11. Maldita filha do demônio.

3K 329 20
                                    

Visenya desceu os breves degrais do salão, ciente dos olhares em si, o sacerdote voltou a falar rapidamente, e ela começou a caminhar tranquilamente pelo salão, iria chegar até onde a irmã estava, mas não podia, e nem iria passar pelo meio.

não queria a atenção das pessoas sobre si.

quando passou por Aemond, ele esticou a mão e tocou os dedos dela, queria chamar sua atenção. Visenya continuou até parar ao lado de Jace e Luke.

ela o deu uma olhada de canto, e ele não estava disfarçando quanto a olhá-la.

'está bonita tia Visenya.' - Jace disse, sorrindo para ela.

'você também, Jace, obrigada.' - ela agradeceu o sobrinho, Luke sussurrou a mesma coisa e ela agradeceu-o também.

o sacerdote falou por longos e longos minutos, abençoando e contando histórias que faziam todos os convidados rirem.

Visenya começou a prestar atenção só quando ele começou a abençoar a coroa de Rhaenyra, então, Daemon, que estava de pé perto das filhas, cutucou as costas de Visenya.

'ela quer que você a coroe.' - ele sussurrou, e Visenya olhou para trás.

Rhaenyra a ofereceu um sorriso tranquilo.

o qual Visenya retribuiu com um sorriso sugestivo.

ela deu um passo em direção à irmã, e as tochas que iluminavam o lugar ficaram negras. para mostrar que os Blacks estavam no poder. então vermelhas, para mostrar também, que os Targaryen estavam no poder.

e por último, roxo. exatamente quando Visenya parou atrás de Rhaenyra.

as tochas oscilaram e voltaram à cor normal.

o sacerdote evitou encostar em Visenya quando a entregou a coroa, e se afastou.

ela passou os polegares pelo metal da coroa, a transformando.

de uma simples coroa de um rei morto, para a coroa que Rhaenyra devia usar.

sete pontas negras se uniam a uma estrutura no centro, a cauda de um dragão enrolada em cada uma das pontas, Visenya coroou a irmã, e fechou os olhos enquanto o fazia.

'qualquer alma que tente machucar quem usa essa coroa, cairá em exílio no fogo do inferno por toda a eternidade, a partir do momento que o pensamento a ocorrer.' - ela sussurrou, deixando a coroa sobre os cabelos brancos da irmã.

a coroa se ajustou na cabeça de Rhaenyra, ficando do tamanho perfeito.

Visenya sorriu.

Aemond a observou.

'Maldita filha do demônio.. chama tanta atenção ao próprio corpo quando uma puta da rua de seda.' - Sir Criston disse, com uma cara de nojo aparente.

Aemond demorou dois segundos para processar a informação. ele puxou a própria espada e separou a cabeça dele do corpo, ao mesmo tempo em que as pessoas começaram a aplaudir Rhaenyra.

o príncipe encarou o corpo de seu treinador cair no chão, observou a expressão no rosto morto, era nojo. morreu sentindo nojo. e isso lembrou a Aemond o motivo de ele ter o matado.

foi o suficiente para a pontinha de remorso ir embora.

ninguém percebeu o corpo caido atrás da mesa, ou a poça de sangue que começou a se formar. poça essa que Aemond conteve com a própria capa.

apenas Otto viu, e deixou o salão de forma rápida.

o jantar foi longo, cheio de danças e diversas músicas, Visenya ficou sentada, comeu pouco, conversou pouco. não dançou. não gostou da música.

esperou até que as criadas levassem as crianças mais novas para a cama e saiu. queria ver Dreadmare.

ela andou devagar propositalmente, queria ver se Aemond viria atrás de si.

e ele veio.

ela viu os cabelos prateados no lance de escadas superior, e riu baixo, se encostou num pilar na ponta da escada e esperou.

a expressão dele estava fechada. parecia irritado.

'oque você tem?' - ela perguntou, enquanto ele descia os degrais, vindo em sua direção.

Aemond não disse nada, apenas segurou o queixo dela entre os dedos, como ela havia feito com ele dias atrás, e a beijou.

Visenya o viu fechar os olhos, e sentiu a mão dele a puxar mais para perto pela cintura.

ela havia decidido à muito tempo que não se permitiria sentir. apenas ódio.

mas tesão não era um sentimento.

ela retribuiu o beijo, deixando os dedos subirem até os cabelos dele. eram macios.

estavam os dois no mesmo degrau da escada, ele com o corpo curvado ligeiramente para frente, para que pudesse beijá-la.

ele parou o beijo. mas não se afastou dela. Visenya sentiu um arrepio quando ele soltou o ar contra sua boca.

'quero que venha comigo para um passeio.'

'um passeio..' - ela disse e ele assentiu, passando os lábios pela bochecha dela, gravando na própria mente o perfume que só ela tinha.

'seu dragão está com saudades. vai fazer bem levarmos ele e Vhagar a um passeio.'

ela o encarou, e assentiu. não tinha por que não aceitar. 

Aemond a soltou devagar, e sorriu de um jeito que a fez querer agarrá-lo outra vez. ele era sim, um homem muito atraente.

quando ele começou a descer as escadas, Visenya se deixou reparar no corpo dele, as coxas fortes, os ombros largos.

ela imaginou algumas cenas impróprias na cabeça, e o seguiu. descendo as escadas atrás dele.

não demoraram muito a chegar ao poço dos dragões, Dreadmare rugiu de um jeito completamente descontente, afastando dele.

ela umideceu os lábios e se aproximou.

'rytsas arlī, Dreadmare.. issi drějī daor kirini. nuha hontesse.. biarvose.' - ela disse, sabia que ele estava infeliz, e o agradeceu por ser paciente.

Aemond montou Vhagar e a levou para fora enquanto Visenya acalmava seu dragão.

ele a deixou a montar depois de alguns minutos, e ela o guiou para fora.

'sovēs, Dreadmare!' - ela disse, inclinando o corpo para frente, Dreadmare bateu as asas e levantou voo, rugindo para quem quer que ouvisse.

a lua estava redonda e no meio do céu.

Aemond liderou o caminho, levando Vhagar, e Visenya o seguiu.

The Targaryen Witch || Visenya TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora