Morena - Álvaro de Luna

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— Tu piel tostada, morena

— Outra vez, Yukhei?

— Desculpa, está-me na cabeça. Tu piel tostada, morena, me tiene loco — o homem voltou a cantar.

— Yukhei, sh, canta para ti.

— Eu sei que adoras ouvir-me cantar. — aproximou-se dela por trás do sofá e cantou-lhe ao ouvido — Tu pelo suelto, mi negra, le baila al viento y se enreda con las estrellas del firmamento en cada canción. — cheirou-lhe o pescoço e depois beijou-lho, deliciando-se com a gargalhada baixinha que lhe escapou — Porque me iluminas la oscuridad, — tirou-lhe o computador das pernas e puxou-a para fora do sofá para dançarem — solo tus caricias me hacen temblar, aunque pase el tiempo nunca te voy a olvidar. Guardaré tus besos al despertar, robaré tu tiempo por si te vas, nos dijimos tanto con la forma de mirar.

— Não sei como é que os pequenitos te aturam, eles têm energia, mas tu és horrível.

— Também te amo! — deu-lhe um beijo e ficaram abraçados no meio da sala por alguns minutos.


— Yukhei.

— Tem calma.

Viu a imagem desfocada do irmão mas não conseguiu distinguir a voz dele de um outro barulho que pareciam as rodas do carrinho das compras a bater nos mosaicos.

Havia burburinho e pessoas a respirar depressa, sentia uma brisa bater-lhe no corpo e via o que pareciam ser as sombras de mais duas ou três pessoas à sua volta, mas não mexia a cabeça.

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— Yukhei?

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— Acordaste! Sentes-te bem? — reconheceu a voz, mas não conseguia ver a cara completamente bem.

— O Yukhei? — olhou à volta do quarto, mas não o viu, percebeu que estava num quarto de hospital.

— O teu irmão está com ele. — a loira contou com um sorriso pequeno — Vou chamá-lo, okay? — a doente abanou a cabeça e quando a cunhada abriu a porta apareceu a imagem de alguém que parecia estar prestes a entrar — Ia chamar-te, parece que te adiantaste.

— Ela acordou? — entrou, deixando a namorada para trás, e aproximou-se da maca — Como é que te sentes? Estás bem? Tonta, enjoada, tens dores, alguma coisa?

— Não. O Yukhei?

— Queres que levante a cabeceira? — a cunhada fê-lo antes de receber resposta.

— Kun, onde está o Yukhei?

— Pensei que fosses preocupar-te primeiro com o Lucas…

— O Lucas! O que é que ele tem? Ele está bem?

— Está ótimo, não te preocupes. — ela suspirou aliviada com a mão na testa e depois acariciou a barriga de tamanho médio — Ele é forte e está seguro aí. Não tens hematomas na barriga, então suposemos que não bateste com ela, o que é ótimo, fize

— Kun, onde está o Yukhei? Diz-me! Digam-me de uma vez!

— Ao contrário de ti, que só partiste o pulso esquerdo e precisaste de uns pontos na cabeça… a situação do Yukhei é complicada.

Casamento Esquecido - Wong YukheiOnde histórias criam vida. Descubra agora