Capítulo 19

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P.O.V. Allye

Lly: Bolinho? - consigo identificar quem falou comigo, soluço alto quando vejo que é ele.

Sebas: Palhinha, por quê você está nessa chuva? - me olha preocupado.

Lly: Bolinho! - corro na direção dele e o abraço.

  Sou recebida com carinho e cuidado. Ele me abriga nos braços e me abraça com firmeza.

Sebas: Você está fria! - segura meu rosto com as duas mãos, não solto ele - Vem, vamos entrar no carro. Se ficar assim mais tempo é perigoso ficar doente. Vamos.

Entramos no carro, sem que eu perceba, Sebas liga o aquecedor e me cobre com sua jaqueta, que está mais seca do que eu.

Lly: Obrigada, Sebas. - sorrio para ele.

Sebas: Nem começa a tentar disfarçar. Eu te conheço bem. - ele começa a dirigir - Não pense que com esse seu sorriso fofo vai conseguir me distrair. Quando chegarmos no hotel, nós vamos conversar sobre isso.

Lly: Senti tanto a sua falta. - volto a chorar - Você não tem ideia de quanta saudade senti!

Sebas: Eu também senti saudades suas. - me olha por um segundo antes de virar em mais uma rua - Tanto que chega a doer em alguns momentos.

Lly: Não fica tão longe assim outra vez, tudo bem? - retiro o acúmulo de água do meu rosto e com isso as lágrimas também.

Sebas: Eu prometo! - estica o dedo mindinho para mim, o seguro com o meu.

Lly: Mesmo? - pergunto só para ter mais uma confirmação.

Sebas: Mesmo! - ele ri da minha insistência e da expressão chorosa que faço - Está com muito frio?

  Ele pergunta depois que eu estremeço e me encolho mais debaixo da jaqueta.

Lly: Não muito. - bato os dentes por um segundo - Talvez esteja.

Sebas: Já estamos chegando, é logo na próxima esquina. - ele estica a mão e esfrega por cima da jaqueta - Você toma um banho quente e conversamos com um bom chocolate quente.

Lly: Igual quando éramos crianças. - sorrio ao lembrar dos nossos dias de chuva e brincadeiras.

  Nós sempre passávamos algumas semanas um na casa do outro nas férias, na maioria delas chuvia por quase dois dias, aproveitavámos esse tempo debaixo das cobertas e com chocolate quente que nossos pais faziam. Eu preferia o chocolate da mãe dele, e ele o da minha. Na adolescência, tínhamos noites do pijama e ele passou a preparar o chocolate, e eu passei a preferir o dele. Eu me encarregava de escolher o filme e arrumar os cobertores. Passávamos a noite assistindo filme e conversando, acabava que dormíamos só algumas horas.

Sebas: Chegamos. - anuncia ao desligar o carro.

Lly: Veloz como um jato. - brinco.

  Sebas sai do carro, contorna a frente dele e abre a minha porta, eu só consigo desafivelar o cinto de segurança.

Sebas: Vem, Palhinha. - me ajuda a sair do carro e me abraça de lado enquanto caminhamos para o elevador do estacionamento.

  Não demoramos a parar no andar em que ele está hospedado. Saímos rápido do elevador assim que as portas se abrem. Sebas tenta andar mais rápido, sua testa está franzida, sinal de que está preocupado com o meu estado. Seu instinto protetor foi ativado, e só vai desligar quando eu estiver bem.
 
  No mesmo instante que a porta é aberta, uma pessoa passa dentro do apartamento. Uma pessoa que conheço muito bem.

Lly: Você também veio! - corro um pouco e pulo nele, que assustado não se move de imediato.

RK: Meu amor! - finalmente me reconhece e reage me girando no ar - Você está encharcada! E gelada que só!

Como OlvidarOnde histórias criam vida. Descubra agora