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Taehyung.

A universidade de Pyusan sempre tinha alguém na boca. Até semana passada comentavam sobre o fato da Yan não parar com um cara por mais de uma semana. Na retrasada, era sobre as teorias de que Jake não tomava banho, porque sempre estava com as mesmas roupas e fedia a chulé.

Todo mundo tinha a sua vez na boca daquele povo. Não importava se você era popular, excluído, nerd, jogador de basquete, líder de torcida, metido a bruxaria ou servo totalmente dedicado do deus cristão, alguma hora chegaria a sua vez, principalmente se você fosse um novato.

- Ouvi dizer que ele se transferiu para cá por ter pichado o carro do diretor da UEB.

- É isso que você ouviu? Tá errado! Parece que ele pichou a casa do diretor, roubou o gato da família pra pregar uma peça e, por isso, foi expulso. Soube até que passou uma noite na cadeia!

Tinha um novo aluno na minha turma de gestão financeira, e eu sabia disso porque todos estavam comentando sobre ele. Não sabia de nomes, nem como era, mas sabia que era o novo caluniado da vez. As vezes - na maioria das vezes - os boatos eram aumentados, elaborados no papel, muito bem pensados para acabar com a boa fama dos novatos. Talvez o novato fosse, mesmo, um meliante. Ou talvez fosse apenas um cara legal que teve que mudar de universidade por dificuldades financeiras de sua família. De qualquer forma, eu não cheguei a descobrir, porque odiava frequentar gestão financeira e preferia passar meus períodos na cafeteria da esquina junto do meu amigo, Seokjin, e do meu namorado, Yoongi.

- É impressionante! - Seokjin arregalou os olhos, com a boca cheia de pão, indignado com a vida. - O pessoal de Pyusan é tão acomodado que prefere inventar boatos sobre um novato ao invés de começar a se perguntar se temos um serial killer nessa merdinha de cidade!

- Que serial killer o que. - Yoongi resmungou e me deu um amendoim na boca. - Se a polícia diz que é suicídio, por que você insiste em dizer que foram homicidios?

- Você acredita mesmo em tudo que a polícia diz?

- Foram suicidios, porque tem provas.

Antes que meu amigo rebatesse, eu me intrometi:

- Eu sei que Sunmi era sua conhecida, Jin, e isso te deixou meio paranóico, mas essas coisas acontecem até mesmo nessa "merdinha de cidade". Além do mais, já faz quase um mês desde a última morte. Sua teoria não era de que o padrão era uma morte por semana?

Seokjin apenas suspirou e encostou-se no banco. Ele parecia mais interessado em comer seu pão do que em me responder, porque era um orgulhoso que odiava reconhecer estar errado. Se eu conhecia ele, sabia que não desistiria de sua teoria por enquanto. Mas se não estava falando, era melhor que eu não o incitasse.

- Porra. - Yoongi franziu o cenho para o celular.

- O que foi? - me inclinei para ver.

Era uma mensagem de um colega de gestão financeira avisando que teríamos teste surpresa e que era melhor que chegássemos em dez minutos. Por, aproximadamente, um minuto e meio, Yoongi e eu nem nos mexemos. Depois, quando nos tocamos o quão ferrados estávamos, saímos daquele estabelecimento com uma pressa impressionante.

- Ei! Eu não vou pagar tudo, seus merdi-...- Seokjin tentou protestar, mas já nem ouvimos o resto.

A sorte era que a universidade era perto, mas ainda assim Yoongi e eu tivemos que correr o máximo que conseguíamos para chegar na sala.

- Por um minuto! - ele sussurrou para mim enquanto caminhávamos por entre as carteiras, procurando as nossas. - A gente é, tipo, muito rápido.

Dei risada, achando-o bobo, mas concordei com um balançar de cabeça.

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