Traiçoeiro e Corrupto

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Naquela mesma semana pleno sábado, Lee Know não havia aparecido mais uma vez no Racha.
Hyunjin não sabia mais como correr atrás do perdão do Lee. Imagina se fosse um mal entendido? Se ele fosse inocente, sequer teria a chance de pedir perdão.

Antes de o chamar de preguiçoso, havia até mesmo tentado visitar novamente do homem naquela empresa, porém Yuna não o recebia mais com um sorriso, pelo contrário, em seu olhar queimava ódio e repulsa, estava mal visto sem nem perceber.

Óbvio que a loira iria descobrir, Minho se mostrou como amigo dela naquela vez, pelo telefone ele agiu mais como amigo do que como patrão, ela obviamente estaria a parte do ocorrido.
Outra pessoa que agora cada vez que o via, fechava a cara, era Jisung.
O rapaz bochechudo antes era mil e um amores com qualquer pessoa, principalmente com amigos de Minho, porém repentinamente, cada vez que olhava na cara do Hwang, o Han fechava a cara e o ignorava.

O maior desespero de Hyunjin foi quando estava prestes a atravessar e o carro verde neon cruzou sua frente como uma bala.
O Hwang jurou de pés juntos que poderia infartar naquele segundo, quando viu o carro desacelerar após notar que não havia conseguido atropelar o de fios negros.
O rapaz de fios azuis já desbotados olhou pela janela aberta para o mais alto, aquele mero olhar foi o suficiente para Hyunjin entender o recado.

"Não chegue perto de Lee Know" era o que aqueles olhos diziam.

O Hwang quis chorar, porém se limitou a caminhar para a própria casa e se encolher sobre a propria cama, chorando como uma criança abandonada.
Seu pai sequer questionou quando viu o filho entrar às pressas, quando ouviu o mais novo chorar de soluçar, seu coração apertou.

– Meu amor, abre a porta, vem conversar com o papai. – o Hwang mais velho ofereceu-se de bom agrado, o som da porta destrancando logo soou, com o mais velho entrando naquele quarto mal decorado e se sentando sobre a cama do filho – Conta para o papai. O que aconteceu? Foi aquele homem?

O Hwang mais novo fez o enorme biquinho dengoso de sempre, seus olhos já se encheram novamente de lágrimas, votando a chorar apenas por lembrar do homem.
Nesse instante Hyunjae percebeu que seu filho chorava por coração partido.

– O que aquele homem fez? Hun? Conta para o papai. – o homem acariciou os fios longos do filho, vendo o mesmo engolir seco, fungando lentamente de puto dengo.

– Ele... Não fez nada, papai... Fui eu... Eu... Eu o traí... E ele descobriu... Eu me arrependo tanto... – as lágrimas voltaram a escorrer, o carinho se cessou em seus fios, o homem o encarou com as sombrancelhas franzidas.

O olhar magoado corroeu os olhos de Hyunjae, traição era a palavra que mais doía o peito desse homem.
Sua cabeça o pregou peças, as imagens do marido se masturbando vendo o filho tomar banho, aquilo foi nojento, repulsivo e horroroso.
O término do casal ocorreu no mesmo dia, Hyunjae se mudou e levou o filho que na época só possuía 12 aninhos consigo, deixando aquele homem nojento para sempre.

– Ele não vai mais querer me ver, não é, pai? – o Hwang mais novo perguntou, tirando o pai dos pensamentos profundos e tristes.

Hyunjae segurou as lágrimas, mantendo um sorriso fraco enquanto se levantava.

– Tive uma idéia. Vai tomar um banho que o papai vai comprar sorvete, pode ser? Vamos assistir um filme. – o mais velho se retirou do cômodo sem responder as perguntas do filho, era óbvio que o homem não iria ver mais seu filho, não iria confiar e nem acreditar em uma palavra sequer dele, afinal, uma vez que traiu a confiança, reconquistar o perdão é quase totalmente impossível e Hyunjin sempre teve uma tendência a não correr atrás de perdão.

O rapaz de olhos lilás não pareceria também alguém que perdoava facilmente, isso apenas confirmava as expectativas baixas do pai.
O suspiro desanimado escapou de si conforme se aproximava da sorveteria, seu filho estava em uma situação péssima...

[...]

– Eu quero te pedir um favor. – a voz grave soou como um sussurro, os olhos negros fitavam os olhos azuis, o sorriso sarcástico estava esboçado como uma pintura no homem mais baixo.

– Lee Yongbok me pedindo um favor? É muita cara de pau. – o Seo gargalhou baixo, sentindo os dedos carinhosos tocarem sua pele diante do olhar irritado de Felix – Calma, amor, deixa eu conversar primeiro.

– Estou com o pau na sua bunda e você quer conversar com ele? Me sinto trocado. – Jeongin gargalhou, sorrindo ladino antes de voltar a atenção a pele suada do namorado.

– Terá uma corrida nas pistas da colina e eu quero que coloque Know contra mim. Meu pai o ameaçou para nunca mais correr, eu o quero correndo, não importa o que eu faça, Know nunca aceita. – o Lee resmungou, querendo sair logo dali e evitar ver a pouca vergonha a sua frente.

– Você não me engana, garoto. Me fala logo o que realmente está tramando e eu vejo que eu aceito ou não. – Changbin disse cruzando o braço sobre o peitoral exposto.

O sorriso ladino escapou do Lee, realmente Changbin sempre foi ótimo em ler as pessoas.

– Certo... Tem um garoto que eu quero, mas meu irmão é um problema para mim... – o Lee comentou superficialmente, atraindo finalmente a atenção dos dois sobre si.

– Mas aí é que está... Minho e aquele garoto misterioso não estão mais juntos. Jisung me contou. – Jeongin respondeu confuso.

– Se Minho tivesse abandonado esse garoto, ele não estaria evitando as pistas. Know merece um pequeno... Choque de realidade  – o Lee disse se retirando em passos lentos, porém parou contra a porta, sorrindo antes de olhar por cima dos ombros para o casal – Não é como vocês se importassem com o bem estar dele.

Not Easy ( Lee Know Centric )Onde histórias criam vida. Descubra agora