Morar juntos

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— Qual foi o desejo mais estranho que tiveste?

— A ração do Cookie. — Yukhei abriu a boca completamente chocado — Juro-te que ao mesmo tempo que estava a salivar estava a pensar que era nojento.

— Chegaste a comer?

— Não. Tu escondeste-a e passámos a dar-lhe patê. Felizmente! Só de pensar até fico enjoada. — ele riu-se.

— E aquelas misturas tipo melancia com manteiga, iogurte com, sei lá, brócolos…

— Não, mas tenho a certeza que seria melhor do que ração de cão.

— Acho que se apostarmos nisso ganhamos. — voltou a rir-se.

— Hilariante foi o episódio dos bolinhos de bacalhau.

— Bolinhos de bacalhau?

— Sim. Eram duas da manhã, duas e meia acho eu, estava quase com três meses, acordei-te a pedir bolinhos de bacalhau, mas uma marca qualquer que nem me lembro e tinha que ser aquela.

— Às duas da manhã?

— Sim! Não tínhamos os malditos bolinhos de bacalhau. Estava tudo fechado, como é óbvio. Acordaste o Kun, acordaste os teus pais, acordaste a vizinha e ninguém tinha bolinhos daquela estúpida marca.

— E depois?

— Passei o resto da noite a chorar porque não me deste os bolinhos de bacalhau e tu todo aflito a tentar acalmar-me e a explicar-me que não conseguias fazer nada. Eu sabia que era praticamente impossível, mas estava ocupada demais a chorar para te dizer que sabia.

— Deve ter sido horrível!

— Sim, mas agora a contar é hilariante. Mas esse deve estar no diário.

— Não quero que fiques desanimada, — pegou-lhe na mão e acariciou-lha — mas a verdade é que ainda não me lembrei de nada do que li.

— Não te preocupes, temos a vida toda. Quer dizer, não demores a vida toda! — ele riu-se — Não te preocupes muito com isso, quando tiveres de te lembrar, vais lembrar-te. Não te pressiones, tens que descansar!

— Lembrei-me de quando te dei o Cookie.

— Uau! Deve ter sido dos momentos em que estive mais feia na minha vida toda e foste logo lembrar-te disso. — fingiu estar zangada, mas quando olhou para a cara de tacho dele riu-se — Estou a brincar, mais ou menos. Fico feliz que já te tenhas lembrado de alguma coisa. Ficamos. — puxou a mão dele para a barriga.

— Adoro senti-lo.

— Tem lá calma, rapazinho! Andas muito agitado.

— Sabes que nunca foi um grande sonho meu ter um filho?

— Sei.

— Oh, pois, tu deves saber tudo sobre mim… Mas o que eu queria dizer é que há pessoas que só pensam em ter filhos, querem muito ser pai ou mãe e eu nunca senti essa vontade. Mas agora que sei que vamos ter o Lucas estou ansioso, desde que me disseram que ia ter um filho.

— Nós decidimos que está na hora de termos uma casinha nossa. — Yukhei anunciou quando a namorada se sentou nas suas pernas depois de tirar os cafés para todos.

— A sério?

— Vão morar juntos?

— Sim. Já está na hora. Namoramos há seis anos, já temos condições financeiras e queremos juntar os trapos. Que mais é preciso? — brincou com os cabelos escuros dele.

Casamento Esquecido - Wong YukheiOnde histórias criam vida. Descubra agora