Stupid Wife - Barbarena

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Boa noite gente!!

Desculpem a demora, eu realmente tô atolada de coisa na faculdade e sem tempo pra nada, mas prometo tentar atualizar isso aqui, pelo menos, uma vez na semana

Enfim, tô feliz demais com o fato desse merda não ter sido reeleito, e por isso, um capítulo de brinde pra vocês... e talvez saia outro ainda hoje também

Boa leitura!!

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Bárbara

O dia amanheceu cinza, completamente coberto de nuvens escuras. Porém, o fato de lá fora estar frio e nublado parece apenas um reflexo do que está sendo dentro dessa casa. Faz exatos três dias desde que Macarena e eu trocamos mais do que apenas algumas palavras. Ela está me ignorando, eu acho que isso ficou claro. Só não entendo o motivo exato, todos estão sofrendo, não é apenas ela. Sei que deve estar sendo difícil, mas não adianta nada me ignorar.

Afinal, como poderei me lembrar das coisas se nós duas não conversarmos?

Eu gostaria muito que todos à minha volta tentassem ao menos compreender minha atual situação. Ninguém parece ter noção de como está sendo tudo isso para mim. Um dia eu simplesmente acordei e descobri estar casada com uma pessoa que eu abominava e que tivemos um filho. E como se já não fosse horrível o suficiente, todos dizem que eu a amava bastante.

Como lidar com tudo isso? É impossível.

Será que ninguém percebe que estou com medo? Pareço ser uma telespectadora da minha própria vida. É sufocante, na verdade. Parece que estou afundando em mim mesma e ninguém pode me salvar desse abismo sem final. Minha mãe ligou hoje cedo, conversamos durante quase duas horas. Tive que aguentá-la falando sobre Macarena. Sim, ela falou o tempo todo daquela estúpida. Dona Sophia realmente parece ser a fã número um daquela mulher. Sinto que perdi minha mãe, ao menos um pouco. Theo e Macarena saíram, lembro-me de ouvi-los comentar algo sobre uma partida de basquete com Santiago e Toni. Pelo menos os dois se dão bem.

Nos últimos dias, desde o fatídico dia em que acordei desmemoriada, a minha única alegria tem sido estar cercada pelo meu filho. Chamá-lo assim se tornou algo tão natural e nada assustador apesar da rapidez em que me acostumei com esse termo e o significado dele.

Um filho. Lindo, inteligente, obediente e muito divertido. Não é possível conviver com aquele pequeno sem ficar encantada. Ele é cativante.

Devo minha sanidade a essa criança. Se eu ainda não surtei, é graças a ele.

Macarena não interage conosco, mas eu sinto seu olhar sobre mim o tempo todo em que estou com ele. São os únicos momentos que a tenho visto sorrir de forma genuína. Ela parece apreciar a atenção que dou a Theo. Não é sacrifício nenhum, para ser sincera, é a coisa mais fácil do mundo apenas ser a mãe dele. Confesso, é um pouco estranho quando ele se refere a mim dessa forma, mas apenas por causa da minha mente presa na adolescência. O meu sentimento por essa criança é imenso.

Mais uma vez estou observando o enorme mural em uma das paredes do corredor no andar de cima. Eu tenho feito esse mesmo ritual de vir até aqui após acordar e ver as fotos durante os dias que sucedem a minha trágica amnésia. Um sorriso involuntário está em meu rosto, é impossível controlar, são fotos realmente boas de momentos memoráveis. Bom, para quem tem as lembranças armazenadas sim, para mim são apenas fotos que parecem mentira. Tem muitas fotos de Theo, uma quantidade infinita que parecem uma cápsula do tempo. Uma delas em especial se tornou minha favorita, é onde o pequeno bebê está encolhido nas costas de um cachorro enorme. Existem outras duas que são muito adoráveis.