Capítulo 5

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— Alguma pergunta?

Era sexta-feira à noite novamente. A segunda semana de sua carreira docente nascente foi tão monótona e tensa quanto a primeira, embora ele reconhecesse que as outras casas estavam lentamente começando a afetá-lo. McGonagall até parou de tentar abrir buracos com o olhar na parte de trás de sua cabeça durante as refeições, se contentando com um olhar ocasional.

Os sonserinos, que estavam sentados diante dele na sala comunal mal iluminada, ainda estavam distantes, decidindo-se ou esperando para tentar avaliar o temperamento da casa em geral.

Ao contrário da primeira reunião da casa, desta vez, uma mão se ergueu no ar.

— Senhorita Threnton — ele disse, acenando em sua direção.

— Você disse na semana passada — ela começou — que... que não seríamos capazes de derrotar os trouxas, mesmo com magia — Ela era apenas uma segundanista; irritava-o ter de expor crianças como ela à natureza horrível das coisas, mas era isso ou deixá-los ser enganados por um dos lados infiéis da guerra.

A guerra física pode ter terminado, a troca de fogo mágico interrompida, mas a guerra real ainda estava em andamento. As coisas não foram bem resolvidas com a derrota do Lorde das Trevas, não importa quantas pessoas gostassem de fingir que era o caso.

— Sim, eu disse.

Ela olhou ao redor para os rostos de pedra que a cercavam.

— Eu só estava pensando — disse ela, torcendo um cacho brilhante em torno de seu dedo — Se tivéssemos uma guerra com os trouxas, venceríamos?

— Não — ele responde sem hesitação. Fácil, rápido e simples.

A indignação que passou por muitos rostos disse a ele que eles não acreditavam.

— Lembra-se das bombas que mencionei na semana passada? As atômicas? Eles também têm outros, em menor escala, mas não menos explosivos e não menos mortais. Não muito diferente de nossas Maldições Explosivas. Os trouxas também têm armas, que suponho que você descreva como sua versão tecnológica da Maldição da Morte. Basta apertar um botão e uma arma carregada lançará um pequeno projétil chamado bala, que, se atingir você em uma área vital, certamente o matará e, de qualquer forma, causará muitos danos.

Ele observou seus alunos, ainda há um ceticismo presente em muitos, não tão forte, mas ainda lá.

— Sim, nós temos magia — ele disse pacientemente — Sim, nós temos nossas próprias Maldições da Morte, nossas próprias Maldições Explosivas. Mas eles têm essas coisas em diferentes formas e têm a vantagem dos números. Existem bilhões de trouxas no mundo. Não existem bilhões de bruxos e bruxas.

Ainda mais hoje em dia ele pensou, a memória de tantos que ele conheceu que foram mortos na guerra, não só seus amigos, mas também conhecidos e pessoas que ele viu pelos corredores do castelo e no Profeta Diário, na seção de obituário. Como as McKinnon, Evans, Potter e Pettigrew que viviam ao redor de seu irmão.

— Sem mencionar — Regulus acrescentou — uma guerra brutal contra os trouxas, mesmo que nós vencêssemos, mesmo que conseguíssemos eliminá-los da face do planeta, teria consequências terríveis para a população bruxa também. O ciclo de reprodução, por assim dizer, já é tão limitado. Sem trouxas para casar e nascidos trouxas para entrar no mundo e fornecer sangue fresco, o mundo bruxo se reduziria a uns poucos indivíduos grosseiramente consanguíneos, vulneráveis ​​a pragas e fatores externos devido à sua falta de diversidade genética.

Mesmo quando os rostos dos puristas de sangue se contraíram com a menção de ter filhos com trouxas, eles não podiam negar o que ele estava dizendo. A mágica Grã-Bretanha foi dizimada pela guerra, perdendo muitas linhagens familiares em ambos os lados do conflito. Simplesmente casar um com o outro levaria à extinção de características valorizadas, como em sua própria família com o gene metamorfomago.

Pedra Filosofal: Regulus Black, O Mestre de Poções (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora