Entre atuações, músicas e amores

Capítulo 4

A festa ao qual se encontrava, a deixava totalmente perdida. Sentindo-se ser puxada por Eijirou Kirishima, em meio aos adolescentes que estavam dançando, como se o dia seguinte jamais fosse chegar.

Ela sentia-se pequena e fora da sua zona de conforto, contudo, a presença de seu amigo e colega de clube lhe trazia mais tranquilidade.

Já deve ter vindo em outras festas por aqui... pensou primeiramente, enquanto notava a facilidade que ele a guiava pelo recinto, logo após ela ter aceitado uma bebida em questão. Em sua mente, chegou a pensar em outra hipótese, porém, preferiu deixá-la de lado.

Chegando a cozinha, mais uma vez, Mei Hatsume não poupava seus olhares surpresos para as decorações, enquanto suspirava aliviada por ali ter um número reduzido de pessoas. Inclusive, três garotos conversando abertamente sobre algum assunto que não prestou atenção.

Um deles, ao qual possuía cabelos preto azulados, parecia defender seu ponto com certa veemência, quase como se estivesse irritado com os argumentos da outra parte do diálogo.

— Você não pode reiterar o que já foi comprovado equivocado, colega — o homem esbravejava, da maneira mais cortês possível, porém, ainda com a ponta da língua embargada de sarcasmo. — Não vou discutir com você.

Disse por fim, se despedindo da situação e abruptamente virando de costas e enfim encontrando-se nas orbes de um deslumbrante castanho de Mei Hatsume. Ele correu os olhos sem pressa por seus noviços cabelos cor-de-rosa, cedendo os lábios a entreabrir.

— Seu cabelo é tão bonito... — Sorriu para si mesmo. — Eu te conheço de algum lugar?

Mei retribuiu a reação com muita graça, avermelhando as curvas do rosto.

— Mei Hatsume, nós fazemos física aplicada juntos. Vocês... estavam falando de filosofia, não é?

Os dois se encararam por alguns segundos e Mei logo deu uma risada baixa, quase inaudível.

— Sei que não costumo ser tagarela, mas o cabelo rosa me deixou tão diferente? — Seu tom era brincalhão, com um singelo sorriso sendo residente em seus lábios cobertos pelo batom amarronzado. — Garanto que já trocamos mais do que duas frases. Voltando ao assunto, sobre que parte da filosofia falavam?

Mei sentia-se um tanto nervosa em meio àquele diálogo. Com suas mãos indo conforme sua fala, demonstrando sua tensão através dos palmos agitados.

— Impressionante! Sabia que minha memória não tinha falhado.

Ambos em concordância, emaranhados ao indescritível prazer de suas mirabolantes conversas, estas que progrediram rapidamente. Citações dos grandes pensadores ditavam a química e aproximação da donzela e o jovem geek, que discutiam sem papas na língua com uma pitada de um sorriso fugaz a cada fim de frase. Por ora, lhes convinha um impasse, brevemente dissolvidos com um elogio.

Em meio ao seu diálogo animado, mal notaram que naqueles minutos em que pareceram concentrados em um mundinho próprio, algumas pessoas que jaziam no início da conversa, agora não estariam mais em meio a ele.

Naquele meio de caminho, a conversa rumou para outro trajeto, enquanto sentavam-se em um par de cadeiras livres que tinham ali pela cozinha.

— Eu estou cansada de vocês me achando maluca, somente por ter pensamentos e ideias um tanto quanto distintas!

Instantes após proferir tal desabafo, surpreendeu-se com a atitude seguinte de Tenya Iida.

— Não, não! Não foi minha intenção desapontá-la dessa maneira, Mei-chan... Desculpe a grosseria, está bem? — ele falou acovardado. Endereçou o palmo respeitosamente ao joelho descortinado pela saia, acariciando com cortesia.