O Amor do Demônio

23. Reencontro

Bônus

Cecília

O pior sofrimento da minha vida foi ver aquele que amo indo embora. Naquele momento eu não sabia se ele voltaria algum dia. Mas eu não poderia pensar só em mim, eu tinha uma vida para cuidar.

Minha pequena Amber.

Eu cumpri com o que Lucifer ─ou Leon como eu o chamava─ pediu. Criei nossa filha da melhor maneira possível, ela sempre teve minha presença. Amor e carinho não faltava. Mas admito, toda noite antes de dormir eu chorava. Chorava com saudades do meu companheiro. Saudades dos beijos, dos carinhos, e claro, do sexo.

Felizmente sempre tive Fernando na minha vida. O conheço a muitos anos, e ele não me deixou de lado no momento que mais precisei. O agradeço muito por isso. Por isso eu o tornei padrinho de Amber. E hoje sei que essa foi uma das minhas melhores escolhas.

Quando passei pelo portal com meu genro, filha e meu amigo, sabia que estava indo direto para ele. Minhas mãos estavam suadas e meio trêmulas. Tentava ficar o mais calma possível. Respirei fundo várias vezes para passar meu nervosismo que estava para se transformar em ansiedade.

Assim que chegamos no outro lado do portal, podemos perceber um cômodo que parecia específico para o portal. Charles saiu na nossa frente e nós o seguimos. A porta do cômodo foi aberta por um dos seguranças que estavam em frente à ela. Passamos por alguns corredores e subimos uma escada. Agora nos encontrávamos dentro da mansão do meu genro. O mesmo se virou para nós e disse:

─Fiquem a vontade. Estarei em meu quarto com Amber. ─avisou antes de subir as escadas do segundo andar e desaparecer de nossas vistas.

Resolvi dar uma olhada na casa. Fui para o que parecia a cozinha e fiquei admirada. Clichê, mas era a cozinha dos sonhos. Derepente escutei passos, olhei para trás e Fernando estava na porta. Franzi o cenho com sua expressão séria, parecia que ele queria dizer algo. Só entendi quando ele acenou com a cabeça. Meu corpo de imediato ficou tenso. É agora! Ajeitei meus cabelos, suspirei e passei por Fernando, mas antes de sair da cozinha ele disse:

─Ele está logo ali na sala. ─avisou apontando para o lugar.

Assenti e segui até a sala. Meu coração estava acelerado. Acho que a ficha ainda não tinha caído. Quando cheguei em frente a sala, levantei o olhar. Ele estava ali, de costas olhando além da janela e com as mãos para trás. Derepente seu corpo ficou tenso e suas mãos foram para o lado do corpo. As fechou em punho e cheirou o ar. Rapidamente ele se virou e seus olhos vinheram de encontro aos meus.

Lucifer estava com seus olhos vermelhos. Eles transmitiam, saudade e desejo. Minhas pernas quase vacilam quando dou alguns passos em sua direção. Ele não perde tempo e chega até mim. Suas mãos em meu rosto, foi o necessário para eu derramar as lágrimas que eu segurava.

─Lucifer... ─digo em um sussurro.

─Mia vita!

Encostei minha mão em seu cabelo e logo em seguida seu rosto, queria a certeza de que ele era real. Seus olhos encheram de lágrimas. Ele agarrou minha cintura possessivamente, do mesmo jeito que me lembrava. Em questão de segundos sua boca estava colada na minha. Nosso beijo era quente, cheio de saudade e carinho. Como eu senti sua falta. Ah, esse beijo me lembra a época em que nos conhecemos. Ofegantes nos separamos. Mas ainda sim continuo com os olhos fechados, com medo.

─Abra esses lindos olhos, minha companheira. Eu imploro! ─ele pediu encostando sua testa na minha.

─Não, não tenho coragem! ─murmurei.

─Do que tem medo, mia vita?

─Tenho medo de abrir meus olhos e você sumir! ─desabafei. ─Porque é isso que acontece toda noite.

─Isso não é um sonho! ─avisou.

Ele começou a depositar beijos por meu rosto, para afirmar que estava ali, em minha frente. Senti um selinho demorado ser depositado em meus lábios e ele disse em seguida:

─Nunca mais ficarei longe, nunca! ─apertou minha cintura. ─Então tenha certeza que isso é real; Estou aqui minha mulher!

Finalmente abri meus olhos. O encarei profundamente. Ele não mudou desde a última vez que o vi. Mas uma coisa pude perceber, ele parecia abatido e um pouco mais magro. E eu sabia que nessa história não foi apenas eu que sofri, ele também passou pelo mesmo.

─Ficaremos juntos! ─foi a minha vez de afirmar. ─Não posso mais suportar ficar longe de você. E farei de tudo para destruir quem estiver no nosso caminho, até mesmo aqueles que me deram sua bênção!

Lucifer sorriu.

─Eu te amo, minha companheira! ─me abraçou.

─Eu te amo, meu companheiro! ─retribui o ato na mesma intensidade.

Fofos demais!

Lucifer

Continuo?