1983
— No ano que vem, não poderei comparecer a tantas reuniões quanto gostaria — disse ele — Agora que sobrevivi ao meu primeiro ano como professor, terei mais deveres a cumprir e mais cargos a cumprir — As horcruxes não se encontrariam, e ele se recusou a ter mais pedaços da alma do Lorde das Trevas por aí — Não tenho dúvidas de que nossos alunos sênior e monitores serão capazes de conduzir essas reuniões com sua eficiência habitual, e continuarei a vir de vez em quando, dando palestras semelhantes às deste ano, bem como supervisão geral e ajuda de tutoria.
Ele olhou para seus alunos e sentiu algo quente crescer em seu peito.
— Todos vocês se comportaram excepcionalmente bem este ano — continuou Regulus — Tenho orgulho de ser o chefe de sua casa. Aos sétimos anos: sei que você fará grandes coisas e espero que siga meu conselho. Espero que todos tenham fantásticas férias de verão.
Regulus fez menção de se levantar, mas alguém limpou a garganta e ele fez uma pausa antes de relaxar em seu assento, os dedos agarrando os apoios de braço.
Arabella Rosier, a mesma garota do sexto ano que falou na primeira noite e chamou os trouxas de imundícies por sua falta de magia, levantou a mão.
— Sim, senhorita Rosier? — ele perguntou, arqueando uma única sobrancelha.
Ela limpou a garganta, com as mãos fechadas em punhos trêmulos ao lado do corpo.
— Eu sou uma filha da Nobre e Antiga Casa de Rosier — ela declarou, falando de forma que suas palavras fossem projetadas para o resto de sua casa reunida — Tenho orgulho da minha família e da minha herança — Ali, ela fez uma pausa, como se tentasse encontrar as palavras para continuar — Eu valorizo a pureza do meu sangue e quantos anos ele tem. Sempre pensarei que os puros-sangues têm uma ligeira superioridade inerente, por causa de quão antigo é seu sangue, como sua história é cheia de magia e poder. E... eu não gosto de trouxas — Seu nariz fino enrugou — Eu acho que a maneira como eles fazem as coisas é estranha e diferente. Eu não os entendo. Acho que nunca poderia fazer amizade ou amar um trouxa.
Arabella olhou para seus pés. Quando levantou o olhar, sua expressão era fria e determinada.
— Mas não acho certo matá-los por isso.
Algo no peito dele se soltou.
— Eu não quero que os trouxas morram porque eles são diferentes de nós — ela repetiu, encorajada pela falta de Maldição Cruciatus lançadas sobre ela — O professor Black falou muito sobre isso e eu tenho pensado por conta própria. Não preciso gostar de trouxas ou me associar livremente com eles para pensar que matá-los é errado — ela mordeu o lábio — O Lord das Trevas estava errado. Ele falava muito sobre pureza de sangue e supremacia de sangue puro, mas matava sangue-puro e nascidos-trouxa indiscriminadamente; ele não se importava em enviar seus seguidores puro-sangue para o massacre, que estava exterminando famílias puro-sangue só porque eles não se aliaram à ele. Tudo o que importava era estar no topo, liderando a Inglaterra Bruxa. Seus seguidores eram apenas ferramentas — Suas sobrancelhas franziram e sua mandíbula cerrou — Eu me recuso a ser uma ferramenta.
Brienne Parkinson se levantou, dando à garota Rosier um aceno respeitoso enquanto ela se sentava.
— Arabella fala pela Sonserina — disse ela, de braços cruzados e olhos semicerrados enquanto olhava ao redor da sala.
Regulus podia ver expressões rebeldes em alguns rostos, mas eles eram superados em número pelos acenos de concordância e inclinações de cabeça.
— Você pode abominar os trouxas e não gostar dos nascidos trouxas, mas não precisa procurá-los para torturá-los ou matá-los. Isso mina o próprio sentimento de pureza do sangue. Se você se considera tão superior, não deveria ter que tentar desesperadamente provar isso — Ela lançou adagas para um dos Goyle enquanto falava. — Em vez de xingamentos e azarações nos corredores, os membros da casa nobre de Salazar Slytherin provam sua superioridade por meio de rigorosos estudos acadêmicos, vitórias no Quadribol e postura e caráter implacáveis.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pedra Filosofal: Regulus Black, O Mestre de Poções (Livro 1)
FanfictionEle deveria ter morrido naquela caverna em 1979. Quando pediu para seu elfo, Monstro, o levar até lá, Regulus sabia que estava caminhando em direção a sua morte, mas como tudo em sua vida, nem a morte o deixou escolher. Salvo por Monstro, e com a gr...