Capítulo 14

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P.O.V. Allye

  A última aula do dia finalmente chega ao fim, me despeço de alguns colegas de turma e de Erick, vejo que o corredor começa a dar sinais de que logo vai estar cheio, aumento a velocidade para sair do prédio, estou ficando cansada de muitas pessoas a minha volta e dos diversos perfumes misturados em um só lugar.

  Isso por várias vezes não faz diferença para mim, as pessoas, os muitos cheiros e sons juntos, nessas vezes, eles se tornam comuns e insignificantes. Mas, em poucas vezes, essas mesmas coisas, são sufocantes e roubam qualquer chance de controle. É extremamente horrível quando sou dominada por uma sensação que cresce e se mostra como um vilão, que a mocinha não pode lutar contra.

  Paro ao lado do carro aguardando pelas garotas, tinham se passado cinco minutos e nem a cor da alma delas eu vi. Encaro as horas na tela do celular e franzo a testa, suas aulas já tinham terminado a uns doze minutos, e a sala mais distante é a minha, não teria como demorar tanto para sair do prédio.

  Por um momento olho para frente, pouco antes de bater as costas no carro e derrubar o caderno e livro que estavam nos meus braços. A pessoa responsável pela recém dor nas minhas costas, me aperta entre os seus braços. A tento empurrar com meu braço livre, enquanto curvo o corpo para ter mais espaço, finalmente funciona.

Lly: Precisa me quebrar, assassina?- me abaixo para recolher os materiais.

Liyah: Não preciso, mas talvez eu queira.- sorri maldosa.

May: Você é ruim, garota.- apesar de estar com um semblante sério, ela entra em um estado de completo riso junto a Babi.

Liyah: Não sou, não.- estende uma mão para mim, a seguro e sou puxada para cima com rapidez.

Lly: Vocês todas são ruins, mas eu as amo mesmo assim, ainda que queira bater a cabeça de cada uma na parede.- faço um sorriso fofo.

Babi: A sua cara de anjo, não condiz com seu comportamento.- balança a cabeça de um lado para o outro com olhos arregalados.

May: Sem sombra de dúvida.- concorda e destranca o carro- Podemos ir? - Se apoia na porta já aberta.

Liyah: Sim.- adentra o carro.

Lly: Espera, ainda falta a Demi.-  encaro elas.

Babi: Ela mandou mensagem avisando que precisava ir em um lugar e que podíamos voltar para casa sem ela.- sentou no banco do passageiro.

May: Era algo urgente?- da partida no carro.

Babi: Ela não disse.- deu de ombros.

  O carro é manobrado, afivelo o sinto de segurança, no momento seguinte meu corpo é lançado para frente e novamente para a trás, sendo segurado somente pelo sinto, simultaneamente a Liyah passou pela mesma coisa, além de soltar um grito por causa do susto. Afasto meus cabelos do rosto, olho para o banco do motorista, May apertava com força o volante e estava ofegante, enquanto encarava mortalmente o carro a nossa frente, ao seu lado, no banco do passageiro, Babi se encontrava com as mãos apoiadas no porta luvas, no espelho do retrovisor era possível ver seus olhos arregalados.

Liyah: O que...- ela para de falar assim que levanta a cabeça e encara o carro de cor branca a frente- Nós quase batemos?

May: Sim, por pouco não fomos atingidas.- suspira enquanto encosta as costas no banco.

Babi: Eles sequer olharam para onde estavam indo.- ficou vermelha, um misto do susto que levou com a raiva que estava sentindo do condutor do outro carro.

  Ela desafivelou o sinto de segurança e abriu a porta se preparando para sair, isso tudo sem desviar o olhar mortal do veículo branco. Se posicionou ao lado da janela do motorista, bateu levemente no vidro e esperou, com as mãos na cintura, enquanto o vidro era abaixado. Eles conversaram um pouco, não diria que foi uma conversa. Babi gesticulou, bateu o pé no chão e falou mais do que ouviu.

Como OlvidarOnde histórias criam vida. Descubra agora