Meu Clichê Romântico - Mais Que Amigos (Concluído)

Capítulo 24

Sarah se afasta e desaparece na multidão, provavelmente foi chamar seu namorado.
Dimitri se aproxima de mim com a cabeça baixa, suavemente com sua mão esquerda ele bota a minha em seu ombro e logo após ela se dirige a minha cintura.

Com sua mão direita desta vez ele viaja pelo meu braço até chegar aos meus dedos e entrelaça-los aos seus, é então que ele finalmente olha em meus olhos com um sorriso magnífico em sua face.

- Oi - disse ele com olhos brilhando.

- Oi - respondi.

Estava tocando "But not for me - Ella Fitzgerald", Dimitri colou seu corpo ao meu e começamos a balançar por todo o salão, um silêncio se criou em minha mente, me trazendo tão grande paz que consegui ouvir meu coração pulsar, acelerando a cada batida, com o toque dele em meu corpo, me fazendo arrepiar como um gato assustado.

Olhei em seus olhos marrons amadeirados que olhavam para os meus sem desviar-se do meu rosto, que agora estava se avermelhando.

Aproximo meu rosto ao dele e sinto a sua respiração ofegante.
- Podemos sair daqui? Quero te mostrar um lugar - pediu se afastando nossos rostos.

Assenti com a cabeça.

Deixamos o salão de forma quieta e sorrateira, ele me estendeu a mão e eu a peguei. Ele começou a me guiar pelos escuros corredores da mansão até que paramos a frente de duas grandes portas não muito longe do salão de festas.

- É aqui - ele diz quando paramos.

- E o que exatamente tem aí ?

- Abra e verá - sorriu.

Usei minhas duas mãos para empurrar a grande porta, que no final não era tão pesada.

Quando elas se abriram me deparo com uma biblioteca enorme, quase tão grande quanto a de Doroteia, aquele provavelmente foi o lugar onde ela e Clemente se apaixonaram há anos antes.

- E então oq achou?

- Isso é incrível- digo maravilhada.

O comodo tinha prateleiras que iam até o teto com livros exemplares super antigos, provavelmente passados de geração em geração pela família dona da casa.

- Como sabia desse lugar ?- digo enquanto passo mão pelas prateleiras de madeira.

- A minha avó paterna era amiga da senhora torres, vinha muito aqui quando pequeno.

- Já leu muitos livros daqui ?

- Na verdade não, eu só vinha aqui pra admirar a beleza nunca peguei nenhum de fato pra ler.

- Bom aqui realmente é um lugar ótimo de se admirar - conclui.

- Ele me lembra você.

Olho para ele sem entender.

- Quer dizer não é porque você é ótima de se admirar, me lembra você, porque você adora livros e aqui está entupido deles. Não que você não seja ótima de se admirar porque você é... E muito.

Coro.

- Por que me trouxe aqui ?

- Porque eu achei que você ia gostar.

- Só por isso?

- Sim - ele pensa um pouco antes de falar.

- Bom, eu adorei, aqui é perfeito. Muito obrigada mesmo.

Ficamos em um silêncio desconfortável, ele não conseguiu falar nada e muito menos eu, que apenas fiquei parada na frente da luz que entrava pela única janela do comodo.