Only Us | Charles Leclerc

Epílogo I

Villefranche-sur-Mer, França

O calor na Riviera Francesa estava no limite entre o agradável e o insuportável, era Agosto afinal e a cidade pulsava luxo da promessa de um verão eterno. A temporada de fórmula 1 até aquele momento estava disputada, mas não importava muito, pelo menos não naqueles dias de férias. Férias inclusive que não tinham sido organizadas por Aimée, por votação popular, que fique claro. Dessa vez, o grupo estava em uma cidade paradisíaca do sul da França, com muito sol, mar azul, protetor solar e um hotel de verdade.

Alice estava deitada na espreguiçadeira, fingindo ler um livro e se escondendo atrás do óculos de sol. Lia, Aimée e Sara não paravam de falar sobre a noite anterior e o quão maravilhoso o jantar estava, apesar do garçom antipático.

— Você está esquisita. — Lia diz de repente. — Fala logo o que está acontecendo, Alice.

Lia não só parecia mais feliz, como ela estava claramente feliz e mais leve depois de ter saído da McDonnell Racing Team, mas ainda sabia ler Alice como ninguém.

— Vocês precisam prometer que não vão gritar.

Alice alerta mesmo sabendo que não adiantava muito. Sara já estava com os olhos arregalados, Aimée se ajeitou para a ponta da espreguiçadeira.

— Espera... Você está grávida? — Lia perguntou ficando em pé de repente.

— Claro que não. — Alice soltou uma gargalhada.

Lentamente ela pega a mão esquerda, levanta discretamente e o anel com um diamante discreto brilha mais do que o insuportável sol quente.

Por meio segundo as três congelam. Até que Aimée começa a gritar, rir e ficar muito muito empolgada.

— MEU.DEUS.DO.CÉU! — Lia esganiçou. — COMO? QUANDO? AAAAH!

Alice tenta se conter e olhar para os lados para garantir que não estavam chamando muita atenção. Ela ainda não tinha falado nem para seu irmão ainda. Tinha sido tão natural, os dois estavam juntos na praia, fim de tarde alaranjado parecendo ter saído de um filme. Estavam no silêncio confortável deles, Alice estava com um vestido solto e fluído, a pele levemente queimada pelo sol e muito feliz de estar ali. Charles, ao seu lado parecia nervoso, ansioso e um pouco agitado.

— Charles... — Alice disse, quase sem ar quando viu o namorado tirar uma caixinha de veludo do bolso.

— Não precisa dizer nada agora se não quiser, eu sei que posso estar sendo precipitado, meio faz dois anos que a gente está junto e... — ele sorriu de um jeito nervoso, adorável. — eu tenho a certeza que eu quero viver uma vida com você, toda ela.

Ele abriu a caixinha com cuidado, revelou o anel delicado, elegante e totalmente pensado no gosto da namorada.

— Eu quero os nossos cafés preguiçosos, as viagens improvisadas, ter que decidirmos entre Londres e Mônaco, ou não. Quero os dias em que você fica brava comigo por algum problema na pista. Eu quero você. — Ele suspirou e ela sorriu. — Então... Você quer casar comigo?

Alice estava já com lágrimas nos olhos. Eles faziam planos, brincavam sobre ter que decidir entre a fria Londres que ela amava e Mônaco com seus dias ensolarados e o mar presente demais, falavam sobre morar juntos, talvez até adotar um cachorro.

— Sim. Eu quero me casar com você, Leclerc. — Ela o puxou para um abraço e sussurrou baixinho.

Em um beijo apaixonado selaram o amor que estava presente. Era doce, trazia arrepio.

E foi assim que ela contou para as amigas, sem poupar muitos detalhes. Contou sobre os olhos verdes dele que estavam mais brilhantes, do jeito tímido quando ele fez a pergunta. Sobre o arrepio que ela sentiu quando ele fez a pergunta. Sobre a noite intensa depois do pedido.