A narradora e o quadribol

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Era noite de uma quarta feira, a lua já estava reinando nos céus, iluminando todo o castelo. Jessie e Joyce estavam comigo na sala comunal. O relógio batia dez horas da noite, e confesso que o barulho dos ponteiros já estava me incomodando. Deveriam encantá-lo para fazê-lo parar de incomodar os alunos que perdem a concentração com pequenos sons chatos e repetitivos. Estávamos fazendo nossa atividade de adivinhação, acho que a professora nunca havia passado uma tão difícil. Estava sentado de frente naquela mesa há horas lendo como um desesperado e o máximo que consegui fazer quatro linhas, cujas rabiscadas no pergaminho aberto sobre a mesa. A atividade passada era para decifrarmos a imagem estampada no pergaminho, uma mancha negra que poderia ser qualquer coisa, desde um unicórnio se banhando a um lago ao menino inchado como uma bola que Rafael presenciou na ala hospitalar, então teríamos que dar seu significado e quais suas consequências, e quais seriam as nossas interpretações para ela quando empregámos o contexto do céu noturno da noite do dia 12 de setembro. eu nem sabia como estava o céu naquela noite porque a atividade foi passada no dia 15. Aquela mulher só podia estar louca, ou ao menos perto da insanidade. 

- Estou quase desistindo. - resmunguei. - Não consegui registros da noite daquele dia e cada aluno ganhou um pergaminho com a imagem diferente, nem para nos ajudar podemos. Isso é ridículo. É isso que eu acho dessa atividade, acho que é ridículo. - minha voz saiu alta, quase como um grito. Não me espantaria se algum aluno descesse das escadas dos dormitórios e me desse uma bronca, pedindo silêncio. O barulho do ponteiro parecia mais alto quando parei de falar, meu Deus como aquilo era irritante. peguei minha varinha de cima da mesa de estudos, ao lado de pergaminhos abertos e apontei para o relógio - Silencio - e ao conjurar o feitiço, o relógio agora parara de fazer barulho, se não fosse pelos ponteiros se movendo, pensaria-se que estava quebrado.

- Pensei que você fosse explodir o relógio - Joyce comentou, secamente.

- Não foi por falta de vontade, acredite - respondi - a atividade é pra amanhã, eu sinto muito mas vou inventar alguma coisa e subir. Ela coloca uma nota que quiser.

- Eu acho que vou fazer isso também. - sabia que Jones concordaria de imediato com a ideia de subir e ir dormir. - O meu parece uma raposa morrendo, e aqui no livro diz que um animal morrendo É sinal de azar e que o bruxo está na mira do ataque de pessoas mal intencionadas próximo a você. Diz aqui também que precisa entender as repressões que tem feito sobre si mesmo e resgatar o que precisa para que possa lidar com essas dificuldades. Vou escrever tudo isso e falar só da lua que me lembro que estava cheia, pois escutei uivos que não vim de lobisomens, vindos da floresta proibida,. então vou colocar isso e ignorar todas as estrelas e planetas. Ela me dê um cinco, ou um três, se quiser, eu não me importo.

- Isso, o meu parece uma poça de lama, mas pode ser que seja uma poça de água, ou uma nuvem. Acho que vou arriscar na poça de água, que é mais místico. Quero terminar isso em vinte minutos e ir dormir, amanhã a gente vê a bomba.

- Eu não vou acompanhar vocês nessas coisas, amigos. Vou virar a noite nessa atividade mesmo, fazer o quê, não é? - Disse Jessie que estava calada há horas, equipamentos em seu dever.

- Cuidado pra não ter um pire-paque de tanto estudar, temos provas semana que vem, não gaste toda sua energia nessa atividade - Joyce ponderou.

- Ai, gente, eu não consigo entregar nada, isso é de mim. Eu sou uma pessoa perfeccionista, vocês sabem. Se tudo não for perfeito, eu fico muito mal, me cobro muito. Não que o de vocês fique ruim, mas é que eu não consigo deixar pra lá. - O Tom de Jessie era irritante, como era sempre que se tratava de assuntos acadêmicos. Por muitas vezes ela deixou de sair com as pessoas, ir para Hogsmead, ir em festas e sociais conosco, para ficar se ocupando e colocando toda a sua energia em atividades que ninguém, além dela mesma, se importava muito. No final, as notas nem eram maiores do que as nossas. Isso era uma das coisas que mais nos irritava em Jessie, essa superestima nos assuntos acadêmicos. Mas enfim, cada pessoa tem sua personalidade, cada bruxo sabe o que é melhor para você, eu acho.

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