Capítulo 19

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Harry abriu os olhos lentamente, a visão turva voltando a consciência sentiu dor por seu corpo. A sensação assustadora de algo não material passando por ele, como um fantasma, o atravessando como se ele não estivesse ali. Mas a sensação de frio é substituída por algo mais terrível.

Ele fechou os olhos novamente, talvez o que aconteceu naquela sala fosse apenas um pesadelo, talvez nada tenha sido real, e sua mente só lhe estava pregando uma peça.

Todo seu corpo dói, não muito diferente do dia seguinte a uma surra dada por tio Vernon. Então, talvez não só os últimos acontecimentos.

Harry sentiu o pânico substituindo a dor por todo seu corpo. Os olhos bem fechados agora, ele não queria mais abri-los. Não para voltar ao mundo que já estava terrivelmente acostumado.

E se tudo foi um sonho, como aquelas sensações durante todas as vezes mais felizes lhe diziam. Então ele abriria os olhos e descobriria que está de volta aquele pequeno espaço debaixo da escada, e nada aconteceu.

Isso fez seu coração doer, e ele sentiu uma forte vontade de chorar, até sentiu as lágrimas escorrendo pelo canto de seus olhos.

Ele não queria voltar. Não queria descobrir que tudo foi um sonho terrível e tudo fica ainda pior pois o sonho foi maravilhoso, mesmo a parte apavorante na floresta proibida e enfrentar o trasgo.

Agora as lágrimas estavam escorrendo livremente por seu rosto, e um soluço doloroso subiu por sua garganta, mesmo ele tentando se manter em silêncio, ou voltar a dormir.

— Ei, está tudo bem — uma voz masculina disse muito perto dele.

A voz lhe parecia estranhamente familiar, mas não era a de seu tio, havia muita gentileza naquele tom para ser de Vernon, e muito adulta para ser Duda, também não havia nada de gentil e legal naquele garoto também.

Mãos frias tocaram seu rosto, tão gentis como nada que ele sentiu durante sua vida.

— Você está seguro, está tudo bem — a voz continua lhe dizendo, um tom calmo, repetindo garantias — Pomfrey — a pessoa diz, seu tom mais alto pela primeira vez.

***

Regulus estava pronto para voltar a seu aposento quando ouviu um pequeno soluço sufocado, ele se virou para Harry, ainda de olhos fechados, mas agora o menino está chorando.

Pode ter se passado quase uma década dele como professor, mas ele não se tornou melhor em consolar crianças chorando. Ele continuou dizendo garantias de que o menino estava seguro, mas ele não sabia o que causou isso. Harry está com dor? Ou são as lembranças do que ele enfrentou vindo o assombrar?

Regulus infelizmente estava muito acostumado com ambos os cenários. E com pesadelo por ambas as razões também. Então ele tenta acordar o menino.

Mas o gemido triste que o menino soltou quando Regulus tocou seu rosto foi de cortar o coração

— Potter — a voz volta ao tom anterior — Harry, você pode abrir os olhos?

O menino apenas balançou a cabeça em negação. O menino está acordado, e Black não sabe se isso é melhor ou pior do que antes. Ele passa a mão pelo cabelo encaracolado e bagunçado, tirando alguns cachos de cima dos olhos do menino.

— Harry, sou eu, o Sr. Black — ele diz — você está na enfermaria, em Hogwarts, você pode abrir os olhos, por favor?

O garoto pareceu considerar profundamente o que Black havia dito, e por um momento o homem pensou que o menino iria continuar se negando a abrir os olhos, mas então ele abriu os olhos, piscando para focar a visão.

Pedra Filosofal: Regulus Black, O Mestre de Poções (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora