Capítulo 11

38 3 120
                                    


P.O.V. Allye

Liyah: Que horas são?- pergunta aparentando lembrar de algo, alcanço meu celular no bolso da calça.

Lly: São...- aperto o botão que o liga e surge na tela um céu estrelado- 10:17, por quê?- a olho sem entender.

Liyah: O tio João, não iria dar uma entrevista agora de manhã?- anda na minha direção parando a mais de um metro de distância.

Lly: Sim, e o que tem ela?- ainda não entendendo a encaro, depois de um cruzar de braços e arquear de sobrancelha de sua parte, me lembro- Agora me lembrei, droga !- pulo da bancada e corro até as meninas que estão sentadas no gramado na frente da casa- A entrevista.

Demi: Qual entrevista?- seu olhar confuso foi destinado à mim.

May: Eita, entrevista do tio João!- bate a mão espalmada sobre a testa.

Babi: É mesmo!- se levanta- Precisamos de um rádio.

Lly: No carro.- uso de um tom despreocupado e aponto para ele.

E mais uma vez nesse dia, corremos, dessa vez indo até o carro e abrindo suas portas com pressa. Babi sentou no banco do motorista, já ligando o rádio e buscando a estação. Depois de vários comerciais, sobre coisas nada interessantes, encontrou a estação de rádio certa.

Moça do rádio: Então João, posso te chamar assim?- houve uma pausa.

João: Sim, claro.- respondeu depois de um certo tempo, com certeza deve ter confirmado com a cabeça antes de tudo.

Moça do rádio: João, nos conte o seu segredo para ser tão bem sucedido.

João: Não há segredo algum.- riu.

Moça do rádio: Como não?- pareceu um pouco surpresa, sua voz se tornou mais aguda.

João: Não tenho segredo. Não é uma fórmula pronta, nem sempre você vai conseguir tudo o que quer, acho que isso é claro para todos. O que realmente vai fazer a diferença, é o quanto você está disposto a lutar para conquistar os seus sonhos. Nada será de mão beijada. Nunca. É lutar todos os dias, tentar quantas vezes for preciso, se levantar dezenas de vezes e persistir até o último segundo. Não se conquista nada sem luta e trabalho duro.- respondeu com convicção.

Tenho muito orgulho dele, desde cedo luta por tudo que quer, nunca pensou em desistir. Foi assim com a minha mãe, ela não queria nada com ele, não acreditava que ele a amava, pensava que era uma simples brincadeira. Mas, ele não desistiu, fez de tudo para demonstrar que seus sentimentos eram verdadeiros. Isso levou seis anos, quando finalmente ela cedeu, a esperança de conquista-lá já se esvaindo. Ela se apaixonou, no instante que ele se declarou pela primeira vez, isso foi três meses depois que eles se conheceram, ela só não queria admitir, ou talvez queria testá-lo para ver até onde ele iria por ela. Depois de muita persistência, ela o aceitou por completo. Tudo começou quando eles tinham onze anos e se perpetua desde então.

No mesmo ano que começaram a namorar, eles se formaram e meu pai ergueu a primeira empresa do zero. Transformou o que era nada em uma imensa e respeitada empresa.

Minha mãe o amou mais, não pelo fato de estar ficando rico, não. Nunca seria pelo dinheiro. Ela o amou mais, porque viu o quão persistente ele era, que sabia o que queria e lutava por isso, conquistando pouco a pouco sem passar por cima de ninguém. Ela percebeu que aquele era o homem da vida dela, o homem com quem queria formar uma família e passar a vida ao seu lado.

Os admiro muito, apesar de tudo o que passaram, não desistiram, lutaram e lutam até hoje pelos seus sonhos, ideais, família e amigos.

Não prestei atenção na entrevista, eles estavam falando de negócios, algo que não prende o meu interesse, só tolero o assunto.

Como OlvidarOnde histórias criam vida. Descubra agora