14.

54 10 14
                                    

Taehyung.

Enquanto Seokjin se arriscava no matadouro, eu deitei o banco do carro, peguei meu celular e fiquei jogando joguinho. Passados dez minutos, enjoei e fiquei rolando a tela no TikTok, totalmente desocupado. E passado mais um tempo, enjoei novamente e fiquei enchendo Yoongi de mensagens, mas ele nem tava visualizando.

— Meu Deus, que demora! — resmunguei sozinho. — Capaz dele ter sido preso mesmo.

Bem na hora que eu terminei a fala, a porta do carro abriu bruscamente e Seokjin entrou e sentou no banco de carona ao meu lado.

— Ai, porra. — pus a mão no peito, meio em choque por sua chegada repentina. — E ai? Como foi?

Seokjin encostou-se no banco de braços cruzados e uma carinha brava, além de que ele parecia um tanto vermelho.

— Aquele cara é abusadinho demais. — ele retrucou. — Mas fiz a minha parte e ele disse que vai sair, agora é só esperar pra ver se ele consegue mesmo.

— O que ele fez?

— Me beijou pra ser uma despedida convincente.

— Eita, mama i'm in love with a criminal. — provoquei e soltei um risinho, mas segurei quando ele me lançou um olhar mortal. — Ok, ok. — levantei as mãos em rendição. — Ele continua gato pelo menos?

— Claro que sim. Mas parecia meio acabado, provavelmente se envolveu em alguma briga.

— Ouvi dizer que o tratamento nos presídios é péssimo. Vai ver os policiais tavam usando ele de saco de pancadas.

— Enfim — ele deu de ombros. —, isso não importa. Ele começou a me contar umas paradas sobre o circo e eu gostaria muito de saber mais, mas acho que ele vai me enrolar e a gente nem tem muito tempo antes do tsunami.

— Ai, que nervoso. — respirei fundo. — E se a gente não conseguir? Hoseok e Yoongi estão brigados, eu queria pelo menos morrer junto deles.

— Que horror, Taehyung. — Jin me bateu. — Não fala essas coisas, ninguém vai morrer.

Soltei um risinho, mas eu tava com pensamentos meio mórbidos e sentimentais mesmo, então me virei pra ele e disse:

— Tá, ó, pro caso da gente morrer, quero que saiba que eu te trato pior que uma barata as vezes, mas você é meu melhor amigo e eu te considero pra caralho.

Seokjin provavelmente ia me xingar pela declaração repentina, mas ambos ficamos com o cu na mão quando vimos um policial super suspeito vindo rapidamente até nós.

— Fodeu. — Jin murmurou.

O policial veio até o carro e ambos prendemos a respiração, já imaginando que seríamos detidos ou algo do tipo, mas aquele policial apenas abriu a porta do banco de trás, entrou e tirou o chapéu, mostrando que era ninguém mais que Namjoon.

— Que susto, homem! — pisquei rapidamente. — Eu deveria perguntar como você fez pra fugir tão fácil assim?

— Apenas um truque de mágica. — Namjoon sorriu levemente e encostou no banco, então olhou para Seokjin, mas não teve o olhar retribuído. — Tá, onde nós vamos agora?

— Hospital. — respondi. — Hoseok ainda não teve alta, então vai ter que ser lá.

— Beleza.

Liguei o carro e saímos de lá. A prisão era claramente o lugar mais afastado de Pyusan, no final da cidade, então era quase uma viagem pra voltarmos ao centro. Eu preferi ligar o rádio depois de cinco minutos de silêncio absoluto pelo clima extremamente esquisito entre Seokjin e Namjoon.

Circo de La Mortis Onde histórias criam vida. Descubra agora