Darkness at the heart of my love - Dewdrop e Rain

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Rain on.

Eu precisava achar um lugar naquele maldito hotel onde eu pudesse ficar sozinho. Tudo o que ouvi do Sodo estava fazendo meu estômago embrulhar, e eu sentia que poderia vomitar a qualquer momento. Ele bem que tentou vir atrás de mim, mas eu deixei bem claro que se viesse, eu ia fazer a maior cena e acordar todo mundo. Não era justo ele ter feito tudo o que fez e não me deixar digerir o que estava acontecendo.

Caminhei até encontrar um corredor escuro que dava acesso a uma escada, e sentei nos degraus. Passei as mãos por meus cabelos, e tentei respirar fundo várias vezes para ver se me acalmava. 

Parecia que eu teria um ataque cardíaco a qualquer momento.

Tentei organizar meus pensamentos, e processar todas aquelas informações:

1 – ele achava que eu ainda tinha algo com a Cloe, por isso me tratou daquela forma sem ao menos tirar satisfações.

2 – esse pensamento fez com que ele saísse com outra pessoa, o que não era errado, afinal, nós não tínhamos nada, mas a forma com que isso aconteceu, foi injusta para mim, e para aquela garota.

3 – eu sentia que estava despedaçado. Nunca vi o Sodo tratar alguém da forma como me tratou em todos esses anos de amizade. Isso me levava a crer que eu não o conhecia tão bem como imaginava. Isso me assustava de certa forma.

Encostei na parede, e fiquei remoendo toda aquela cena em minha mente. Por mais que eu tentasse pensar em outra coisa, não conseguia, era involuntário.

Como seriam as coisas agora? Obviamente uma hora alguém da banda iria perceber que algo não estava em ordem, e como explicar?

Eu sentia meus olhos encharcarem, mas eu não queria chorar, isso era ridículo. O nó que se formou em minha garganta já estava machucando de verdade, eu tinha uma vontade gigantesca de gritar.

Por que eu fui me deixar levar?

Fiquei um bom tempo encarando aquela parede e nem percebi que estava começando a cochilar.

Sodo on.

Eu acho que fiz merda.

Eu acho não, eu tenho certeza.

Provavelmente estraguei tudo por simplesmente ter sido egoísta. Onde eu estava com a cabeça para gritar daquela forma com o Rain? Ele não merecia.

Eu precisava pensar em uma forma de consertar essa bagunça, e precisava ser o quanto antes.

Tentei ligar para o Rain, mas não tive sucesso, pois o celular dele estava em cima da cama. Saí para procura-lo, caminhei vagarosamente por aquele corredor, e quando ia entrar no elevador, avistei um par de calçados em uma escada. Me aproximei para checar, e lá estava ele, dormindo sentado naquela escada, todo encolhido. Aquela cena destruiu meu coração.

Voltei correndo para o quarto para pegar uma coberta e retornei para a escada. Enrolei a coberta ao redor dele, o que o fez acordar.

-Sodo? Mas que porra, eu falei para me deixar em paz.

Ele levantou.

-Shhh! Não fale tão alto ou vamos arrumar problemas.

-Eu quero mais é que se foda.

Segurei as mãos dele delicadamente, mas em um gesto brusco ele se soltou.

-Eu sei que você está bravo, e não tiro sua razão. Eu também estaria se fosse comigo.

-Que bom que você sabe. AGORA SOME DA MINHA FRENTE.

-Se você ficar gritando, alguém vai acordar, e como vamos explicar o motivo dessa briga?