Sodo on.
A polícia prendeu o cara que atropelou o Rain, e ele responderá por seus atos. Minha moto estava no seguro, em poucos dias eu ganharia outra.
Os dias em que o Rain ainda não enxergava direito foram um pouco complicados, ele já estava ficando muito ansioso e medroso com toda essa situação. Mas a visão dele estava voltando aos pouquinhos, a cada dia melhorava mais. Eu também estava preocupado com a memoria dele... os médicos estavam trabalhando nisso, mas seria um trabalho de formiguinha.
Conforme as horas passavam, eu me controlava para fingir que nada tinha acontecido entre nós. Eu gostaria de estar cuidando dele de um jeito diferente. E eu percebi que precisava agir mais discretamente quando eu fui dar água para ele, e enquanto ele sugava o canudinho, eu observava a boca dele, comecei a lembrar de todas as coisas maravilhosas que aquela boca já me proporcionou... nesse sentido, foi bom ele não poder me ver direito, eu teria estragado tudo, fiquei um pouquinho hipnotizado.
Eu ia lá todos os dias, só não podia dormir lá, então, nesse tempo eu dava toda a atenção que o Cheader precisava.
Na terceira manhã de consciência do Rain, quando cheguei ele ainda estava dormindo, então tentei fazer o mínimo de barulho.
-Oi, meu amor! –falei sussurrando enquanto tirava a minha blusa de frio.
Eu tive a ideia de levar o violão junto desta vez, e tocar a nossa música, para ver se ele se lembrava.
Enquanto eu organizava algumas coisas ali, percebi que ele acordou.
-Bom dia, Rain! Dormiu bem?
Ele correu os olhos por todo o quarto, até me encontrar. E falou sorrindo:
-Ooi, Sodo!! –o sorriso dele era contagiante- como é bom te ver novamente.
Aquela só podia ser a melhor notícia do dia.
-Você está me vendo de verdade? É sério mesmo? Quantos dedos têm aqui? –fiz o sinal de 2.
Ele riu.
-São dois! E sim, eu estou te vendo, ainda está um pouquinho embaçado, mas te vejo muito bem. E tudo o aqui.
-Aah Rain! Isso é maravilhoso! Se eu pudesse, te abraçaria agora.
-Eu estou muito aliviado, estava com muito medo de ficar para sempre daquele jeito. Foi um pesadelo.
-Eu estou muito feliz, e muito aliviado também. Isso significa que você vai poder voltar para casa?
Ele assentiu.
-Espero que o quanto antes.
Nesse instante, me ocorreu uma coisa: e quando ele acessasse novamente as conversas no celular, e visse as NOSSAS conversas?
Pedi a opinião do médico a respeito disso, ele disse que era certo eu ir introduzindo a verdade aos poucos, que talvez fosse melhor contar a verdade, ele poderia se lembrar mais rápido das coisas que foram apagadas temporariamente da mente dele.
Isso era um trabalho que eu estava com medo de fazer, mas era necessário. Mas eu decidi esperar ele voltar para casa. Eu já estava começando a ficar ansioso com tudo isso.
O fato da visão do Rain ter voltado, o fez passar por mais alguns exames e avaliações, e finalmente ele teve alta. Moutain veio para nos ajudar a leva-lo de volta. Como ele estava com o osso da clavícula quebrado, não conseguia, e nem podia fazer nenhum tipo de esforço, caso contrário, seu osso iria colar de maneira errada, resultando em problemas para o resto da vida. Por esse motivo, iríamos nos revezar para ficar com ele, já que seus pais moravam em outro país, e ele só tinha nós no momento.
Quando a memória dele voltasse, não precisaríamos mais revezar, eu assumiria todo o controle.
Quando aconteceu o acidente dele, eu fiquei com os pertences que ele tinha na hora, isto é, carteira, chaves, e o celular. Porém, o celular quebrou completamente com a queda, ele teria que comprar outro. Então, pedimos a nossa produtora que providenciasse um novo, e antes do Moutain ir nos buscar no hospital, ele passou no estúdio para buscar o aparelho. Pedimos ao Rain qual modele ele queria antes de comprar.
Naquele dia, quem ficaria em casa o Rain era justamente o Moutain, então, eu deixei anotado em papel todos os horários dos remédios do Rain, e os organizei por ordem de hora em cima da mesa da cozinha. Não era difícil, bastava programar o despertador para que se lembrassem. Para ficar mais seguro, programei os despertadores no celular do Rain.
Fiquei um tempo com eles, conversando, e perto do anoitecer voltei para casa. Antes de sair, chamei Swiss para ir em um bar comigo, eu precisava de conselhos sobre como começar a contar ao Rain sobre o nosso lance, e precisava beber algo para conseguir relaxar.
Rain on.
A sensação de poder enxergar novamente era libertadora, e foi um alívio imenso quando acordei, e pude ver as coisas com clareza. Eu tive muito medo de ficar naquela situação para sempre, era horrível. Era como se tivessem tirado uma película dos meus olhos.
Agora eu só precisava me recuperar o mais rápido possível para poder voltar aos palcos. Por minha culpa, perdemos o restante da nossa turnê, eu me sentia mal por isso.
Tinha também o detalhe que o médico disse que eu estava com perda de memória, o que fazia sentido, pois eu não lembrava de nada que tivesse acontecido desde antes das férias, até aquele momento. Nem do acidente eu lembrava, tinha apenas as informações de testemunhas que a polícia me passou quando acordei do coma.
Era estranho ouvir que passei por coisas de que eu não conseguia lembrar, pois eu não conseguia nem as imaginar direito. A última lembrança que eu conseguia visualizar em minha mente era de um show que aconteceu na metade da segunda turnê... o que aconteceu depois deste dia, era como se nunca tivesse acontecido. Era estranho ver fotos, e ouvir coisas que fizemos, e não conseguir recordar os momentos. Mas, se eu tivesse sorte, tudo seria restaurado, pelo o que os médicos disseram.
Eu falo os médicos, pois além do que me atendeu desde o primeiro dia no hospital, eu também estava sendo acompanhado por neurologista, e um psicólogo, que estavam me auxiliando no processo de recuperação.
Depois de recuperar a visão, uma das melhores coisas que me aconteceu, foi poder voltar para a minha casa. Eu estava com muita saudade do meu cantinho. E tinha a sensação de não estar lá por meses. Isso era agoniante.
Passar a noite com Moutain foi bem divertido, nós assistimos filmes, desenhos, comemos muito, e demos muitas risadas. Eu não teria problema nenhum em passar esses dias com os meus amigos de banda, afinal, minha relação era muito boa com todos eles. Eu só me sentia meio mal por dar esse trabalho a eles, mesmo eles falando que não era trabalho algum. Eu me sentia inútil.
Dentre eles, quem se destacava era o Sodo. Ele estava cuidando de mim como se fosse o meu irmão mais velho, eu devo muito a ele.
-x- Desculpem por ser curtinho, o próximo não será assim, era só para vocês não ficarem sem att, e verem que está tudo bem com o Rain, e que vai ficar tudo bem!
Dica de leitura: https://www.wattpad.com/story/323072270-darkness-at-the-heart-of-my-love-rain quem não conseguir clicar no link, chama no direct que eu mando novamente. –x-
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Darkness at the heart of my love - Dewdrop e Rain
FanfictionFanfic sobre Dewdrop (Sodo) e Rain.