Circo de La Mortis

2.

Taehyung.

— Eu tenho uma surpresa pra você. — Yoongi pigarreou assim que eu abri a porta. — Tcharam! Seu chocolate favorito. E flores bregas que vão morrer em dois dias!

Eu tinha brigado com Yoongi porque ele não era muito romântico e eu andava vendo muitos doramas no auge da glicose. Não tinha sido uma briga de verdade, mais uma reclamação porque, no início do namoro, ele era um grudento que fazia declarações em público e sempre inventava de comemorar os "mêsversários". De qualquer forma, ele levou bem a sério, porque eu ignorei ele a tarde inteira (só porque decidi que tinha que criar vergonha na cara e estudar gestão financeira), então foi me visitar no final da tarde com carinha de pidão.

— Hunf. — me fiz de difícil.

— Para, vai! Pega...

— É de coração?

— De coração! Puro love.

Dei risada e peguei o buquê e o chocolate, me sentindo super mimado.

— Obrigado, amor. — acariciei sua bochecha. — Mas só pra você saber, eu não tava bravo de verdade.

— Acha que eu não te conheço, Taehyung? — ele arqueou a sobrancelha e entrou em casa. — Eu sei que não! O que você tava fazendo? Tem tempo pra mim agora ou serei obrigado a ficar encarando o teto?

— Hummm... Eu vou ver se tenho tempo pra você na minha agenda.

Fechei a porta e fui até a cozinha para arranjar um vaso e colocar as flores. Fiquei um bom tempo arrumando-as, enchendo de água e admirando, e, quando voltei para a sala, Yoongi estava deitado de qualquer jeito no sofá, devorando o meu chocolate.

— Nossa, como eu te odeio. — fiz uma careta e dei um chutinho nele pra me dar espaço pra sentar, mas, ao invés disso, ele me puxou com tudo e me fez cair deitado nele. — Para, bobão!

— Não! — ele me apertou e me deu um beijo demorado na bochecha. — Eu tinha pensado em chocolate quente, filme e cobertor. Tá a fim?

— Sempre. — assenti. — Só a gente ou chamo o Jin?

— Só a gente! Você não tava reclamando que não ficamos juntos mais, ein?

Fiz uma caretinha e mostrei a língua. Ele fez o mesmo.

— Eu tava estudando. — mudei de assunto, acariciando seu braço. — Gestão financeira. Foi muito legal da parte do novato em me ajudar no teste, mas duvido que ele vai fazer isso de novo. Então, blé, tenho que estudar.

— Eu ainda tô inconformado que você ganhou cola e eu não.

— Vai ver ele te achou com cara de inteligente.

— Ou te achou gatinho.

— Há. Não duvido. — dei uma piscadinha.

Ele cutucou minha cintura, me fazendo encolher pelas cócegas, e disse:

— Ele que é o novato que dizem que pichou a casa do diretor da UEB, né? Aposto que é mentira. Ele parece gente boa.

— Eu vou procurar ele amanhã pra agradecer. Hoje, assim que acabou o teste, ele já foi embora! Nem deu tempo, poxa...

— Só toma cuidado ou vai virar fofoca também.

Soltei um risinho e disse:

— Ah, relaxa, eu já virei ano passado, lembra? Me chamaram de puta, e, você, de corno. Belos tempos.

— Bati no engraçadinho que começou isso, mas não adiantou de nada. Fico com raiva só de lembrar. Parece que continuam na quinta série.

— Já passou. Acalma o coração. — beijei seu queixo. — Mas eu sou meio puta mesmo. Só com você.