Horas se passaram, o sol já estava se pondo. Estávamos todos esperando do lado de fora da sala do diretor, encarando uma gárgula de pedra parada, seus olhos evidentes nos encarar. Esperávamos Rafael sair da sala. Todos já prestamos depoimento. Não pretendo nada conosco, nenhuma informação nova. Tiago Potter, com seus cabelos bagunçados falou para nós que se alguém poderia estar por trás disso seria o jovem quintanista da Sonserina chamado severo Snape. "Aquele seboso de cabelo oleoso pode até não ter feito, mas com certeza sabe quem fez." "Depois vamos pessoalmente colher informações daquele ranhoso." completou Sirius, no qual até posso dizer que se animou com a ideia. Remo Lupin e Pedro Pettigrew apenas olharam a cena, porém com semblantes diferentes.
Enquanto Pedro concordava com a cabeça, Remo os fitava com um olhar de reprovação, apesar de nenhum deles ter percebido. Eles encontraram mais alguns minutos falando sobre as amizades esquisitas que o Snape colecionara, o que justificaria suas suspeitas, e logo depois começaram apenas a falar de seu nariz côncavo e seus cabelos que pingavam de óleo, segundo eles. "Será que ele já lavou a cabeça esse ano?" conheço Tiago, arrancando verdadeiras gargalhadas de Tiago. Eu mesmo não consegui manter o riso, Brenda e Bia me acompanharam nessa. Eu gostava dos meninos. Dos marotos, como eles se intitulavam. não temos nenhum nome para o nosso grupo, apesar de já termos utilizado a palavra "turma dos sem condições", pois uma vez bia falou esse termo, sem motivo algum, quando estava bêbada de vinho no ano passado, quando comemoramos seu aniversário e apresentamos as bebidas alcóolicas para todos, inclusive a mim mesmo. "Estou Sen condiciones para subir ao salão comunal. Sen condiciones de falar a senha ao quadro da mulher gorda. Sen condiciones ningunaaaaa" ela gritou em baixo do carvalho, que ficou em cima de um morrinho, perto do lago negro.o discurso de Tiago sobre a higiene pessoal de Snape foi interrompido pelo farfalhar da gárgula que girava, evidenciando Rafael descendo pela escada em espiral, acompanhado pelo chefe dos aurores Rufus Scrimgeour. Ninguém falou e a presença do auror intimidava todos. O silêncio foi benéfico, pois assim ele poderia se adiantar.
- Bem... - Disse ele com o queixo predominantemente levantado, sua voz era firme, tal qual esperava-se de alguém com a carga que ocupava - Sei que não foram nenhum de vocês. Sinto termos usado a poção Veritaserum em vocês, mas todos estendem a gravidade da situação, sabemos que temos que usar os artifícios que temos em mãos para descobrir o que aconteceu." - ele não obteve resposta, porém ao olhar para nossos rostos, ele sentiu - Temos uma lista de alunos cujos, pelas suspeitas que temos de seus pais, se posso-lhes contar, podem ser os responsáveis, ou possuem informações. Enfim... tudo é informação confidencial. Isso é tudo. Vocês estão liberados." e terminar após de falar, apenas se virou, dando de cara com a gárgula que já estava novamente presente, garantindo a passagem pra sala do diretor. Então Scrimgeour recitou com uma voz calma e grossa: "Martelo de gigante". A estátua girou e liberou a passagem para as escadas em espirais, subiu para a sala de Dumbledore, e voltou-se a fechar assim que ele passou.
- E aí? - Perguntou Joyce, apressada, a Rafael - o que disseram a você?
- O mesmo que há vocês - ele respondeu rapidamente. - Me deram o soro da verdade pra beber, com Dumbledore com a cara do tamanho do mundo pra eles, e perguntaram o que eu sabia, o que eu estava fazendo perto do lago negro. Falei que estava bebendo hidromel com álcool e conversando sobre as férias e sobre o ano letivo. E agora estou com um mês de detenção, todo sábado vou limpar os penicos usados da enfermaria, sem usar magia. Mas fora isso, nada. - Finalizou o corvino de cabelos negros.
- Eu vou ter que limpar os livros da Biblioteca sem magia, mas eu vou usar o magia sim. Quero ver quem vai ficar pastorando. - Respondi. Nada que Rafael falara tivesse sido diferente dos outros. Ninguém sabia nada, e todos estavam detidos. Fiquei um pouco envergonhado por Dumbledore saber que bebemos, e um pouco receoso que isso interferisse na minha tentativa de ser auror futuramente, mas Pedro me acalmou dizendo que o próprio Rufus, chefe do departamento, enchia a cara nos seus dias de Hogwarts, sabiam disso. "Adolescência tem isso mesmo, faz parte", disse Pedro para me consolar quando saiu do interrogatório e relatara o medo.
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Drama, vinho e Hogwarts
Teen FictionEntre os anos de 1971 e 9178, um bruxo mestiço de nome Diego Vulpes estudara na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, pouco antes da primeira ascensão de lorde Voldemort. Nessa época pré-guerra a tensão, o romance e euforia se misturavam e tornara...