Chegou em uma noite o eclipse
Quando todos esperavam mais um amanhecerConfundiu os astros e mudou o curso do dia
Dezenove anos
Ainda escurece os dias que eram do Sol
Tua sombra ofusca e jamais se converte em luzPor que eclipse? Por que não crepúsculo ou lua cheia?
Eclipse não fica tanto quando deve ficar
Não está onde é seu lugar
Faz com que a lua deteste o marLunar, nunca solar
Um dia sumirá
E seu sumiço catártico fará todas as epifanias se destacarem
E a Lua voltará ao MarQuando o Eclipse se for, não peça que volte
Não inveje o evento incomum depois de extinto
Não peça por sua existência quando já tarde for
O Eclipse, talvez hoje, já se acabouSe realmente o amasse, não entraria em casa quando ele chega
Não só pela janela, o encontraria na noite, onde o ecplise é si mesmo por inteiroCacos de vidro refletem suas marcas de desgosto
Seus rompimentos espontâneos se alastram e irritam a genteClaramente incapaz de consertar suas próprias falhas, encontra no vazio uma fatídica solução
Partir-se até eventualmente não se ser mais capaz de distinguir a própria formaAssim agrada aos eufóricos
Montando um belo espetáculo ao quebrar-se pela última vez
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Carta aberta para toda história que talvez eu nunca escreva
PoetryPalavras são peças de um dos jogos mais elegantes e excitantes que há. Quantas frases posso formar? Quantas subversões sou capaz de criar? Palavras são um vício, e vício leva à perdição, e perdição leva à catástrofe, e catástrofe só pode acabar em t...