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Sodo on.

Eu corri até o Rain, alguns vizinhos vieram também. Eu estava desesperado, e sabia que não podia tocar nele, apenas abri a viseira do capacete, vendo que ele estava desacordado.

-Rain, fala comigo! Acorda, por favor!

-Já ligamos para a polícia e ambulância. –disse um vizinho.

Aquele filho da puta que estava dirigindo aquela porra daquele carro ultrapassou o sinal vermelho em alta velocidade, acertando em cheio o Rain. Eu poderia procurar esse cara até no inferno para dilacerar cada resquício da existência dele.

Não teve como anotar placa, obviamente, mas alguns vizinhos se prontificaram a ceder as imagens de câmeras de segurança.

Eu estava ajoelhado ao lado do Rain, segurando uma das mãos toda machucada dele.

-Rain, acorda! Por favor! Volta.

Fiquei muito atento aos sinais que o corpo dele dava. A ambulância levou pouco mais de 05 minutos para chegar. Quando chegaram, eu levantei, e deixei eles fazerem o trabalho deles. A policia fotografou tudo, e levou a moto.

Eu queria ir junto com o Rain, mas o socorrista disse que apenas a família era permitida, então, peguei o carro e fui o mais rápido que pude para o hospital.

Eles estavam fazendo todas as atividades de primeiros socorros, mas não estavam obtendo êxito.

Quando cheguei até a recepção, novamente, me barraram.

-Mas vocês precisam me dar informações.

-Senhor, você possui algum parentesco familiar?

Neguei.

-Então, peço que aguarde.

-M-mas eu... –não era hora para ficar raciocinando- e-eu sou o namorado dele.

Fechei os olhos, nunca pensei que falaria isso um dia.

Ela me olhou de cima abaixo, e ergueu uma sobrancelha.

-Tem certeza?

Assenti.

-Por que eu mentiria sobre isso? Acha que eu estaria nesse estado emocional se não fosse verdade? Pelo amor dos anjos.

-Senhor, você precisa manter a calma.

-Como você quer que eu mantenha a calma se eu não sei como o meu namorado está... foi desesperador vê-lo sem consciência e não poder fazer nada. Tinha muito sangue, muitos cortes, e a posição que ele caiu no chão... céus...

Eu não consegui falar mais nada, o desespero finalmente tomou conta de todos o meus sentidos, eu estava tremendo muito, chorando muito, não conseguia respirar direito, parecia que eu ia desabar a qualquer momento.

Uma enfermeira me levou um copo com agua, e um comprimido para que eu me acalmasse.

-Você ficará responsável pelo paciente?

Assenti.

-Precisamos fazer um cadastro emergencial, você  precisa preencher.

-Emergencial? O que vocês vão fazer com ele?

-Bem, ele quebrou a clavícula, fraturou um braço, e trincou uma costela. Mas ele está inconsciente, estamos mais preocupados com a integridade da cabeça dele.

Ah não, isso só pode ser um pesadelo. Sentei imediatamente em uma das cadeiras que tinham por perto. Fiz o cadastro dele do jeito que melhor consegui.

Darkness at the heart of my love - Dewdrop e RainOnde histórias criam vida. Descubra agora