Capítulo 40 - Tão Quente Quanto Um Incêndio

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Eu quero conversar

Mas eu não quero arriscar perder você

E que você queira ir

Porque sempre que eu olho para você

Eu nunca sei muito bem o que dizer

(Acuerdate de Mí - Morat)

Stavelot, Bélgica

Inacreditável. Incroyable. Unbelivable. Increíble. E mais um milhão de idiomas que não são capazes de descrever o que Alice estava sentindo, se bem que certamente devia existir uma palavra em alemão que descrevesse a sensação de "minha mãe me enlouquece por não saber respeitar meu espaço pessoal e minhas escolhas de vida." Liana Walsh, o furacão que era chamou a atenção de todos os repórteres quando apareceu com seus cabelos esvoaçantes, que estava loiro e cheio de cachos, saltos altíssimos e Noah que parecia estar a contragosto naquele lugar. Não seria exagero dizer que o jovem inglês estava detestando cada segundo, toda aquela agitação, cheiro de borracha queimada e o barulho, meu Deus, o barulho. Tudo isso deixava Noah pouco confortável no ambiente, mas nada que o impedisse de seguir Liana como um bom escudeiro com a esperança de ter Alice de volta.

— Esquilinho.— Liana disse com a voz mais aguda do que de costume.

Daí para frente foi uma sucessão de Liana Walsh falando, falando, falando e falando sobre ela, sobre seu programa, ignorando as mensagens não respondidas e colocando palavras na boca do pobre Noah Jones. Marcou um jantar para os dois no restaurante do hotel, sem chances para negar Alice só se deixou levar e Noah também, afinal essa era a Liana Walsh, era impossível dizer não a ela. Mas se não conseguia dizer não para mãe, pelo menos Alice tinha suas táticas, convidou o máximo de pessoas possível para não ter que sentar em uma mesa sozinha com seu ex-namorado. Diana, Lia, três engenheiros e alguns mecânicos foram os escolhidos, Noah se sentiu um peixe fora do aquário, todos eles sorriam, falavam sobre as expectativas do final de semana, de como sentiam falta da adrenalina dentro do padocck, dos causos de temporadas anteriores, dificuldades da pista, e Alice se encaixava perfeitamente bem naquele ambiente, naquelas conversas, ela sabia cada detalhe, parecia bem inserida naquele ambiente. Por um segundo, vendo a menina feliz, pensou que poderia aceitá-la com todas as condições, com todos os poréns, mas Noah não era exatamente assim.

— O que acha de ir para outro lugar? — O inglês sussurrou assim que terminaram a sobremesa, bem, o pedaço de mamão papaya era a única sobremesa possível em um fim de semana de corrida. Alice se sentiu arrepiar com a voz melódica do rapaz.

— Não é uma boa ideia, é final de semana de corrida, não posso me distrair. — Respondeu como se não se sentisse afetada.

— Só uma conversa, Ally. — Insistiu com um olhar doce, o olhar que desmontava Alice toda vez.

— No domingo, depois da corrida, tudo bem? — Alice respondeu tentando se libertar da áurea de conforto.

Alice odiava a mãe por fazê-la passar por aquilo. Por que ela não podia ser uma mãe normal que aparece em suas corridas para dar suporte, apoiar, torcer e festejar suas vitórias? Mas não, Liana era o tipo de mãe que trazia seu ex namorado em um fim de semana importante e a obrigava a jantar com ele com o objetivo de lembrar o quão agradável Noah podia ser quando queria algo ou alguém de volta. E ali estava Alice, disposta a se encontrar com o ex namorado porque achava que tinha deixado alguma coisa passar, talvez um pedido de desculpa, ou a chance de ter perdoado o rapaz

 E ali estava Alice, disposta a se encontrar com o ex namorado porque achava que tinha deixado alguma coisa passar, talvez um pedido de desculpa, ou a chance de ter perdoado o rapaz

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