Capítulo 11

495 38 10
                                    

Maratona 1/3

• Safira 💖
___________

As coisas ultimamente andam estranhas, sinto que todos estão estranhos comigo, tudo está estranho, uma sensação estranha de algo vai acontecer em breve.

Paola tá super afastada de mim, não sei o que tá acontecendo com ela, toda vez que vou falar com ela, ela me evita e inventa alguma desculpa.

Já até desistir, só nos cumprimentamos com um aceno e pronto.
Isso me deixa mal? claro, fiz a vontade dela e agora ela me trata como se eu fosse uma qualquer.

O Caio é outro que tá super esquisito comigo, tá sempre ocupado, mal estamos conseguindo se falar.

Talvez seja só os nossos tempos que não estão batendo um com o outro, isso acaba distanciando um pouco a gente.

Bom, eu quero acreditar que seja isso, me recuso acreditar que seja outra coisa.

Tudo isso tá me deixando cansada, sinto que as vezes vou enlouquecer.

Meu estágio tinha começado já faz alguns meses, estou mega feliz de fazer o que eu gosto, não vejo a hora de começar a trabalhar.

Meu estágio é pela manhã, a tarde eu trabalho como babá e a noite eu faço faculdade.

Meus dias são super corridos, depois que eu comecei o estágio aí que não tive tempo pra nada.

Hoje a tarde eu não iria trabalhar, então aproveitei o tempo pra organizar minhas coisas.

Tava terminando de arrumar minhas apostilas, quando bateram na porta, mandei entrar e continuei de olho nas apostilas.

Paola: Preciso da sua ajuda, por favor.

Até me assustei quando olhei pra ela, não esperava ela tão cedo por aqui, mas o que mais me chocou foi o estado que é que ela está.

O rosto inchado de tanto chorar, olheiras bastante evidentes, cabelo meio bagunçado.

Safira: Passou as últimas semanas me ignorando, agora de repente eu sirvo pra ajudar você? Legal.

Sei que não era momento pra falar isso, mas não conseguir segurar minha língua.

Paola: Por favor, agora não, eu realmente preciso da sua ajuda. - juntou as mãos e começou a chorar.

Safira: Tá, diz ai o que aconteceu.

Paola: Eu descobri que tô grávida, hoje eu fiz o teste de sangue e confirmei.

Safira: O que eu tenho a ver com isso? Por acaso eu sou pai?

Paola: Nossa, não esperava isso de você, quanta ignorância, se eu soubesse eu nem teria vindo aqui. - fez menção de levantar, mas eu puxei ela de volta.

Safira: Eu apenas tô cansada, foi mal. Mas me diz em que eu posso ajudar.

Paola: A minha mãe vai me matar quando souber... Sabe por que? Porque ele é comprometido, ela sempre me alertou sobre isso. Ele não quer assumir, eu não sei o que fazer. - se jogou na cama e afundou o rosto no travesseiro.

Pisquei várias vezes, tentando raciocinar.

Tá, eu sabia que a Paola pegava vários, tem um certa fama aí, mas pegar homem comprometido? Meu Deus, isso é coisa de vagabunda.

Safira: Eu nem sei o que dizer, eu só tô curiosa pra saber em quê eu posso te ajudar.

Minha amiga virou de peito pra cima, respirou fundo, voltou a falar.

Paola: Quando eu for falar pra minha mãe, eu quero que você esteja comigo... Eu tenho medo de como ela vai reagir, e depois que eu falar, você poderia conversar com ela, ela te acha super sensata, tenho certeza que ela vai te ouvir e me entender.

Safira: Te entender? você pegou um homem comprometido, claro que o erro é dos dois, mas não tem muito o que entender não.

Paola: Eu não preciso de sermão ok? Eu já vou ouvir bastante da minha mãe. Só quero saber se vai me ajudar ou não, eu só tenho você.

Só eu? ué, cadê as amiguinhas dela? tive vontade de perguntar, mas vou ficar quieta.

Safira: Eu vou ajudar. Mas antes eu quero saber de uma coisa. - ela assentiu. - Tem tanto homem solteiro por aí, por que você quis um comprometido?

Paola: Você não entenderia, a nossa química bateu, a gente se ama, ele é muito especial pra mim.

Safira: Se ele te ama, então por que ele não quis assumir o filho de vocês?

Paola me olhou estranho, percebi que ela tinha vontade de responder, mas ela não sabia o que responder.

Safira: Acho melhor você ir, vai e desncasa, a gente vai se falando.

Nos despedimos e ela se foi, pensei que ela ia ficar com raiva pelo o que disse, mas ela ficou de boa.

A noite fui pra faculdade, quando terminou eu fui pra casa do Caio, hoje eu iria dormir lá.

Já tava pronta pra dormir, ele tava terminando de guardas umas coisas.

Caio: E as novidades, hoje não tem?

Deitou na cama, colocou a cabeça em cima do meu peito, então comecei a fazer carinho nele.

Safira: Paola tá grávida, o pior nem é isso, ela tá grávida de um cara comprometido... Nunca pensei que ela fosse se submeter a isso, digo, de se envolver com um cara casado.

Caio: Ela não tem uma boa fama né, todo mundo sabe que ela é uma vagabunda.

Safira: Não fala assim, ele é o mais errado ainda, além de trair a própria mulher, ainda não quer assumir o filho. Ele é mais vagabundo ainda, sem vergonha.

Caio: É uma situação bem complicada, você acha que a mulher dele vai perdoar?

Safira: Não sei, eu espero que perdoe, mas não continue com ele. Traição é horrível, minha mãe diz que quem faz uma, faz duas.

Caio: Mas ele pode ter se arrependido né, as pessoas mudam.

Safira: Eu sei, mas se eu fosse ela eu jamais continuaria com ele, traição é coisa de gente sem caráter.

Caio: Você tem razão, e o que mais ela te falou?

Safira: Apenas isso, ela quer que eu ajude ela com a mãe dela, porquê a mãe dela vai surtar quando saber.

Caio: Você não deveria ajudar não, o problema é dela, ela que se vire. E outra, você deveria é se afastar dela pra não ficar mal falada.

Safira: Relaxa que desse assunto eu cuido, agora vamos dormir. Te amo, boa noite. - dei um selinho nele, me virei para o outro lado.

Caio: Também te amo.

Não era a primeira vez que ele pede pra eu me afastar dela, já aconteceu outras vezes também. Mas eu nem ligo, ela é minha amiga, não vou parar de falar com ela só porque ele quer.

Coração Vagabundo - Em andamento Onde histórias criam vida. Descubra agora