9.

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Taehyung.

A garçonete colocou uma xícara de café em minha frente e outra na frente de Seokjin. Ele tava meio inquieto, preocupado com a sua mãe, e eu inquieto preocupado com o mau presságio dos pássaros mortos. Ainda assim, quisemos nos encontrar na cafeteria de sempre.

Não tava nos meus planos matar aula nesse dia. Inclusive, eu fui à universidade e até entrei na sala junto com meu namorado e Hoseok, mas não consegui me concentrar em nada e aproveitei quando Jin me mandou mensagem pra sair dali.

— Queria dizer que senti falta de Yoongi aqui, mas vocês dois andam num grude nojento. — Jin comentou. — Por que ele não veio?

— Ele tem faltas demais, falei pra não vir. — tomei um gole do café.

— E ele te obedeceu? Uau.

— É que agora tem o Hoseok pra me ajudar.

— Hum... — Jin virou um pouco de açúcar em sua xícara e mexeu lentamente. — Vou ter que ser apresentado a ele de novo, já que vocês meio que tão namorando.

— Podemos marcar um dia. Aí você leva o seu "meio que namorado" Namjoon.

— Nem perto de "meio que namorado".

— Aposto que você quer.

— Talvez. — ele tomou um gole do café, fez uma careta e jogou todo o resto do saquinho de açúcar. — Eu gosto dele. Ele é mais atencioso do que parece. Todo dia eu recebo uma mensagem de bom dia ao acordar, perguntando como eu estou e se minha mãe melhorou.

— Um fofo. Você devia chamar ele pra sair de novo.

— Eu até queria, mas a saúde da minha mãe ainda não estabilizou totalmente por mais que ela tenha sido mandada pra casa. E eu tenho medo de sair e algo acontecer de novo, não quero que Seola passe por isso sozinha mais uma vez.

— É, você tem razão. — apoiei o queixo em minha mão. — A não ser que você o convide pra ir à sua casa.

Seokjin parou de mexer no café, realmente ponderando a ideia, e disse:

— Até que não é uma ideia ruim. Eu poderia preparar um jantar.

— Perfeito, minha mãe sempre disse que a melhor forma de conquistar um homem é pela barriga. — falei com sabedoria. — Mas ele já tá tão na sua... E ele sabe que você é pobre, não vai levar um pé na bunda igual levou do Thomas.

— Uau. — Seokjin deu risada. — Obrigado pela sensibilidade. Fã ou hater?

— Achei que já soubesse que sou seu melhor e pior amigo. — brinquei. — Ah, mudando de assunto, eu preciso tagarelar sobre isso porque parece que mais ninguém tá dando bola: você ficou sabendo que teve uma chuva de pássaros mortos na rua de casa? Isso foi, tipo, há três dias. Achei que estariam todos comentando por ser cidade pequena, mas pelo jeito isso é normal pra essa gente.

— Cara, eu nem ouvi falar. Como assim chuva de pássaros mortos?

Desde que aconteceu aquilo dos pássaros, nem Hoseok e nem Yoongi quiseram comentar sobre aquilo. Hoseok era o que menos dava brecha para o assunto, e eu só podia conter minhas preocupações pra mim.

Cara, como que pode a cidade inteira não estar fazendo um escândalo com isso? Cadê os crentes berrando sobre o fim do mundo?

Se ninguém queria me ouvir, o melhor ouvinte seria Seokjin. E não só porque ele era um ótimo amigo, mas porque ele era o maior maluco das conspirações entre nós. Então eu contei:

— Foi do nada! Só começou a cair um monte de pássaro morto do céu e a rua ficou inteirinha infestada. E o mais bizarro é que foi só lá. Eu sei que meus vizinhos ficaram tão apreensivos quanto eu porque presenciaram aquilo, mas quem só ficou sabendo depois acredita que foi um acidente de um bando de pássaros batendo em um avião ou algo assim.

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