🏳️‍🌈Entre amigos (pt. 2)

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Capítulo 10

Entre amigos (continuação)


Minhas perguntas não são respondidas no caminho para o carro ou dentro do veículo, tampouco no percurso até meu apartamento. Jungkook até ligou o rádio e conectou sua playlist para ouvirmos juntos, cantarolou alguns trechos e observando o percurso, mas nós não trocamos nenhuma palavra que fosse.

Eu até pensei em dizer alguma coisa, qualquer uma, mas o nervosismo não me permitiu abrir a boca.

Quando chegamos, largo minha mochila em meu quarto e vejo que Saturno dorme tranquilamente em seu cantinho. Ao voltar para a sala, Jungkook está sentado no sofá e me observa com afinco, não desviando o olhar nem quando o encaro da mesma forma que ele.

— Vem aqui, Ji. — Ele pede, baixinho, em um tom carinhoso que quase me faz chorar.

Jungkook é carinhoso, é sim, mas é muito enigmático com seus próprios sentimentos. Eu raramente sei o que ele sente, além de timidez.

— Por que não se deita aqui, uh? — Pede ao apontar para as próprias coxas.

O que automaticamente me faz lembrar do dia em que Saturno estava em seu colo e eu disse que queria estar naquele exato lugar e receber carinho também. Por isso, não penso muito muito, eu só vou.

Tiro os calçados e me deito no sofá, repousando a cabeça e o começo dos ombros em suas coxas grossas. Meus cabelos recebem, na mesma hora, os dedos compridos do Jeon, que se enrolam em meus fios e depositam ali um dos meus carinhos favoritos do mundo.

— Tem coisas que precisamos dizer um ao outro, algumas supérfluas, outras importantes, então eu sugiro que façamos um jogo para que isso seja mais suave e flua melhor, Ji. — Propõe.

— Como assim?

— Apenas confessando coisas sobre nós um para o outro. — Explica. — Sei que pode parecer uma coisa boba, mas acho que precisamos disso.

Eu concordo com a cabeça, porque não acho que sua ideia seja boba. Acho que, na verdade, isso talvez torne mais fácil a nossa conversa que, apesar de estar nas entrelinhas, é mesmo necessária.

— Só tem um porém. — Jungkook diz, então. — Não podemos questionar nada sobre o que o outro fala. Não agora, tá? Vamos apenas falando. Depois vamos para as dúvidas. Você aceita?

Outra vez eu concordo, porque talvez seja melhor mesmo. Quanto mais abrirmos para questionamentos, mais vamos fugir do que verdadeiramente precisamos falar.

Antes de mais nada, eu respiro fundo e me ajeito melhor sobre suas pernas, me aconchegando contra seu calor e apreciando o carinho gostoso que permanece sendo depositado em meus cabelos. Não sei se o que mais gosto é de sentir o calor de sua mão ou a suavidade com que seus dígitos me acariciam, apenas sei que me sinto um gatinho em busca de cada vez mais contato.

— Quer começar? — Indago, de algum modo o incentivando a, talvez, abrir esse jogo.

E apesar de ser um jogo, ele não se trata de uma competição. É só um jeito mais tranquilo de falarmos um para o outro o que sentimos. Não sei o que esperar, não sei o que vamos dizer, não sei como vai funcionar.

Apenas sei, e sinto, que nunca fiquei nervoso desse jeito, mesmo que Jungkook já tenha me provocado tal sentimento inúmeras vezes desde que nos conhecemos.

— Apesar de já ter usado meu tamanho para proteger você e o Tae, eu odeio usar minha força para afastar quem pratica bullying comigo. — Me confessa, então. — Posso parecer muito forte quando faço isso, mas depois eu sempre choro enquanto abraço meu travesseiro.

As Cores do Amor | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora