Desabilitar

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– Para quem não queria de forma alguma correr, você está bem animadinho, hun? – a voz anasalada zombou gargalhando.

Minho não conseguiu expor mais seu mal-humor do que mostrando sua cara fechada e as sombrancelhas franzidas.
As roupas que vestia era o contraste daquele rosto puto da vida, pois enquanto sua feição era irritada, suas vestes eram um pedaço de mal caminho.

Minho raramente se empolgava em parecer um homem gostoso, geralmente era só vestir qualquer coisa e já vinha gente chovendo dos céus, mas dessa vez, vestiu uma blusa preta transparente com detalhes de rosas em renda da cor preta também, por cima, vestiu uma jaqueta de couro, uma calça do mesmo tecido e cor da jaqueta preta e um par de botas do mesmo tom.

O incrível é que em qualquer um, a roupa pareceria digna de um assalto na esquina ou uma festa com drogados e bêbados, talvez uma boate gay ou um bordel, mas em Minho, justo no corpo de Lee Know, as roupas ficavam apenas mais sensuais.

O homem se sentou na capô do carro com a mesma cara de bunda de mais cedo, ignorando qualquer existência ao seu redor, incluindo de Changbin, que não parava de zombar do homem gostoso a sua frente.

O som estardalhoso do freio soou, Minho sentiu o coração acelerar quando o carro neon quase passou por cima de seu corpo em uma curva arriscada, além de quase raspar no paralama de seu carro, quando o rapaz de cabelos castanhos claros e um sorriso animado saiu do carro, Minho simplesmente compreendeu o que ele havia insinuado sobre "suicida das pistas".

– J.One! – óbvio que Sei Changbin conheceria ele... Que merda estava esperando, afinal? – Se tocasse no carro dele, sabe que ele ia te comer na porrada, não sabe?

– Se ele me comesse de novo, até parece que eu ia reclamar. – o sorriso animado do homem sequer condizia com as palavras xulas que dizia, ele era uma figura... – E aí, Lee Know? Pronto?

– Eu não sei se realmente estou... – sussurrou o Lee, desviando o olhar para o som de buzina que ouviu.

Um carro negro estava parado ao lado de um carro azul, era curioso o fato daquele carro ser extremamente familiar.
O carro azul disparou na partida e o carro preto acelerou apenas o suficiente para se livrar da multidão e o Nitro foi atingido de cara, enquanto manobrava em torno de si mesmo e acelerou com um fodido movimento pior que o de Jisung a segundos atrás.

Os olhos de Minho se arregalaram, enquanto encarava o carro sumir entre a esquina e outra mais a frente.

– Aquele carro... – sussurrou confuso, cruzando os braços contra o peito.

– Não é o carro do... – o Seo sequer terminou, haviam mais dois carros pretos seguindo em direção daqueles dois da corrida.

O Seo e o Lee se encararam de orbes arregaladas, enquanto Jisung por sua vez olhava a direção dos carros com os olhinhos apertados, como se tentasse enxergar algo a distância ou de lembrar de algo importante.

– Não são da Mafia Japonesa? – murmurou o Han confuso – O que a Máfia Japonesa faz aqui?

– Talvez seguir o filho mais novo do dono da Mafia Coreana? – Changbin respondeu sarcástico, voltando a atenção ao Lee – Seu irmão é louco de vir para um Racha fiscalizado regularmente e ainda vir com o carro do seu pai? Um carro grampeado por dezenas de máfias!!!

– Eu nem trouxe meu irmão! – Minho se defendeu confuso, tanto quanto os outros dois presentes – Puta merda... Eu vou apanhar de novo.

– Você vai apanhar e a gente vai é parar na cadeia, ou pior, na sala de tortura da Yakuza! Vamos dar no pé antes das meninas chegarem. – Changbin já se afastava, porém isso deixou Minho curioso – Você não vem?

– Eu estou preocupado com o meu irmão, e outra... Que meninas? Eu não tô sabendo de nenhuma máfia composta por mulheres. – o Lee questionou, não entendendo a cara que Jisung e Changbin faziam para si – Parem de me encarar como se eu fosse verde neon e viesse de outro planeta!

– Não é isso, é que...  Tipo... Elas são famosas no mundo do racha... Nekyo, Miya, Meow, Mill e Milla, os nomes de Racha delas. – Jisung explicou de forma superficial, Minho por sua vez teve a cara de que via um alien. – Não me olhe assim! Não fui eu quem escolheu esses nomes.

– Mas enfim, o que tem elas?

– São elas quem mandam nas corridas, quando há interferência de polícia ou máfia, elas são acionadas e aparecem para despistar. Porém tem um problema... Se ela descobre alguém envolvido com o ocorrido, elas possuem poder o suficiente para desabilitar a pessoa de correr em qualquer racha da Coréia! – Changbin sussurrou, logo indo na direção do seu belo carro, agora, preto com listras verdes em seu lado esquerdo – Enfim, eu não tô afim de perder meu direito no racha. Então estou dando no pé.

– Eu recomendo que faça o mesmo... – Jisung murmurou, o carro do Seo se retirou entre multidões, as pessoas ao redor também buscavam seus carros e sumiam.

Não havia alarme, não havia nada, nem polícia, não havia mais ninguém, todos sumiram rápido demais, deixando para trás o Han e o Lee.

– E você? Não vai? – Minho questionou ao Han, que sorriu ladino antes de se aproximar perigosamente do mais velho ainda encostado no capô.

Os lábios de ambos por centímetros se tocaram, podendo sentir de perto a respiração um do outro.
Os corações acelerados e os olhos inertes em seus mundos provam que eles queriam ir além.

O Han desceu as mãos pelas coxas grossas e marcadas do mais velho, as apertando com prazer em ver a feição dolorosa do mesmo.

– Eu só vou se vier comigo... Tem um motel aqui pertinho...

Not Easy ( Lee Know Centric )Onde histórias criam vida. Descubra agora