Uma semana se passou desde a vitória da Grifinória contra a Sonserina. Houve, na manhã do dia anterior, outro jogo, onde Corvinal vencera a Lufa-lufa. Eu estava junto com Pedro, conversávamos animados sobre a visita em Hogsmead naquele fim de semana, já estávamos com as autorizações assinadas por nossos pais. Passávamos observando os quadros dos corredores que conversavam entre si. Vi um quadro de um cavaleiro beijando a mão de uma donzela muito alva de outro quadro. "o amor estar no ar" soltou Pedro bem humorado ao presenciar a cena emoldurada.
Estávamos descendo agora as escadas, queríamos chegar logo ao salão principal para encontrarmos os outros, almoçarmos e irmos para o vilarejo. Era a primeira visita naquele ano letivo. Ansiava por uma boa cerveja amanteigada. Ano passado, pelo que me lembrava, tomamos essa bebida em todas as visitas, mas isso não foi o suficiente. Talvez fosse o sabor doce que viciasse, ou a energia de estar rodeados por amigos em um vilarejo bruxo, sendo jovens e felizes, mas seja qual for o motivo, era viciante.
Vimos que a escada estava mudando de posição, apressamos o passo, quase correndo, e assim que conseguimos pular do último degrau e firmar o pé no corredor, sentimos um baque e duas mãos em nossas costas, viramos para trás rapidamente. Já estava sacando minha varinha, quando vi que atrás da gente, estava nosso amigo Rafael Saint nos encarando.
- Rafael? De onde você vem? Nos deu um susto. - indaguei curioso, respirando pesadamente.
Ele ajeitava seus cabelos escuros, os amarrando. - Eu estava na torre de astronomia, tinha que rever a posição do sol de hoje pra uma atividade, e vocês?
- Só estávamos tomando banho no banheiro de cima, lá é mais calmo. - respondi
- Os dois? - o seu semblante era de curiosidade e malícia, ele estava obviamente insinuando coisas.
- É, gostamos de ensaboar um o corpo do outro. - Disse Pedro.
- Na próxima me chamem. - Rafael disse rindo e voltou a andar.
- Espera! - o puxei pelo ombro - Para onde você vai?
- Eu só... só vou ver como aquele menino está, a madame Pomfrey disse que ele ficaria bem em dois dias e já faz uma semana, ele continua muito inchado.
- Aquele menino da Lufa-lufa que errou o feitiço cabeça de bolha? - indaguei
- O próprio. Eu vi na ficha que ele se chama Henry Yaxley, é do quinto ano, como a gente, mas eu não reconheci ele.
- É o Henry? Ah, por isso não vi mais ele nas últimas aulas, nem associei. - disse Pedro, sua voz denotava surpresa - Coitado, espero que melhore logo...
- É, eu fui lá algumas vezes pra ver como ele estava. Nunca falei muito com ele, mas acho que seria legal alguém ir lá ver como ele está de vez em quando, e como eu vi ele chegar, eu poderia ser essa pessoa.
- Bem... quando for lá nos encontre no salão principal. Vamos almoçar e depois visitar Hogsmead.
-Eu já estou com minha autorização em mãos. - respondeu o corvino.
Pegamos outra escada, essa mudou de lugar três vezes antes de chegarmos ao fim de seus degraus, estava tentando nos pregar uma peça, acho, mas logo chegamos ao salão principal. Brenda estava falando como sua planta de tentáculo venenoso estava bonita, e Jessie respondia que a dela estava tão bonita quanto, e até insinuou que a coloração da dela estava mais esverdeada do que as outras. Não deu tempo de Brenda responder, mal deu pra nós sentarmos, alguém já avisou em alto som: "O correio chegou". Então vimos dezenas de corujas entrando pelo salão sobrevoando todos, com cartas e pacotes pendurados por suas patas.
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Drama, vinho e Hogwarts
Teen FictionEntre os anos de 1971 e 9178, um bruxo mestiço de nome Diego Vulpes estudara na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, pouco antes da primeira ascensão de lorde Voldemort. Nessa época pré-guerra a tensão, o romance e euforia se misturavam e tornara...