A sala de Dumbledore era enorme, era repleta de móveis antigos e objetos mágicos em cima de estantes e prateleiras. Haviam inúmeros quadros pendurados nas paredes, quadros esses que representavam os antigos diretores de Hogwarts, nos quais todos, pelo que pude perceber, tinham suas imagens movendo-se agitadas, um em específico até estava usando uma trombeta de ouvido, para ouvir melhor tudo que estava acontecendo na sala.
O diretor, ao lado da professora Mcgonagall, nos olhava com atenção, um em um, entrando na sala e se colocando em frente ao seu gabinete me madeira escura. Vi que Rafael já se encontrava na sala, junto com o professor Flitwick, diretor da Corvinal. Era claro, ele estava conosco na beira do lago, e era o único de outra casa. Seu olhar era sério e pesaroso. Ele dera um suspiro, no qual o movimento balançou um pouco sua enorme barba branca, depois ajeitou calmamente os seus óculos e então disse, com sua voz um tanto embargada.
- Vou falar com a mais alta sinceridade com vocês, mas primeiro, eu gostaria de pedir que todos tenham a decência de não sair comentando o que vou lhes contar agora, estou sendo suficientemente claro? - seu tom era mais calmo do que eu achei que seria, mesmo ele estando visivelmente abalado. Porém, era notória a rigidez com que ele se portava. Uma aluna tinha morrido bem abaixo do nariz dele, no primeiro dia de aula do ano letivo. Ele, mais do que ninguém, estava em maus lençóis. - Eu chamei-os aqui, pois vocês estavam relativamente próximos do local que a pequena Helena Abbott estava caída. De certo, passou pela cabeça de vocês quem poderia ter feito uma atrocidade dessas, e eu lhes adianto que não foi nenhuma criatura mágica que viva na floresta proibida, caso tenham considerado essa opção. Comno sabemos disso, vocês se perguntam. Ora, vou confidenciar a vocês que marcas foram encontradas em seu corpo, marcas que nenhuma criatura mágica fora bruxos teriam conhecimento e interesse. E é só isso que posso contar-lhes por enquanto. Agora... - continuava o diretor, olhando para cada um de nós enquanto falava lentamente - Preciso saber se algum de vocês a viu antes de estar caída, ou viu alguém naquela direção ou alguma coisa que indique quem possa ter tirado a vida da aluna do primeiro ano.
Todos estavam calados. Ninguém falou nada, sequer fez algum som ou se mexeu. Parecia até que haviam-nos azarado com um petrificus totalus. Olhei de soslaio para Tiago, Sirius, Remo e Rabicho, que estavam juntos no lado oposto ao meu, estavam com a cabeça erguida, mas continuavam em silêncio.
- E então...? - disse a professora Mcgonagall, cortando o silêncio com uma voz branda.
- Não vi nada. Só percebi a menina caída no chão quando estava subindo as escadas, com todos. - falei bruscamente, num tom mais alto do que o adequado
- Não estávamos tão perto. O lago Negro é grande, ela estava mais afastada. - falou Joyce, concluindo meu pensamento.
O diretor e os professores continuavam nos encarando, esperando respostas. Não vi nenhum olhar acusador, acho que estavam procurando apenas respostas, algo que auxiliasse, ou até mesmo desvendasse o que teria exatamente acontecido, quem teria feito aquele ato tenebroso.
- Não acho que tenha sido nenhum de nós. Não tem como, estávamos todos a vista uns dos outros. Podem utilizar soro da verdade se acham que estamos mentindo. - Disse rapidamente Sirius, com um tom um tanto agressivo, e cuja testa estava molhada de suor.
- Não pense, sequer por um segundo, que nós suspeitamos de vocês, senhor Black. Não... conhecemos vocês há cinco anos e sabemos que não seriam capazes de um ato cruel como esse. A poção Veritaserum não será necessária.- respondeu calmamente Dumbledore, com aquele tom paternal que usava sempre que queria nos tranquilizar ou dar um conselho ou uma bronca. - Só queremos respostas. Sabe... Amanhã, como já imaginam, receberemos uma visita do ministério da magia, é claro. E adianto-lhes que a todos os alunos, professores, funcionários, e até mesmo os fantasmas da escola, serão investigados. E Não há nada que eu, em meu poder, possa fazer, além de cooperar com as investigações, o que é claro, farei com todo o prazer. Sobre termos chamados vocês aqui, só queríamos obter informações antes que outros, mais agressivos, os fizessem. - continuou o diretor. - Mas bem... como vocês não viram nada, podemos terminar aqui.
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Drama, vinho e Hogwarts
Teen FictionEntre os anos de 1971 e 9178, um bruxo mestiço de nome Diego Vulpes estudara na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, pouco antes da primeira ascensão de lorde Voldemort. Nessa época pré-guerra a tensão, o romance e euforia se misturavam e tornara...