O vento batia nas árvores fazendo os pequenos pingos caírem junto a suas folhas. [Nome] estava sentada na cama olhando pela janela, o cobertor cobrindo apenas suas pernas e cintura deixando o resto de seu corpo descoberto.
"De todas as burradas dessa vez eu me superei". Pensava "Ele é tão... Talvez eu esteja louca, mas eu gosto dele. Depois de tanto tempo aqui eu gosto dele" sorriu "Eu realmente gosto desse filho da puta" olhou para o rapaz adormecido ao seu lado "Ele me sequestra e eu me apaixono...". Se levantou vestindo sua calcinha e um suéter cinza, foi até o banheiro, depois de fazer xixi lavou as mãos e o rosto, olhou-se por um tempo no espelho vendo como estava seus rosto e seu cabelo.- Você está uma porcaria hoje. — disse para si mesma — Mas fazer o que né?
Caminhou até a cozinha procurando algo para comer até que alguém resolveu bater na porta. Seu coração gelou, mas não foi algo bom, ninguém poderia vê-la aí. Jamais. Correu até o sofá e se abaixou olhando escondida para a porta, mas viu um homem olhando pela janela, ele tremia de frio e não era para menos, o inverno já estava a caminho. Ele a viu e acenou. [Nome] pode ouvir ele falar "Me ajude!" Então correu até Yeager que ainda dormia.
- Eren acorda! — o chamou aos gritos.
- O que? Você está bem? — disse desesperado.
- Tem um homem do lado de fora pedindo ajuda e ele me viu!
- Fique aqui. — disse se vestindo — E não saia!
Eren foi até a porta abrindo e dando passagem para o homem barbudo de aparentemente 35/40 anos.
- Obrigado. — disse o homem — Eu estava caçando aqui ontem à noite, estava perseguindo um cervo e acabei me perdendo. Caminhei muito pra chegar a estrada, mas acabei chegando aqui.
- Quer um chá? – Yeager ofereceu.
- Sim, por favor.
Então ele foi até a cozinha preparar a bebida para o homem enquanto conversavam. Ele descobriu que o homem se chama Jacob e que não é daqui, apenas veio com a esposa e os filhos para visitar um parente próximo. Mas lá estava [Nome] se aproximando devagar.
- Olá, só vim saber se estava tudo bem. — disse a garota de forma gentil.
- Olá. — disse Jacob depois de tomar um gole do chá — Nos conhecemos?
- Acho que não. — disse Yeager — [Nome] volte para o quarto, por favor.
- Na verdade eu acho que já te vi antes. – dizia o homem com um olhar curioso.
[Nome] estava tão entretida com o homem que nem percebeu quando Eren se afastou indo em direção a estante vasculhando a procura de um objeto em particular.
- Eu realmente acho que nunca nos vimos. – respondeu [Nome].
- Você é a garota da TV! – exclamou o homem.
- Eu sou o que? – perguntou a garota intrigada.
- A garota que havia sido sequestrada, apareceu na BBC. Era uma mentira?
- Não, não, mas é que... – foi interrompida.
- O que está acontecendo aqui?
Antes que dissesse outra coisa, Eren sacou a arma apontando para Jacob.
- Eren! – disse [Nome] espantada.
- Cala a boca! – gritou ele.
- Cara, se acalma. Eu-eu posso ir embora e não digo nada a ninguém! – Jacob estava assustado – Eu tenho dois filhos, uma esposa, eu posso te dar dinheiro, meu carro, o que quiser cara, mas abaixe essa arma.
- Não me diga o que fazer! – Eren estava furioso.
- Eren, por favor se acalme. – pedia [Nome].
- Cala a boca [Nome]! Cala a porra dessa boca! – seus olhos verdes estavam dilatados e era visível o ódio que sentia.
- Escuta a garota cara.
- Não me diga o que fazer filho da puta! – três tiros foram disparados contra o homem que caiu inconsciente no chão.
- Ai meu deus! – [Nome,] gritou assustada – Ele ta morto?
- Não sei. Fique aqui.
- Onde você vai?
- Só fique aqui.
Eren foi até o outro lado da cozinha, abriu o armário e vendo um tipo de baú lá. Dentre as chaves de casa havia outra que abria o baú e lá estava uma pequena coleção de adagas e facões, Yeager escolheu um facão antigo, porém extremamente afiado.
- Agora ele vai ver. – disse baixo para si mesmo.
Enquanto isso, a garota estava olhando o homem ensanguentado no chão. Seu corpo tremia, o medo era inevitável. Ele era um louco e ela tinha certeza que morreria logo e por isso não conter as lágrimas que rolavam pelo seu rosto agora pálido por conta do medo.
- [Nome] segura ele aí. – assim que ela o olhou viu facão em uma das mãos.
- O que vai fazer? – ela perguntou.
- O que acha que eu vou fazer? Eu vou fatiar ele.
Então, surpreendendo os dois o homem respirou fundo.
- Ele está vivo! – ela disse indo até o homem tentando de alguma forma estancar um dos buracos feitos pelas balas.
- Deixa de ser estupida. Ele é um homem morto. – dito isso Jacob arregalou os olhos e deu para ver o pavor que sentia e sem se importar com quem estava perto Yeager usou a lâmina para tentar arrancar um dos braços do rapaz que gritou instantaneamente.
- Você está louco?! – a garota estava desorientada e suja de sangue.
Mas ele não se importava com o que [Nome] dizia, ele estava determinado e não haveria provas de nada.
Uma, duas, três, quatro vezes até a lâmina separar o membro do resto do corpo e enquanto fazia isso ele dizia diversas vezes:
"Isso é culpa sua. É culpa sua [Nome]. Você deveria ter ficado no quarto"
E então Jacob não se movia mais, havia perdido muito sangue e estava visivelmente fraco, a beira da morte e quando o segundo braço foi arrancado só havia um corpo sem vida no chão da cozinha. Após esquartejar foi pedir ajuda.
- Vem, me ajuda a colocar isso no saco. – disse ele.
- Não. – negou também com a cabeça – Não posso fazer isso, não posso participar disso. Não.
- Se você tivesse ficado no quarto como eu mandei nada disso teria acontecido. – deslizou seus dedos pela bochecha da moça deixando uma trilha de sangue em seu rosto – Agora faça o que eu mando. – disse de forma mansa – Ou quer acabar desse jeito?
Não vendo outra alternativa ela segurou uma parte e colocou dentro do saco plástico. Não contendo seu nojo correu para a pia onde vomitou.
- Você tem estômago fraco. – deu um riso nasal – Tem que ter estômago mais forte já que vamos ficar juntos. Espero que nossos filhos não sejam assim como você.
Ao ouvir tais palavras seu corpo tremeu. Ter filhos? Passar a vida juntos? Aquilo não poderia ser possível. Não. Yeager não passava de um louco, perturbado e estar com ele era como pular de avião sem paraquedas, você sabe que vai morrer. Mas havia um grande problema, a existência de um "e se". E se aquilo era amor? E se isso que o que ela estava destinada a viver? E se, e se... Não havia de fato um "e se", mas existia um vazio em seu peito que de alguma forma ele preencheu.
Depois de juntar tudo os restos foram levados até um lago que estava congelando, lá raramente havia visitantes e ainda mais durante o inverno. Enquanto isso a garota limpava o chão, ainda trêmula, mas não havia muito o que fazer diante disso.
"Eu poderia fugir, mas posso me perder e não quero morrer. Também não quero deixá-lo. Eu não quero. De alguma forma ele precisa de mim assim como eu preciso dele por que eu o amo apesar de tudo. Eu sei que ele fez isso para nos proteger. Foi muito errado. Imperdoável para alguns, mas não para mim."
Ela esfregava o chão de forma obsessiva e apavorada enquanto repetia como um mantra:
- Foi para me proteger.
Quando o rapaz voltou o chão estava limpo e ela estava no banho, suas roupas sujas faziam uma trilha que foi seguida por ele até o banheiro, antes mesmo de entrar ele tirou as dele ficando igualmente nu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Síndrome de Estolcomo
Fanfiction[CONCLUÍDA] sín·dro·me (grego sundromê, -ês, reunião) substantivo feminino 1. [Medicina] Conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma doença. 2. Conjunto dos sinais e sintomas que caracterizam determinada condição ou situação. 3. Caracterizad...