele piscou, não conseguia falar - 'eu precisei de você!' - ela estava irritada.

ela queria que ele dissesse algo, mesmo que só gritasse.

Viserys moveu a mão na cama, levantando-a.

'você me abandonou como se fosse nada mais que uma bastarda.'

'não.. não é verdade.. a escrevi toda semana, aos sábados.. você sempre me respondeu.. sempre contente..' - ele disse, ela podia ver a língua dele se movendo pelo buraco na bochecha.

ela piscou.

'não. eu nunca sequer ouvi de vocês. nunca.'

Viserys tossiu, e outro trovão cortou o céu. Visenya abriu as mãos, não conseguindo mais suportar a dor das unhas cortando a palma.

'amei sua mãe tanto, Visenya.. você iria amá-la também.' - ele sussurrou.

ela sentiu um frio na coluna. ela estava completamente fora de si. sempre soube qur queria vingança.

e agora, ali, queria chorar. queria cair no chão e gritar, espernear como uma criancinha até que ele levantasse e viesse a acalmar como fazia quando criança.

'eu apenas, queria a paz.. entre todos.. era oque ela queria, pareceu uma boa idéia..' - ele voltou a dizer - 'mas perdi Rhaenyra, Alicent.. você me fez mandar embora minhas filhas.. minha Rhaenyra.. minha Visenya.. por favor..'

ele começou a balbuciar coisas desconectas, Visenya o olhou, não era o pai que ela conheceu um dia, o homem bondoso que a contava histórias e a colocava para dormir.

ele estava morrendo. estava velho e sem consciência própria. ela engoliu o choro que subia pela garganta e negou.

Visenya saiu do quarto, sem olhar para trás, correu pelos corredores até as torres, subiu na mais alta e saiu para fora.

estava frio, chovendo forte.

'Dreadmare!' - ela chamou, a chuva forte começando a molhar seus cabelos e a roupa. ela começou a tremer.

o dragão rugiu, se movendo em cima da torre, ele se moveu para trás, e o rabo espinhoso surgiu na visão dela.

Visenya subiu no parapeito de pedra e se agarrou ao rabo de seu dragão, começou a escalá-lo, usando os espinhos como apoio, outro trovão e ela escorregou, cortando o braço.

The Targaryen Witch || Visenya TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora