Londres, Inglaterra.
Estar de volta em casa era tão bom, sentir o cheiro de lar, saber o lugar de cada coisa, mas principalmente ter sua cama de volta. Nunca tinha sido tão bom voltar para casa, principalmente quando o intuito era fugir não havia lugar melhor para se esconder do que sua própria toca. Mas a vida não é simples e a de Alice definitivamente não era fácil, assim que colocou os pés no seu apartamento o seu interfone tocou com a informação que sua mãe estava subindo. Quem disse que o que já está ruim não pode piorar? O que era enfrentar noticiários que questionavam seu talento por causa de um beijo quando tinha a sua mãe para julgar suas ações?
Quando a campainha tocou, Alice decidiu que enfrentaria Liana de uma vez por todas, afinal era melhor escutar as insinuações de sua mãe durante essas primeiras horas e depois ter um ou dois dias para se desligar do mundo, não adiantaria postergar o furacão Liana Walsh, quando ela aparecia só lhe restava aceitar e lidar com as consequências depois. Alice caminhou até a porta do seu apartamento e quando abriu deu de cara com sua mãe com óculos escuros tão grandes que quase cobriam seu rosto redondo, os inseparáveis saltos estavam presentes como sempre e quando ela passou pela filha em direção à sala toda a sua imponência se fez ser vista.
— Você precisa abrir as janelas desse apartamento. — Foi a primeira coisa que a Walsh mais velha disse depois de tirar os óculos e analisar todo o espaço que ainda estava organizado, Alice não teve tempo de desfazer as malas e nem de abrir as janelas.
— Acabei de chegar dos Estados Unidos, não faz nem vinte minutos, na verdade. — Alice respondeu fechando a porta de entrada.
A piloto não sabia exatamente o que sua mãe fazia ali em seu apartamento, teve o cuidado de não atender nenhuma ligação dela nos últimos três dias, já estava lidando com coisas demais para ter de lidar com as loucuras de sua mãe. Mas Callum tinha sido insistente, no segundo dia do caos todo que sua vida tinha se transformado, Liana fez um post em sua rede social dando apoio à filha ressaltando a visão que a mídia principalmente as que eram escritas por homens tratavam mulheres poderosas as tratando como inferiores por conta de homens, é claro que no meio do texto a história tinha se tornado sobre ela, mas Alice não podia pedir mais do que isso da mãe, só que para o irmão de Alice era motivo suficiente para que a piloto conversasse com Liana.
— Como você está? — Perguntou a mais velha se apoiando na ilha da cozinha do apartamento.
— Não sei — Respondeu sincera. — Penso que vai levar uns dias para voltar tudo ao normal.
— Você sabe o que tem de fazer, esquilinho. — Disse em um tom quase carinhoso.
É claro que Alice sabia o que fazer, a questão é que ela não queria. Quando de súbito teve a ideia de envolver Noah nessa história, do outro lado do oceano a Walsh mais velha teve a mesma ideia, inclusive dando soluções práticas de como faria as pessoas acreditarem na história: primeiro diriam que o rapaz tinha feito uma viagem surpresa para encontrar a ex-namorada e recuperar o seu amor, segundo Zach os teria ajudado a ficarem juntos e por último teriam sido flagrados por um paparazzi mal intencionado. Com a história desenvolvida seria fácil fazer o papel de vítima dizendo que era um absurdo o assédio da imprensa e que ela tinha sim o direito de manter seu recém relacionamento escondido até que as coisas fossem mais certas. Contudo, o grande problema daquele plano desengonçado era a falta de certeza da participação de Noah, primeiro porque o rapaz teria que se expor, coisa que durante o relacionamento real ele nunca gostou, segundo porque Alice teria de pedir esse grande favor ao inglês, coisa que ela não queria.
— Eu não quero envolver o Noah nisso. — Respondeu contundente dando as costas para a mãe e caminhando até a sala.
— Meu amor, você sabe o quanto o Noah te ama e o quanto ele ficaria feliz em te ajudar. — Sentou-se do lado da filha que estava impaciente. — E no mais pode ser uma chance de vocês voltarem...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Only Us | Charles Leclerc
FanfictionAlice Walsh planejou passo a passo como seria sua vida. Seus planos seguiam conforme o programado: era a primeira piloto mulher a ganhar o campeonato de Fórmula Regional Europeia, tinha conseguido com folga os pontos para super licença e com 20 anos...
