Como matar o homem mais forte do mundo?

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Shen Jiu sabia que se quisesse ser mais do que uma pedrinha no sapato do “Grande” Luo Binghe, ele precisaria se tornar mais forte. E quem melhor do que o braço direito do imperador, o demônio mais poderoso depois dele, Mobei-Jun.

Mas Mobei-Jun era completamente fiel a Luo Binghe e nunca ajudaria Jiu a ir contra ele, então precisaria usar essa lealdade a seu favor.

— Irmão Gelado, pode me ensinar a ser forte como você? — Jiu pediu, se esforçando para parecer um discípulo encantado com o mestre. Estava velho demais para chamá-lo de Irmão Gelado, mas confiava na falta de conhecimento humano de Mobei-Jun para tornar aquilo menos vergonhoso. — Luo-gege já me salvou tantas vezes, então eu quero me tornar alguém forte o suficiente para protegê-lo.

Não gostava de mentir para Mobei-Jun, mas era a única forma de conseguir a ajuda dele. Se sentia mal em usá-lo assim, mas pretendia achar uma forma de recompensa-lo no futuro. Seu único medo era Shang Qinghua, que ria como se estivesse assistindo um show de comédia.

— Você quer proteger o homem mais forte do mundo? — Shang disse rindo.

— Mesmo que ele seja o homem mais forte do mundo, ainda pode ser ferido, senão, não haveria tantos guardas no palácio — Jiu respondeu, com o olho tremendo de raiva por Shang estar tentando atrapalha-lo.

— Certo, certo, você tem um motivo nobre, sim — Shang disse. — Proteger o homem que te deu uma facada — murmurou consigo mesmo.

Shang deve ter percebido que aquilo era apenas uma historinha para outros propósitos, já que não atrapalhou mais. Talvez ele só quisesse ver o circo pegar fogo ou entendesse sua motivação.

— Por que eu deduraria meu fiel leitor? — Shang disse, lhe entregando o novo capítulo que escreveu. — Ah, não aceito críticas.

— Só porque eu ia reclamar desse título horrível que você escolheu — Shen respondeu, empinando o nariz e bebericando seu vinho. — Vamos ver que atrocidades você escreveu dessa vez.

— Ei! Eu disse sem críticas! — Shang brigou.

— A medicina desse mundo é uma bosta, não dar pra fazer nada sem ter que caçar uma flor rara — Jiu comentou. — E olha só, por coincidência, o protagonista acha ela facilmente. Precisa melhorar esses dramas hein.

— Sem críticas!

— É só uma sugestão, ainda nem reclamei de como tudo acaba em papapa e o protagonista tem um tamanho exagerado demais. Você tem algum preconceito com pepino de tamanho normal? É fetiche?

— Sem... críticas... — Shang chorou.

***

O único problema de treinar com Mobei-Jun era que ele sempre esquecia ou simplesmente não tinha noção de que demônios e humanos são diferentes, logo ele dava a Jiu o mesmo treinamento dos soldados de elite do Norte Demoníaco.

Jiu gostava de receber um treinamento sem privilégios ou corpo mole e se esforçava para atender as expectativas de Mobei-Jun, mas a dor em seu corpo era demais.

O que deixava Shen semimorto ao final do dia e quando ele finalmente conseguia se sentar e servir-se um copo de vinho de arroz, Shang vinha correndo lhe contar o novo capítulo que escreveu para que ele possa avaliar.

Shen Jiu odiava aquela história porque o protagonista o lembrava Luo Binghe e seu jeito garanhão. Só conseguia aguentar ler aquilo a base de álcool.

Mas Jiu nunca o impedia de mostrar porque no fim, somente Shang e Mobei-Jun não o tratavam como uma flor prestes a se despedaçar.

— O que são todos esses livros? — Shang perguntou, se sentando a sua frente e abrindo espaço na mesa para colocar uma garrafa de vinho e dois copos. — Decidiu virar um erudita agora?

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