Coração Vagabundo - Em andamento

Capítulo 5

Safira Tozetto💍

Passei a aula toda evitando a Tamara, não queria, mas pra continuar a amizade com a minha melhor amiga é necessário.

Assim que a professora nos liberou eu peguei minhas coisas saindo do auditório, já sabia que ela viria atrás de mim, então quero a todo custo evitar uma conversa com ela. Se ela for inteligente vai entender que eu não quero mais nenhum contato com ela.

Parei bem em frente à facul, e tirei o celular do bolso pra chamar o uber.

Tamara: Fugindo de mim, dona Safira? — apareceu por trás de mim, me assustando.

Safira: Caramba que susto! — coloquei a mão no peito e respirei fundo. — Não, só não estou afim de falar com você mesmo.

Tamara: Ué, o que rolou? eu fiz alguma coisa que você não gostou? eu não tô entendendo.

Safira: Não tem que entender nada, não somos amigas, somos apenas colegas, nos falamos quando é preciso, e é isso.

Tamara: Por que disso agora? achei que fossemos amigas... Se eu fiz alguma coisa você... — cortei logo ela.

Safira: Achou errado. E não, você não fez nada. Só não vejo motivos pra continuarmos nos falando sendo que não somos amigas.

A morena abaixou a cabeça, e por uns segundos eu achei que ela fosse chorar, já tava me sentindo super mal por tá fazendo isso, se ela chorasse eu ia acabar voltando atrás no que falei.

Ela levantou a cabeça me encarando, como se tentasse ler minha mente. Mordi o lábio inferior nervosa pra que ela fosse logo embora, só pra mim não ter que continuar falando o que eu não queria.

Uma voz soou atrás de mim, mas nem me virei já sabendo quem é.

Tamara ergueu a sombracelha olhando por cima do meu ombro, em seguida balançou a cabeça em negação.

Tamara: Entendi tudo, pode ficar tranquila que eu nem vou mais chegar perto de você.

Concordei com a cabeça, e antes de sair ela revirou os olhos mostrando o dedo do meio pra Paola.

Paola: Que sem educação essa sua amiga, af. Por isso eu não gosto dela.

Safira: Tá bom, Paola. Já entendi, quer alguma coisa? — minha voz saiu em um tom rude, apesar de não querer falar assim com ela, apenas saiu.

Paola: Quanta grosseria, aprendeu com a outra foi? Tá andando muito com a favelada.

Safira: Foi mal, é que hoje eu não estou bem. E não estou mais andando com ela.

Paola: Então você não são mais amigas? — assenti, e ela me abraçou. — Sabia que você ia fazer a escolha certa, te amo, te amo.

Depois de me abraçar e me beijar na bochecha, minha amiga me soltou ficando de frente pra mim, com um sorriso enorme no rosto.

Eduardo: Opa, eai meninas. — apareceu com um cigarro nos lábios, e soltou a fumaça quase no rosto da Paola.

Paola: Idiota, não está vendo que estou aqui?

Eduardo: Pior que nem vi, tô ceguinho.

Esses dois seguem trocando farpas, antes eu podia jurar que essa implicância toda era porque um era afim do outro, mas eu me enganei. Eles se odeiam mesmo, não fazem nem questão de disfarçar.

Paola: Idiota, quem chamou você aqui?

Eduardo: Não que seja da tua conta, mas vim falar com a minha prima aqui. E aí, vamo lanchar? — perguntou enquanto passava o braço por cima do meu ombro.