Capítulo 32
Aniversário do Ji hyung
Eu não gosto de me sentir vulnerável.
Na verdade, não acho que alguém realmente seja capaz de apreciar essa sensação incômoda que parece sufocar o peito e tornar o ar rarefeito. Não é exatamente doloroso, eu não sinto dor alguma, é mais para um desconforto nauseante, algo que aperta, algo que atrapalha minha mente de pensar de modo coerente.
A primeira causa da minha vulnerabilidade da noite, foi o ciúme. Eu não o demonstrei, lógico, mas eu senti que Jungkook estava mentindo para mim quando me disse que daria aulas. Isso porque a mãe de uma de suas alunas possui meu número e ela me questionou se o Jeon poderia remarcar a aula de sábado, tendo em vista que ela teria um compromisso. Eu estranhei, claro, porque Jungkook me disse que estaria justamente com ela; e ele não estava.
Mas eu afirmei que sim, seria possível, e fiquei de dar o recado.
Eu tentei pensar que Jungkook estava focado na surpresa que estava fazendo para mim e que, por isso, pensou ser o melhor caminho inventar uma desculpa para não estar em casa, apenas para não atiçar ainda mais a minha curiosidade, e prontamente me esqueci do assunto e fui cozinhar para nós dois. Eu fiz duas pizzas, com muito queijo e bacon, como ele tanto gosta, e as deixei prontinhas para que pudéssemos tomar um bom banho, assar e jantar.
Eu vesti uma blusa dele, arrumei a cama, e me preparei para que fosse uma noite gostosa e relaxante, como nossos corpos pediam após uma semana tão atribulada.
Quando ele chegou, eu o aticei, muito, e provoquei sobre tudo o que faríamos pela noite. Mas eu me senti incomodado uma vez mais e o ciúme veio com tudo, porque Jungkook cheirava a outro perfume além do dele, e eu não era bobo a ponto de não perceber que se tratava do perfume de Min Yoongi. Yoon não gosta de muitos perfumes, ele usa o mesmo desde a adolescência e já é algo característico seu. Eu o reconheceria de longe.
E não, eu não penso por nenhum minuto que Jungkook ou Yoongi me trairiam desse jeito. Eu sei que não. A insegurança é comigo mesmo, não perante eles, e me sinto tão idiota em me sentir desse jeito, que sou incapaz de descrever.
Ainda assim, guardando meus sentimentos ruins comigo mesmo, nós tomamos banho juntos, nos beijamos muito sob a água e ficamos agarradinhos apenas aproveitando o calor do chuveiro. O tempo frio nos fazia querer, ainda mais, o agarramento que entre nós já é tão característico.
Só que minha mente não focou totalmente em nada específico, porque eu me sentia péssimo, e a ideia de falar sobre isso com Jungkook era mais desconfortável ainda para mim. Eu não queria que ele pensasse que eu desconfiava dele nem nada assim, então eu apenas guardei comigo por mais um tempo.
Eu não sou bom nisso, de qualquer forma.
E nós jantamos juntos, mas Jungkook estava me bajulando de um jeito diferente e eu entendi que ele tinha percebido que eu estava incomodado com algo, mas ele apenas se mostrou presente e não me inquiriu o que estava havendo. Pela primeira vez, isso me incomodou mais ainda, porque eu queria que ele perguntasse, queria que ele mostrasse com palavras que estava comigo e que eu podia desabafar se quisesse, mas ele não o fez.
E não é culpa dele. Jungkook está agindo comigo como sempre faz, do jeito que sempre cuida de mim. Ele está apenas sendo como eu pedi e me dando espaço e tempo. É o que eu sempre quis, no fim das contas.
Mas agora, enquanto assistimos um filme, eu permaneço me sentindo mal. E piora por ser um filme sobre família, que me lembra meus pais e da saudade que estou sentindo deles. Eu queria ter feito uma visita a eles quando estive em Busan com Jungkook, mas meus pais estavam em uma viagem a trabalho e não poderia me receber.
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As Cores do Amor | jjk + pjm
Fanfiction[Long-Fic | Volume 1] Jeon Jungkook não gostava de lugares lotados ou de ser alvo dos olhares alheios, pois se sentia desconfortável com a própria presença. Ele não se via encaixado em nenhum grupo específico, sempre confuso sobre si mesmo. Park Jim...