Capítulo 2

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P.O.V Allye

Não lembro em qual momento dormi, mas acordei com a cabeça encostada no ombro de um moço e ele também encostado com a cabeça na minha, sinto minhas bochechas queimarem. E de onde esse moço saiu? De Nárnia só pode. Não lembro de ter o visto quando entrei, ele não estava na poltrona ao meu lado. Olho pela janela, notando que ainda estamos voando. O moço ao meu lado se remexe, me deixando desconfortável, apesar de ele ser aconchegante.

Lly: Moço, acorda - falei cutucando seu braço com o dedo indicador, a cabeça dele está praticamente esmagando a minha.

Moço: Hum!- acomodou-se ainda mais, e passou um dos braços a minha volta, arregalei os olhos, mesmo que ele não estivesse vendo.

Fiz mais uma tentativa, agora apoiando minha mão na sua barriga e o balançando. Como antes, não abriu os olhos, dessa vez nem ao menos se moveu.

Lly: Moço!- chamei um pouco mais alto, ele realmente tem um sono pesado, ou está muito cansado- Moço, acorda! Não virei encosto!- falei perdendo a paciência, para ser sincera, gritei.

Todos em volta acordados olharam na minha direção, os que dormiam resmungaram algumas coisas e retornaram ao seu descanso. Não sabia se ria junto com as meninas ou se queria um buraco pra me esconder. Finalmente surtiu efeito, ele abriu os olhos assustado, procurando em volta a possível causa de seu despertar repentino, assim que seu olhar caiu sobre mim, ficou surpreso. Retirou o braço que me envolvia lentamente, com o rosto inteiramente vermelho, a cada segundo ele ficava mais vermelho, me deixando envergonhada também.

Moço: Desculpa menina- pediu, ainda atordoado pelo susto.- Talvez só talvez mesmo, eu tenha ficado surdo - disse com o dedo indicador no ouvido direito.

Lly: Sorry!- dei um sorriso de desculpas e tímido ao mesmo tempo.

Moço: Que seja.- disse com arrogância, logo agindo como se absolutamente nada tivesse acontecido.

Ele é bipolar, se desculpa e depois fala como se não tivesse importância. Não muito tempo depois, ele está dormindo, assim como boa parte dos passageiros. Que por sinal, era o que eu deveria fazer, ao invés de o estar observando. Seus cabelos castanhos claros, dão a impressão de terem sido cortados recentemente em um corte moderno, consegui ver seus olhos quando "conversamos", são pretos não muito escuros, tem uma pintinha no canto esquerdo do maxilar, pouco visível. Sua blusa preta não ajudava no quesito ver músculos, ainda que não desse para notar tanto, pelo fato dele ter literalmente me abraçado, senti que seus braços são fortes.

Antes de ser pega o analisando, viro para a janela, pelo horário o Sol estava nascendo, e estava incrível. As cores se infiltrado por entre as nuvens branquinhas, tons um pouco rosados ainda decoravam a paisagem. Fico admirando o céu. Se tornou um vício, olhar as estrelas, ver o nascer e o pôr do Sol, tentando captar tudo, cada luz. Pousamos, e o moço dormia profundamente. Alguma aeromoça o acordaria, tomei cuidado para não tocá-lo ao passar por sua poltrona, peguei minha mochila, o olhei, não custa acordar ele.

Lly: Moço,- cutuquei seu braço, como esperado nada aconteceu- moço acorda.- o balanceio com um pouco mais de força, ele se remexeu, me aproximei mais de seu rosto, assoprei tomando cuidado para não ser muito forte.

Devagar ele foi abrindo os olhos, aparentemente não lembrando onde estava, assim que me viu perto do seu rosto, levou um susto se colando na poltrona, me afastei de imediato. Não esperei ele dizer nada e sai do avião para alcançar as meninas.

Babi: Tinha que ter gritado dentro do avião?- arrumou a alça da mochila no seu ombro, olhando para frente.

Lly: Não... Mas estava com vontade, então gritei- dei de ombros.

Como OlvidarOnde histórias criam vida. Descubra agora